(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
Yasubei Kimura
e seu filho interessaram-se pela primeira vez por pães
quando foram a Yokohama, época em que a região era
habitada mais por estrangeiros. O anpan está no cotidiano
dos japoneses há muito tempo e foi feito na Kimuraya, onde
está localizada até hoje na 4-chome, Ginza, em Tóquio.
No segundo ano do Período Meiji (1869), pai e filho abriram
o Buneido (que posteriormente se chamaria Kimuraya), ou então,
a primeira padaria japonesa no país do sol nascente, em
Hikage-cho, Tóquio (atualmente Shimbashi Ekimae).
Primeiros
tipos de anpan, inspirados no
manju: Shirogoma (acima) é salpicado com
gergelim branco; e keshi (abaixo), com
sementes de papoula.
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Doce com flores de cerejeira para ocasiões especiais
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A primeira
tentativa dessa dupla de fazer o pão foi desastrosa. O
resultado ficou muito além daquela massa que viram em Yokohama.
Para fazer a massa, usaram batatas cozidas, fazendo um purê
e misturando com cerveja, farinha de trigo e fermento. Um, digamos,
pão preto e duro foi o resultado dessa primeira
tentativa. Houve muitas dificuldades para que Kimura e seu filho
comercializassem o produto. Afinal, o que era aquilo? A partir
daí a dupla decidiu tentar fazer um pão à
moda japonesa. Levando em conta que o manju era um doce
que combinava com o paladar japonês e que o mesmo fazia
muito sucesso, resolveram usar o sakadane, ingrediente que faz
parte do sake manju (manju de sake), como parte dos ingredientes
para fazer o anpan.
A primeira
experiência não deu certo, já que o pão
ficou torradimho, ou melhor, ficou em cinzas devido à exposição
à alta temperatura. Muitas pesquisas foram feitas e após
um ano de muitas tentativas. Conseguiram descobrir o fungo do
fermento de sakadane cultivando koji e arroz, e, então,
depois de se inspirar no tradicional bolinho japonês, o
manju, nasceu o anpan.
Kimura e seu
filho fizeram, nas primeiras vezes, dois tipos de anpan: shirogoma
e keshi. No primeiro, salpicou gergelim branco por cima do anpan
e, no segundo, sementes de papoula. Os bolinhos (ou pãezinhos
doces) foram vendidos por 5 rin cada um; nessa época, isso
era o valor de uma tigela grande de soba. Ainda bem que hoje em
dia pode-se comprar anpan por um preço bem mais em conta,
por volta de 120 ienes (algo em torno de R$ 3,87, isso é
um preço estimado no Japão); ou então, um
quinto do valor de uma tigela (atual) de soba.
As pesquisas
e o aprimoramento do anpan não pararam por aí. Em
meados do oitavo ano do Período Meiji, a dupla fez o que
hoje é um clássico: o anpan com flores de cerejeira,
que foi feito quando requisitado a Kimura um tipo de pão
para o Imperador em ocasiões especiais. Yasubei inspirou-se
então, nas flores de cerejeira, símbolo nacional
do Japão.
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