Portal NippoBrasil - OnLine - 19 anos
Quinta-feira, 25 de abril de 2024 - 6h46
  Empregos no Japão

  Busca
 

SEÇÕES
Comunidade
Opinião
Circuito
Notícias
Agenda
Dekassegui
Entrevistas
Especial
-
VARIEDADES
Aula de Japonês
Automóveis
Artesanato
Beleza
Bichos
Budô
Comidas do Japão
Cultura-Tradicional
Culinária
Haicai
História do Japão
Horóscopo
Lendas do Japão
Mangá
Pesca
Saúde
Turismo-Brasil
Turismo-Japão
-
ESPECIAIS
Imigração
Tratado Amizade
Bomba Hiroshima
Japan House
Festival do Japão
-
COLUNAS
Conversando RH
Mensagens
Shinyashiki
-
CLASSIFICADOS
Econômico
Empregos BR
Guia Profissionais
Imóveis
Oportunidades
Ponto de Encontro
-
INSTITUCIONAL
Redação
Quem somos
-
Arquivo NippoBrasil - Edição 306 - 27 de abril a 3 de maio de 2005
 
• Era Edo – parte 4
Os grandes impérios do Ocidente invadem o Oriente
Colonização européia na Ásia oriental tornou ainda mais poderosas as potências que já dominavam o restante do mundo; frágil, o Japão foi obrigado a ceder à pressão

Arquivo NippoBrasil

O mundo evoluía para a modernidade, enquanto o Japão gozava de uma relativa paz dentro da redoma criada com o fechamento dos portos às nações estrangeiras. Tal atitude foi a base para a criação de uma cultura própria e peculiar.

Grande parte dos países das Américas haviam conquistado a independência, inclusive o Brasil, no ano de 1822. Entretanto, a Revolução Industrial, iniciada em meados do século XVIII, na Inglaterra impulsionou a busca européia por novas colônias. Assim, a Inglaterra, por exemplo, invadiu e colonizou a Índia, a Birmânia (atual Mianmá), Hong Kong (cedida pela China após a Guerra do Ópio) e a Península Malaia; a França colonizou o Vietnã, o Camboja e o Laos; a Holanda, as Ilhas da Indonésia; Portugal, Goa, Ilhas Molucas, Macau, Timor Leste e outros territórios; enquanto a Espanha tomou as Filipinas.

Tais notícias provavelmente chegaram ao xogunato Tokugawa pelos holandeses – que mantinham relações comerciais com o Japão –, deixando-o receoso.

Navios americanos (kurobune) nos mares do Japão

Quando a esquadra americana composta por quatro navios de guerra comandados pelo almirante Matthew Calbraith Perry (1794~1858) aportou em Uraga (província de Kanagawa), apontou seus canhões para as terras japonesas e entregou uma carta do presidente dos Estados Unidos com o objetivo de assinar um tratado de comércio com o arquipélago, o governo Tokugawa ficou alarmado, mas conseguiu adiar sua resposta por um ano.

Assim, em 1854, Perry ancorou no Golfo de Edo para cobrar uma resposta japonesa. O xogunato, enfraquecido e desgastado ao longo de 260 anos de comando, não pôde recusar a imposição americana e acabou assinando o Tratado de Kanagawa, em 31 de março de 1854, o qual permitiu aos Estados Unidos a abertura de portos em Shimoda e Hakodate, o abastecimento de combustíveis e produtos alimentícios aos navios americanos e a instalação do consulado americano na terra do sol nascente.

O Tratado de Comércio e Navegação foi assinado em 1858 e deu aos americanos poderes para aportarem seus navios em Kanagawa, Nagasaki, Niigata e Hyogo. Uma vez cedida à pressão estrangeira, o xogunato Tokugawa teve que assinar tratados semelhantes com Inglaterra, Rússia e Holanda. Dessa forma, desmoronou a política de isolamento das nações estrangeiras, e outros fatores se encarregaram de corroer o sistema político que sustentava o poder do xogunato japonês.

Evasão rural

Por volta do século XVIII, a circulação cada vez maior de moedas influenciou muito não apenas a economia urbana, mas também a rural. Em vez de plantarem apenas para seu próprio consumo, a moeda permitiu aos agricultores o comércio de suas colheitas, com a compra de novos e melhores equipamentos e sementes de produtos como algodão e colza (para extração de óleo). Essa modernização provocou desníveis sociais, porque os agricultores conseguiram enriquecer com a comercialização de seus produtos e compraram terrenos de pessoas menos abastadas, ignorando a proibição imposta pela lei vigente. Muitos dos que perderam suas terras abandonaram o campo e foram para as grandes cidades, causando fissuras nas bases da então sociedade conservadora.

Expansão das atividades manufatureiras

A atividade têxtil também foi adquirindo novo fôlego, com o desenvolvimento do brocado nishijin na região de Quioto e Kiryû (província de Gunma) e do tecido de algodão nas imediações de Osaka e Owari. Os comerciantes de tecidos começaram a procurar camponeses para o trabalho na entressafra, alugando teares, fornecendo a linha e adquirindo tecidos a preços irrisórios.

Comerciantes ou proprietários de terras mais abastados, ou mesmo alguns senhores feudais, passaram a reunir camponeses num local montado com todos os equipamentos necessários para a fabricação de tecidos para a realização do trabalho em equipe, com subdivisão de tarefas. Surgiam, assim, as primeiras “fábricas”.

