(Fotos:
Divulgação)
Desde
a Restauração Meiji (1868), a cultura japonesa vem
sofrendo uma forte influência ocidental. A culinária
nipônica não escapou desse processo e hoje, nas casas
de chá, o wagashi é cada vez menos consumido. O
consumo do café e do chá preto tem superado o do
tradicional chá verde japonês.
Entretanto,
o wagashi é uma iguaria sempre presente nas cerimônias
tradicionais do arquipélago, como o ano-novo (oshougatsu),
o dia das meninas (hinamatsuri), o dia das crianças (tango
no sekku) e o dia de apreciação da Lua (tsukimi).
Histórico
TRADIÇÃO - Wagashi está sempre presente
na comemoração de datas importantes no Japão
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Para
o japonês da Antiguidade, os únicos doces conhecidos
eram os frutos. Com a produção de vários
tipos de cereais, nasceram o moti (bolinho de arroz) e o dango
(bolinho de cereal misturado com água). O sabor doce era
obtido através da seiva de uma planta chamada amazura.
No século IX, os bolsistas japoneses enviados à
China aprenderam e introduziram no Japão a técnica
da produção de doces que eram fritos e feitos com
farinha de cereais.Estes doces eram conhecidos como karagashi
(doces da dinastia de Tang) e serviam principalmente como oferenda
aos deuses. No século XIII, com a produção
do chá verde, buscou-se o aprimoramento dos doces para
acompanhá-lo. No início do século XVI, os
portugueses desembarcaram no Japão e trouxeram consigo
o confeito, o pão-de-ló e os biscoitos. O karagashi
e os doces portugueses influenciaram na maneira de fazer os wagashi
e assim surgiu na cidade de Quioto o kyogashi.
No
fim do século XVI, na Era Muromachi, o ritual da cerimônia
do chá tomou a forma atual e, através deste ritual,
o kyogashi foi amplamente divulgado. No século XVII, na
Era Edo, o fabrico do açúcar foi aperfeiçoado,
e o wagashi passou a ser consumido pelas camadas populares.
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Você
sabia?
IMPORTÂNCIA - Iguaria tem até um dia próprio
O
dia 16 de junho é considerado o Dia do Wagashi. A escolha
desta data deve-se ao fato de que, em meados do século
VIII, o então imperador distribuiu ao povo o kashi,
que era utilizado somente como uma oferenda aos deuses, com
a intenção de conter uma epidemia que se alastrava
na época.
Os
tipos de wagashi
OPÇÕES - Wagashi variam de acordo com ingredientes
e preparo
Os wagashi são divididos em três tipos, de acordo
com o ingrediente e o modo de preparo: namagashi (frescos):
moti, ohagi, mushimanju, mushiyokan, etc.; hannamagashi
(semifrescos): yokan, monaka e higashi (secos): senbei, okoshi.
Manju doce cuja casca é feita de farinha
e é recheada de an (pasta doce de feijão azuki),
originário da China. Lá, ele era recheado de
carne de carneiro, boi ou de porco. Como no Japão não
se tinha o costume de comer carne, ela foi substituída
pelo an.
Moti e Ohagi (apresentados na ed. 289, de 22 a 28/12/04)
Yokan existem três tipos de yokan:
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Neri yokan doce feito de an mais açúcar
e gelatina de alga (kanten), esta massa é sovada e
colocada numa forma retangular para endurecer.
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Mizuyokan acrescenta-se uma quantidade maior de
água no preparo do neri yokan.
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Mushiyokan o an é misturado com farinha
de trigo, açúcar e levado para cozer no vapor.
Monaka sova-se bem o mochigome cozido e estica-se
a massa até ela ficar bem fininha. Esta massa é
assada e depois recheada com an.
Senbei podem ser feitos com farinha de trigo ou
farinha de arroz. A massa é cortada em formatos diferentes
e acrescida de açúcar, ovo, xarope de amido,
missô ou shoyu e é levada para assar.
Okoshi prepara-se como pipoca, mas, ao invés
de milho, usa-se o arroz, que passa por uma caramelização.
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