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Arquivo NippoBrasil - Edição 291 - 12 a 18 de janeiro de 2005
 
Ozouni
Para os japoneses, a ingestão desta sopa significa a transferência de energia espiritual, conferindo ao homem grande vitalidade
 


CRENÇA - O ozouni simboliza a comunhão com os deuses

 

(Fotos: Aliança Cultural Brasil-Japão | Arquivo NB)

A história do ozouni é extremamente antiga. Conta-se que já na Era Muromachi (séc. XIV) os japoneses comiam um prato semelhante. Nesta época, acreditava-se que, no último dia de cada ano, os homens recebiam a visita do deus chamado Toshigamisama (deus do Ano) e, para receber essa divindade, os homens ofereciam-lhe uma grande quantidade de alimentos. No dia 1º de janeiro, os homens preparavam uma espécie de sopa, com todos os alimentos que foram ofertados. Para esta sopa não havia uma receita. Tudo o que pudesse ser colhido da terra e todos os frutos do mar que pudessem ser capturados e oferecidos ao deus entravam como ingredientes. Esta sopa deu origem ao ozouni.

Comer o ozouni, para os japoneses, não significa meramente a ingestão de uma sopa rica em nutrientes, mas simboliza a comunhão com os deuses, uma vez que se consomem os mesmos alimentos. Com sua ingestão, acredita-se que há uma transferência de energia espiritual, que confere ao homem muita energia. É como se fosse o renascimento, junto com o ano que se inicia. Antigamente, o ozouni era consumido primeiramente pelos homens nascidos sob o signo do horóscopo chinês do ano (toshi otoko). O material utilizado como combustível do fogo para o preparo da sopa era diferente do utilizado no dia-a-dia, empregando-se cascas de grãos e caules da planta da beringela, cabendo aos homens da casa acendê-lo.

Atualmente, os ingredientes variam conforme a região e a receita da família, porém trata-se de uma sopa que tem como ingredientes básicos o moti e as verduras. Em algumas regiões, acrescenta-se frango, peixes, kamaboko (massa de peixe cozida) ou ovas de salmão. Na região de Kantou (Tóquio e províncias vizinhas), é comum o ozouni com o moti cortado em formato retangular, que depois de assado é colocado num caldo leve e claro (osumashi ou sumashijiru), como um consomê. Por outro lado, na região de Kansai (Osaka e Quioto), o moti é arredondado, e o caldo é preparado à base de missô branco (shiromisso).

 

Você sabia?


• No Brasil, diz-se que São Jorge habita a lua. No Japão, diz-se que nela há um coelho socando o arroz no pilão, para preparar o moti.

• Costuma-se preparar o moti nos dias 28 e 30, pois o dia 29 (nijuuku), pelo som da palavra, é associado ao sofrimento (ku).

• Os instrumentos utilizados no preparo do moti, o usu (pilão) e o kine (a mão de almofariz), eram considerados sagrados. Nas casas das famílias camponesas, esses objetos eram colocados junto à coluna principal, no espaço de chão de terra batida chamado doma. Quando se construía uma nova casa, esses eram os primeiros objetos colocados em seu interior e, em caso de incêndio, os primeiros a serem retirados.

Kagamimochi

A forma de arranjar esses dois motis, um grande e um pequeno, arredondados e achatados, difere de região para região. O mais comum é colocá-lo sobre o sanpoo (pintura retratando os três elementos sagrados do budismo: o Buda, as sutras e o bonzo), ou sobre uma bandeja coberta com o hooshogami (um sofisticado papel japonês), ou sobre o hanshi (papel usado para a caligrafia artística, medindo cerca de 24 cm x 34 cm), com folhas de samambaia, folhas de yuzuri (planta típica da Ásia) – que simboliza a continuidade da sorte familiar –, e a alga konbu, que remete à palavra yorokobu: alegrar-se. Os dois kagamimochi são sobrepostos e, no alto, coloca-se a laranja daidai (Citrus auratium), que é associada à palavra homófona daidai, cujo significado é “de geração em geração”, no intuito de desejar a continuidade da linhagem. Há ainda arranjos luxuosos que fazem uso de lagostas, lulas e leques, que simbolizam a expansão.

O formato arredondado do kagamimochi representa o espírito das divindades e corresponde também ao formato do espelho, que, na Antiguidade, era um objeto valioso e estimado pelo fato de refletir a verdade. O kagamimochi deve ser montado antes do dia 30 de dezembro. Quando é feito apenas no dia 31, recebe o nome de ichiyakazari (decoração de uma noite), sendo considerado de mau agouro.

 
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