A vida dos camponeses não melhorou, apesar de todas essas atividades econômicas. Houve, inclusive, a piora das condições de sobrevivência, pois os camponeses começaram a sofrer a influência da flutuação dos preços dos produtos agrícolas, além dos tributos, que ficaram mais onerosos.

A desintegração do sistema de xogunato Tokugawa

Em fins do século XVIII, na tentativa de recuperar a estabilidade política do xogunato, o rôchû Matsudaira Sadanobu implementou a Reforma de Kansei (1787~1793), que se constituía em: construção de armazéns para o arroz, a fim de ter reservas, em caso de carência de víveres; limitação de lavoura de produtos comerciáveis; incentivo de estudos e práticas de artes marciais dos samurais; unificação do ensino, proibindo os estudos que não fossem de filosofia confucionista; anistia de uma parte das dívidas contraídas dos comerciantes pelos hatamoto, pregando a estes uma vida mais austera.

Com o abrandamento da política do xogunato causado pelo afastamento de Sadanobu, no início do século XIX, os comerciantes adquiriram cada vez mais poder econômico; em contrapartida, o número de samurais empobrecidos aumentou. Muitos plebeus compraram o título de samurai, fazendo com que seus filhos se tornassem herdeiros de famílias de samurais.

As insatisfações contra a sociedade desestruturada e a demonstração de fraqueza do xogunato Tokugawa perante as nações estrangeiras que forçaram a abertura dos portos causaram o surgimento de ideais revolucionários entre os jovens samurais, culminando com a restauração do poder imperial, em 1868.

 

Enquanto isso, no mundo…

1775~1783 – Guerra da Independência dos Estados Unidos

1789 – Revolução Francesa

1804 – Napoleão torna-se imperador da França

1840~1842 – Guerra do Ópio

1861 – Abolição da servidão camponesa na Rússia

• Guerra de secessão nos Estados Unidos

• Unificação da Itália, com a coroação do rei Vítor Emanuel II

História do Japão
Arquivo Nippo - Edição 324
Era Meiji (Parte 5) - Gakumon no susume Era Meiji (Convite ao saber)
Arquivo Nippo - Edição 322
Era Meiji (Parte 4) - Trabalho e sociedade
Arquivo Nippo - Edição 320
Era Meiji (Parte 3) - Coréia: muralha de proteção
Arquivo Nippo - Edição 318
Era Meiji (Parte 2) - O despertar da modernidade
Arquivo Nippo - Edição 316
Era Meiji (Parte 1) - O imperador assume o poder
Arquivo Nippo - Edição 314
Era Edo (Parte 7) - Os revolucionários e a queda do xogunato Tokugawa
Arquivo Nippo - Edição 312
Era Edo (Parte 6) - Popularizacao de algumas formas de arte
Arquivo Nippo - Edição 310
Era Edo (Parte 5) - As três fases culturais
Arquivo Nippo - Edição 308
Era Edo (Parte 4) - Os grandes impérios do
Ocidente invadem o Oriente
Arquivo Nippo - Edição 306
Era Edo (Parte 3) - Fome, revoltas e novas políticas
Arquivo Nippo - Edição 304
Era Edo (Parte 2) - Proibição do cristianismo e fechamento dos portos
Arquivo Nippo - Edição 302
Era Edo (Parte 1) - O início do isolamento japonês
Arquivo Nippo - Edição 300
Era Azuchi-Momoyama (Parte 4) - As mulheres que viveram na era das guerras
Arquivo Nippo - Edição 298
Era Azuchi-Momoyama (Parte 3) - Batalha de Sekigahara
Arquivo Nippo - Edição 296
Era Azuchi-Momoyama (Parte 2) - Nanban Bôeki
Arquivo Nippo - Edição 294
Era Azuchi-Momoyama (Parte 1) - O início da unificação japonesa
Arquivo Nippo - Edição 292
Era Muromachi (parte 4) - Tempos de piratas, comércio e expansão
Arquivo Nippo - Edição 290
Era Muromachi (parte 3) - Cultura Kitayama e Higashiyama
Arquivo Nippo - Edição 288
Era Muromachi (parte 2) - A era dos países em guerra
Arquivo Nippo - Edição 286
Era Muromachi (parte 1) - Era de duas cortes e “Restauração Kenmu”
Arquivo Nippo - Edição 284
Era Kamakura (parte 4) - Novo budismo em Kamakura
Arquivo Nippo - Edição 282
Era Kamakura (parte 3) - Habitações da cidade medieval de Kamakura
Arquivo Nippo - Edição 280
Era Kamakura (parte 2) - Yoshitsune, Benkei e Shizuka-gozen
Arquivo Nippo - Edição 278
Era Kamakura (parte 1) - Consolidação da política dos samurais
Arquivo Nippo - Edição 276
Era Heian - Parte 4
Era Heian e o budismo
Arquivo Nippo - Edição 274
Era Heian - Parte 3
Hiragana e a literatura
Arquivo Nippo - Edição 272
Era Heian - Parte 2
O surgimento dos samurais
Arquivo Nippo - Edição 270
Era Heian - Parte 1
Os grandes latifúndios


A empresa responsável pela publicação da mídia eletrônica www.nippo.com.br não é detentora de nenhuma agência de turismo e/ou de contratação de decasségui, escolas de línguas/informática, fábricas ou produtos diversos com nomes similares e/ou de outros segmentos.

O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade exclusiva do anunciante. Antes de fechar qualquer negócio ou compra, verifique antes a sua idoneidade. Veja algumas dicas aqui.

© Copyright 1992 - 2022 - NippoBrasil - Todos os direitos reservados