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Arquivo NippoBrasil - Edição 310 - 25 a 31 de maio de 2005
 
• Era Edo – parte 5
As três fases culturais
Período histórico inspirou o surgimento de grandes expoentes
de várias áreas da cultura japonesa


UKIYOYE - Pintura retrata a vida do povo da época

Arquivo Jornal NippoBrasil

A Era Edo teve três fases distintas, sob o ponto de vista cultural. A primeira delas, denominada Cultura Keichô-Kan’ei, abrangeu a primeira metade do século XVII; a segunda fase, chamada de Cultura Genroku, foi de meados do século XVII até o início do século XVIII; a terceira fase, denominada Cultura Kasei, começou em fins do século XVIII e terminou no início do século XIX.

A Cultura Keichô-Kan’ei é representada por obras suntuosas e luxuosas, como segmento da Era Azuchi-Momoyama, observando-se também a influência da cultura ocidental. A cultura dessa fase foi sustentada por samurais e nobres.

Como obra representativa dessa época, há o Templo Toshogu, construído em homenagem a Tokugawa Ieyasu, na província de Tochigi, cidade de Nikko. Ao falecer, Ieyasu foi enterrado primeiro no Monte Kunôzan, na província de Shizuoka, em 1616, porém, no ano seguinte, sob conselho do monge Tenkai (1536~1643), seu filho e segundo xogum, Hidetada, transferiu o corpo de Ieyasu para Nikko. O templo foi reformado e ampliado pelo terceiro xogum, Iemitsu, entre 1634 e 1636. Fazendo contraste com o suntuoso Templo Toshogu, encontra-se em Quioto a vila imperial Katsura-Rikyu, construída entre 1620 e 1624, despojada de luxo, porém denotando refinamento ímpar.

A Cultura Genroku floresceu, principalmente, em Osaka, sustentada por grandes comerciantes e samurais. Nas obras desse período, observam-se a ideologia pragmática e realista. Os artistas representativos dessa época são: no campo da pintura, Ogata Kôrin (1658~1716) e Hishikawa Moronobu (1618~1694), conhecido como criador das xilogravuras ukiyoye; e, no campo da literatura, Matsuo Basho (1644~1694), que sublimou o haicai; Ihara Saikaku (1642~1693), que descreveu a vida do povo com vivacidade; e Chikamatsu Monzaemon (1653~1724), que compôs peças para Jôruri e para teatro Kabuki.

A Cultura Kasei, última da Era Edo, foi criada por samurais e pelo povo de Edo, que adquiriu estabilidade econômica e política. Nas obras dessa época, transparecem o gosto pelo prazer mundano, refletindo a política degenerada e corrupta. Destacaram-se nessa época muitos pintores de ukiyoye, tais como: Utamaro (1753~1806) e Sharaku (?~fins do século XVIII) – que pintaram muitos artistas do teatro Kabuki e mulheres consideradas bonitas na época –, Hokusai (1760~1849) e Hiroshige (1797~1858), que pintaram paisagens. Na literatura, tivemos Jippen Shaikku (1765~1831), autor da comédia Tôkaidô Hizakurige, o romancista Takizawa Bakin, e os poetas de haicai Yosa Buson (1716~1783) e Kobayashi Issa (1763~1827).


Ukiyoye

Um dos fatores que impulsionou o surgimento da japonologia – estudos sobre a cultura japonesa –, na Europa, durante o século XIX, foi a descoberta do ukiyoye pelos europeus. A influência do ukiyoye é observada, por exemplo, nas obras do pintor Vincent van Gogh (1853~1890).

Ukiyoye é a denominação da pintura que retrata a vida do povo da época. Eram quadros pintados com o próprio punho, bastante caros, adquiridos apenas por senhores feudais ou grandes comerciantes. Com o desenvolvimento de técnica de xilogravuras, o ukiyoye popularizou-se. No início, era empregado como ilustração de romances populares e eram figuras monocromáticas, que se tornaram coloridas com o tempo. O ukiyoye era idealizado primeiro pelo editor; depois, o pintor desenhava conforme o pedido; a seguir, ele era esculpido nas pranchas de madeira, conforme as cores; e, por último, passado para o impressor, que tirava as cópias. À medida que aumentava o número de publicações e a técnica de impressão também avançava, o ukiyoye tornava-se acessível ao povo também, que o adquiria para apreciá-lo, ou para levá-lo como lembrança de viagem.

Sharaku, que criou um estilo próprio de homens caricaturados, conseguindo transmitir os sentimentos humanos, não foi muito apreciado na época. Suas obras passaram a ser valorizadas apenas na Era Meiji, quando Ernest Francisco Fenollosa (1853~1908), que apresentou as obras de arte japonesa nos Estados Unidos, reconheceu o seu valor artístico.


Literatura – yomihon

Os romances lidos pelo povo na Era Edo eram conhecidos pelo nome de yomihon e existiam em diversos gêneros, para todos os gostos: kana-zôshi escrito em hiragana (fonogramas); ukiyo-zôshi, sobre amores e vida do povo; share-bon, que retrata a vida dos prostíbulos; kokkei-bon, romance que aborda o lado cômico do povo; ninjô-bon, histórias de amor; kusa-zôshi, contos ilustrados para o público infantil e o feminino; e kibyôshi, romance ilustrado para adultos. Todos esses livros eram muito lidos pelo povo, mas, nessa época, em vez de comprá-los, o povo alugava-os nas livrarias de aluguel.

O xogunato interferia até mesmo nos conteúdos desses romances, proibindo a publicação daqueles que poderiam atentar contra os bons costumes da época, ou aqueles que continham teor de crítica ao sistema vigente, punindo os editores e autores que, no início, eram samurais de baixo escalão, pois ainda não conseguiam sobreviver somente como escritores.

Kokugaku (Estudos Clássicos Japoneses) e Yôgaku (Estudos das Ciências Ocidentais)

Após o oitavo xogum, Yoshimune, ter liberado a importação das literaturas ocidentais traduzidas para o chinês, o número daqueles que estudavam as ciências do Ocidente aumentou.

O médico alemão Siebold (1796~1866), que chegou ao Japão no ano de 1823, para trabalhar como médico da Casa Comercial Holandesa (Horanda-Shôkan), fundou, na periferia da cidade de Nagasaki, no ano seguinte à sua chegada, a escola Narutaki-juku, formando vários estudiosos de Yôgaku.

Nessa época, surgiu também um movimento para pesquisar os pensamentos do povo japonês, remetendo aos tempos primordiais, que antecederam a introdução do budismo e do confucionismo. Esse movimento recebeu o nome de Kokugaku. Entre os estudiosos de Kokugaku, destacaram-se Kamo-no-Mabuchi (1697~1769) e Motoori Norinaga (1730~1801). O Kokugaku difundiu-se mesmo entre os camponeses e o povo, encontrando seu seguidor na figura de Hirata Atsutane (1776~1843), que remeteu a sua linha de pensamento até o xintoísmo – filosofia essa que foi adotada pelos imperialistas em fins de xogunato Tokugawa.

 
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