(Fotos:
Paradigm Productions/Ken Shirahata | Ceramista: Ivone Nakamura)
Sabemos
que o arroz é a base da alimentação japonesa
e pode ser servido como acompanhamento ou prato principal. Sozinho,
ele pode ser uma refeição completa, como no caso
do onigiri. Onigiri ou omusubi são bolinhos de arroz de
formatos e recheios variados, envoltos ou não em alga (nori).
Por serem fáceis de comer, são bastante populares
no Japão, sendo um dos elementos que compõem o obentô
(espécie de marmita) e um dos itens mais vendidos nas lojas
de conveniência. Na rede Seven-Eleven, por exemplo, num
único dia são vendidos quase 3 milhões de
onigiri! (Dados de 2002.)
A
história do onigiri
A
origem do onigiri estaria no tonjiki, termo que se encontra registrado
na obra de Murasaki-Shikibu, Genji-Monogatari. Por ser uma refeição
prática, que dispensava o uso de pratos, o tonjiki designava
o alimento destinado aos serviçais durante os banquetes
dos nobres na Era Heian (7941192). O onigiri da época
tinha um formato oval e era feito com mochigome (arroz glutinoso
para mochi) cozido no vapor.
A
partir do final da Era Kamakura (11921333), passou-se a
utilizar o arroz como ingrediente. Durante o longo período
de lutas internas que se sucederam, o onigiri foi um meio encontrado
para alimentar as tropas em movimento e também os trabalhadores
do campo. O arroz era cozido e seco e consumido após ser
regado com água quente, ou então, por ser um ingrediente
raro e precioso entre os camponeses, o arroz era misturado a vários
outros ingredientes e embrulhado em pedaços de pano, sem
moldá-lo na forma de bolinhos.
Numa
outra versão, a origem do onigiri estaria ligada ao bolinho
de arroz arredondado ofertado, na Antiguidade, à divindade
ou energia criadora denominada Musubi, daí o termo omusubi.
Uma outra explicação para a forma omusubi seria
o fato de o termo designar especificamente o bolinho enrolado
numa folha de bambu e apertado com um nó; musubu significa
atar ou apertar, além de ligar, unir ou estabelecer relações.
Por
sua vez, o termo onigiri deriva de nigiru, que significa apertar
ou comprimir com as mãos. Daí também a forma
nigirimeshi. Meshi significa arroz ou refeição.
O onigiri
mais antigo do Japão foi encontrado em 1987, na cidade
de Rokuseimachi, província de Ishikawa, e supõe-se
que ele seja da Era Yayoi (300 a.C.300 d.C.).
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Você
sabia?
O
onigiri engorda?
O
arroz é evitado por muitas pessoas que fazem dieta, por
ser considerado calórico; mas, rico em amido, constitui
uma excelente fonte de energia, contribuindo para a absorção
de proteína. Além disso, estudos no Japão
comprovaram que, depois de cozido o arroz, a formação
de amido resistente (substância que resiste à ação
das enzimas digestivas com função similar a das
fibras alimentares) vai aumentando com o tempo e, como o onigiri
geralmente é preparado para ser degustado depois de um
tempo, deve conter uma quantidade considerável desse
amido, proporcionando uma maior sensação de saciedade,
evitando que a pessoa belisque entre as refeições.
Consumido com algas marinhas, por exemplo, que contêm
ferro, cálcio, vitaminas e minerais, o onigiri torna-se
um alimento nutritivo e saudável, apropriado para uma
dieta balanceada.
Tipos
de onigiri
Quanto
aos formatos, os mais comuns são o triangular (sankaku
onigiri) e o cilíndrico (tawara-gata onigiri), que lembra
um saco de arroz feito de palha.
Esses bolinhos podem ser consumidos puros, somente temperados
com sal, ou com recheios tradicionais, como o de umeboshi (ameixa
em conserva), sake (salmão grelhado), okaka (flocos de
bonito com shoyu), konbu (um tipo de alga marinha), tarako (ovas
de bacalhau) e outros originais, como o de tsuna mayo (atum
com maionese). Temos também o yakionigiri, que é
o onigiri grelhado depois de pincelado com shoyu ou missô.
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