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Arquivo NippoBrasil - Edição 304 - 16 a 22 de março de 2005
 
• Era Edo – parte 2
Proibição do cristianismo e fechamento dos portos
Presença de estrangeiros no arquipélago, propagação do cristianismo e boatos sobre colonização foram ameaças ao xogunato Tokugawa


REBELIÃO - Amakusa Shirô liderou os revoltosos contra os senhores feudais

Arquivo NippoBrasil

Tokugawa Ieyasu (1542~1616), a exemplo de Toyotomi Hideyoshi (1536~1598), proibiu o culto ao cristianismo, mas, ciente das riquezas provenientes do comércio exterior, sua fiscalização era branda e bastante receptiva à vinda dos navios portugueses e espanhóis. Posteriormente, os navios holandeses e ingleses também passaram a freqüentar os portos japoneses. Aos navios mercantes japoneses pertencentes a senhores feudais e grandes comerciantes, foi concedido o alvará com o selo do clã Tokugawa, denominado shuin-jo, fomentando o comércio exterior com as ilhas do Sudeste Asiático, onde foram criadas algumas cidades japonesas.

Com a intensificação do comércio com Portugal e Espanha, o número dos que se converteram ao cristianismo também aumentou, fato que levou sacerdotes xintoístas e monges budistas a forçarem a proibição do cristianismo. Além de senhores feudais, alguns samurais e servos subordinados diretamente ao clã Tokugawa se converteram ao cristianismo. Por outro lado, os ingleses e os holandeses que chegaram ao Oriente depois de portugueses e espanhóis, por volta de 1601, para recuperar o atraso, tentaram atrapalhá-los, passando a espalhar o boato de que lusos e hispanos nutriam a ambição de colonizar o território japonês. Despontaram, ainda, alguns senhores feudais que enriqueceram com o comércio e adquiriram mais poder. Diante de tal panorama, o xogunato Tokugawa sentiu-se ameaçado.

Dessa forma, Tokugawa Ieyasu proibiu a prática do cristianismo com maior rigor, destruindo igrejas e expulsando os padres do Japão. O segundo xogum, Hidetada (1579~1632), limitou o comércio com os europeus apenas à região de Hirado e Nagasaki. O terceiro xogum, Iemitsu (1604~1651), proibiu a entrada dos portugueses, que teriam rompido com o arquipélago de qualquer maneira, em virtude da atividade pirata holandesa. Os ingleses fecharam a casa de comércio de Hirado e retiraram-se do Japão em 1623, encontrando outros pontos comerciais mais lucrativos. Os espanhóis também abandonaram o comércio com o Japão, por não vislumbrarem tanta vantagem, permanecendo apenas os holandeses na terra do sol nascente.

Em 1630, foi proibida a importação de livros chineses e europeus, a navegação dos que não fossem goshuin-sen (navio mercante autorizado pelo xogum), a saída dos japoneses ao exterior, a volta dos que moraram por mais de cinco anos no exterior e o aportamento dos navios estrangeiros. Foi construído ainda um aterro, ou seja, uma ilha artificial em Nagasaki chamada Dejima (1634), restringindo a atividade comercial e a permanência dos holandeses apenas a essa ilha.

A perseguição de Tokugawa aos cristãos incluía o oferecimento de cem moedas de prata para quem denunciasse o esconderijo de padres, culminando com o aprisionamento, a tortura e a morte de cristãos, que, eram identificados quando titubeavam ou se recusavam a pisar sobre quadros de madeira ou de bronze com imagens de Cristo ou da Virgem Maria (fumi-ê).

Revolta de Shimabara

A Revolta de Shimabara (1637~1638) foi a última turbulência enfrentada pelo xogunato de Edo antes da estabilização de seu sistema do seu governo.

Existiam muitos cristãos na região de Shimabara e Amakusa (norte da Ilha de Kyushu), por ela ter pertencido a Harunobu Arima e Konishi Yukinaga, senhores feudais cristãos, antes da Batalha de Sekigahara. Entretanto, os novos daimiôs da região, Matsukura Shigemasa e Terazawa Katataka, perseguiram os cristãos e aplicaram-lhes severas punições, como a morte na cratera de vulcões, ou ainda o envolvimento de seus corpos numa capa feita com palha de arroz, sobre a qual ateavam fogo. Tal morte era chamada de mino odori, ou seja, dança da capa de palha, e causava extremo divertimento aos senhores feudais, que gostavam de ver os condenados debaterem-se envoltos em chamas.

Matsukura e Terazawa cobravam altos tributos dos camponeses, mesmo sabendo que a região estava sendo castigada pela seca e, conseqüentemente, a colheita fosse escassa. A fome fazia muitas vítimas, mas, mesmo assim, os senhores feudais nada fizeram para ajudar o povo. Foi nesse cenário que se espalhou o boato de que um filho de Deus surgiria para salvar as pessoas. Esse salvador foi identificado como Masuda Shirô Tokisada, que, por ter nascido em Amakusa, ficou conhecido pelo cognome de Amakusa Shirô.

Amakusa Shirô liderou os camponeses rebelados de Shimabara e Amakusa que lutaram contra os cruéis senhores feudais e as tropas enviadas pelo xogunato Tokugawa. A rebelião de 37 mil pessoas só foi contida quando o governo de Edo enviou uma tropa de 120 mil samurais comandada por Matsudaira Nobutsuna, homem de confiança do xogum Iemitsu.

Após conter a rebelião, o governo puniu com a pena de morte os senhores feudais de Shimabara e Amakusa. A região tornou-se praticamente desabitada. Dessa forma, o governo forçou a migração de muitos camponeses para este local e adotou medidas políticas que beneficiavam os menos abastados, como a redução de tributos. Cinqüenta anos após o conflito, a região transformou-se em uma das zonas rurais mais ricas e modernas do Japão.

Amakusa Shirô (1621~1638)

Um padre expulso de Amakusa havia feito a profecia de que um jovem de 16 anos salvaria o povo quando o céu queimasse as nuvens de leste a oeste, o solo desabrochasse flores fora da época, a terra tremesse e o povo e a natureza perecessem.

Mais de duas décadas após a profecia, o céu tingiu-se de vermelho, as flores de cerejeiras desabrocharam – apesar de ser outono – e as doenças da época fizeram muitas vítimas. O povo passou a comentar que a profecia estava se concretizando. Nessa época, morava em Amakusa um menino de 16 anos, filho de Masuda Jinbê, que havia servido a Konishi Yukinaga. Era um menino muito esperto, de traços delicados e carismático, que logo se tornou muito respeitado na região. Sabia falar latim e era versado na doutrina cristã, assim como na filosofia confucionista.

Uma vez escolhido como líder do movimento, ele lutou bravamente à frente da força revoltosa, agiu com sabedoria, incentivou o grupo com a fé cristã e fez com que os camponeses lutassem sem temer a morte. Com a derrota da força revoltosa, ele foi capturado e decapitado.

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