(Fotos:
Sati Kobashi / Divulgação)
Alimento
básico no oriente, a soja é considerada um dos grãos
sagrados ao lado do arroz, do trigo, da cevada, do painço,
do sorgo e do milho miúdo. Nativa da China e cultivada
há cinco mil anos, teria chegado à Europa no final
do século XVII. No Brasil, o registro mais antigo refere-se
a um plantio experimental na Bahia, em 1882. Grãos de soja
teriam sido trazidos pela primeira leva de imigrantes japoneses
em 1908, escondidos em cestos feitos com varas de salgueiro, sendo
plantados nos quintais para a produção caseira de
missô. Na década de 70, o Brasil conheceu uma grande
expansão do cultivo da soja no cerrado, em função
da injeção do capital japonês no setor, resultante
da proibição da exportação de soja
para o Japão imposta pelo governo norte-americano.
Muito
tem se falado sobre as propriedades nutricionais e terapêuticas
da soja e seu papel na manutenção da saúde
e na prevenção de doenças. Ingrediente básico
na culinária japonesa, a soja pode ser encontrada em diversos
produtos como tofu, nattô, missô, shoyu, kinako, entre
outros.
Os
componentes da soja e a saúde
Muitos
estudos têm demonstrado que o consumo de produtos derivados
da soja reduz o risco de doenças como diabetes, arteriosclerose,
osteoporose, mal de Alzheimer, sintomas da menopausa, doenças
cardiovasculares e câncer de esôfago, pulmão,
próstata, mama e cólon. Fonte de macronutrientes
(proteína, gordura e carboidrato) e micronutrientes (vitaminas
e sais minerais), suas qualidades nutritivas, energéticas
e seu potencial curativo, revitalizante e regenerador têm
sido destacados com freqüência.
Os
componentes da soja são agentes regeneradores orgânico-celulares,
em especial das funções e da estrutura do sistema
nervoso.
As
proteínas da soja são eficazes eliminadoras de radicais
livres por conterem um potente antioxidante, e seus fitoestrógenos
ajudam a modular o ciclo hormonal feminino. A lecitina contribui
para proporcionar uma vida celular sadia e sua gordura (óleo)
com baixo teor de gordura saturada e alto teor de gordura
poliinsaturada é essencial ao organismo por conter
ômega 6 (ácido linoléico) e ômega 3
(ácido linolênico). Seus componentes têm também
influência direta na retenção de cálcio
no organismo.
|
Você
sabia?
Soja
e cultura japonesa
Um dos alimentos que simbolizam as civilizações
orientais, a soja sempre foi associada à longevidade
e à qualidade de vida. Ela está presente em rituais
como o mamemaki, celebrado por volta do dia 3 de fevereiro (setsubun),
que consiste em atirar grãos de soja pela casa para espantar
os maus espíritos e garantir saúde ao longo do
ano. Segundo esse costume, ingerir grãos de soja torrados
em quantidade equivalente à idade da pessoa teria o efeito
de protegê-la das doenças.
Grãos
de soja foram encontrados em sítios arqueológicos
datados de 2 mil anos. Os antigos japoneses já tinham
conhecimento da excelência da soja pela experiência
do cotidiano, chamando-a de atum da horta ou a carne
da horta. A propósito, o índice protéico
apresentado pela soja é de 40%, enquanto a o da carne
bovina é de 20%.
Tofu e shoyu estão sempre
presentes na dieta japonesa
|
Consumo
Segundo a FDA (Food and Drug Administration), o consumo de 25
g diárias de proteínas de soja contribui para
a prevenção de doenças cardíacas
e pode reduzir o nível de colesterol no sangue, tanto
do colesterol total quanto do LDL (mau colesterol). Pesquisas
realizadas na China e no Japão recomendam o consumo de
60 mg por dia de isoflavona. Para a prevenção
do câncer, seria recomendável consumir 5 mg por
dia, equivalente a uma porção de tofu, ou 340
g de leite de soja. No Japão, o consumo anual médio
de tofu é de 23 kg por pessoa.
|