(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
Janeiro:
dia 1º ao dia 3- chamado San-ga-nichi ou três
dias do Ano Novo, quando as pessoas comem uma espécie de
sopa chamada ozoni. Em Tóquio o ozoni é feito com
bolinhos de arroz e legumes cozidos em água temperada
com peixinhos secos, que são chamados de dashi. O Ano Novo
é uma data muito mais comemorada na China e no Japão
do que no resto dos países ocidentais.
No
Japão todas as famílias festejam o Ano Novo vestindo
a melhor roupa e comemorando a data comendo o tradicional cozido
ozoni, enquanto fazem os mais calorosos votos de um bom Ano Novo.
O principal ingrediente do ozoni é o moti, uma massa de
bolinho de arroz que faz parte dessa comemoração.
Num passado não muito distante, o familiar som petanko-
petanko, onomatopéia do batimento do arroz na preparação
do moti, era ouvido desde o dia 28 de dezembro até a virada
do ano por todo o país. Esse entusiasmo parece surpreender
os ocidentais que não se apegam tanto a esta data.
Os
japoneses têm uma relação estreita com o moti,
já que desde os tempos antigos acredita-se que ele possua
poderes divinos. O Ano Novo é um dos feriados mais importantes
e indispensáveis ao povo japonês.
História
e Etimologia
O moti
é feito de um arroz diferente que normalmente gruda quando
cozido, o motigome. Depois ele é colocado em um grande
recipiente de madeira ou pedra, chamado usu e o arroz é
batido com um objeto conhecido como kine até que aquele
se transforme em uma massa uniforme e viscosa. Essa massa é
dividida em pequenos bolinhos, ou moti.
Um
escritor aponta o aspecto ritualístico da preparação
do moti. Segundo ele, os japoneses da antigüidade faziam
o moti em ocasiões como o nascimento de uma criança,
casamentos e no Ano Novo. Seria mais fácil admitir que
eles preparavam esse bolinho como uma prece à fertilidade.
Fazer
o moti com o usu e o kine era um pedido para uma boa colheita,
boa fertilidade e longevidade. Além disso, na antigüidade,
os japoneses pareciam preferir o arroz fácil de ser deglutido
do que ficar mastigando, e, dessa forma, encontraram o delicioso
sabor do moti, reconhecendo o trabalho que dava para ficar pronto.
Ele
era considerado valioso e por isso, era servido também
às divindades. Acreditava-se também que, por ser
sagrado, o espírito de um deus fazia do moti a sua morada.
Se considerarmos sua cor pura , assim como a sua maleabilidade
enquanto fresco, fica claro porque o moti tornou-se parte importante
de ocasiões festivas e de cerimoniais.
Até
o Período Muromachi (1338-1573), o moti era conhecido como
moti-i, uma forma menor da palavra moti-ii. Há três
possíveis etimologias do nome- um deles interpreta o significado
do moti como arroz cheio, o outro, significando arroz
portátil, e o último, como arroz com
forma de uma lua cheia. Algumas mulheres chamavam o moti
kachin, uma contração do kachi-ii, significando
arroz batido.
Os
japoneses provavelmente começaram a fazer e comer o moti
há 250 anos, quando uma variedade do arroz foi introduzida
ao arquipélago. Presume-se que os bolinhos desses grãos
tenham chegado ao País já com o valor religioso.
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