(Fotos:
Reprodução/Divulgação)
Mais
uma vez, a influência chinesa está presente nos diversos
aspectos da história e cultura do Japão. O que hoje
é considerado guloseima tradicional começou no Período
Nara (710-794) com a introdução dos doces chineses
através de estudantes japoneses que estudavam na China.
Em
seguida, com a divulgação do zen-budismo, os wagashi
fizeram parte da dieta vegetariana dos praticantes durante o Período
Kamakura (1185-1333). Mais tarde, os japoneses experimentaram
pela primeira vez os doces ocidentais através dos missionários
portugueses. Afinal, foram eles que trouxeram durante o Período
Muromachi (1333-1568), os namban-gashi, ou os confeitos
bárbaros sulinos, como o popular kasutera, adaptado
do original português Castella.
A popularização
da cerimônia do chá durante o Período Edo
(1600-1868) aumentou drasticamente a variedade dos wagashi, muitos
dos quais preservaram suas características até os
dias atuais. Foi naquele tempo que as primeiras lojas especializadas
em biscoitos e doces japoneses (kashiya), começaram a surgir
em Edo (hoje, Tóquio), Osaka e particularmente em Quioto,
onde o wagashi era chamado de kyoogashi e oferecido como oferenda
religiosa.
Durante
o Período Edo, a expansão das cidades com grande
número de castelos e templos colaborou com o desenvolvimento
de variedades de wagashi regionais, refletindo peculiaridades
de diversas partes do país.
No
preparo dos biscoitos e doces, ingredientes básicos como
farinha, açúcar, arroz e até feijão
são frequentemente utilizados. No entanto, aromas fortes
e artificiais são evitados. Outra característica
é que eles espelham a mudança das estações
do ano através de formatos, cores e detalhes de cada uma
delas. Alguns tipos por exemplo, só são encontrados
em épocas específicas.
Dar
uma mordida em um wagashi - quase sempre vendido em embalagens
bem elaboradas - é degustar uma especialidade japonesa
popular por ser servido em cerimônias do chá. Embora
tradicionalmente seja associado a esse ritual, hoje em dia ele
continua sendo apreciado com chá verde (realçando
ainda mais seu sabor), mas em ocasiões diversas e bem informais.
Os
diversos tipos de wagashi
Bastante
apreciado principalmente pelas pessoas de idade, esses confeitos
típicos japoneses recebem nomes específicos devido
a sua variedade. Alguns tipos são verdadeiros doces e,
mesmo assim, pertencem a uma das três principais categorias
de wagashi: o namagashi, de textura umedecida, representados pelo
manjuu, yookan, daifuku, dangô e ohagui; o han-namagashi
(menos úmido) e higashi (seco). Entre os han-namagashi,
que incluem tipos como chatsuu (à base de chá verde
e farinha), dorayaki (com pasta de feijão), kasutera (espécie
de bolo) e monaka (parecido com wafer), estão também
os yakigashi, que são os biscoitos grelhados. Já
os chamados rakugan, okoshi e karintoo, representam o higashi
por serem confeccionados a base de arroz, açúcar
e outros ingredientes que os tornam secos.
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