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Kin no kamikazari
 

Adaptação livre de Claudio Seto
(Texto e desenhos: Claudio Seto)

 

Com a obrigatoriedade criada pelo governo Tokugawa de que cada senhor feudal deveria permanecer metade do ano em Edo (hoje Tóquio), o comércio de luxo cresceu vertiginosamente, e a capital japonesa oferecia aos ricos senhores presentes que agradavam às mais belas e exigentes mulheres, tais como quimonos de seda pura, cerâmica de fino trato e maravilhosos adornos para cabelos.

Certa ocasião, quando um comerciante de produtos finos vendia um adorno para cabelos a uma rica senhora em sua loja, uma garotinha aproximou-se e ficou olhando admirada para os ornamentos que estavam sendo mostrados para a cliente.

Quando a rica senhora foi embora, a garotinha aproximou-se do vendedor e, apontando um ornamento para cabelos, disse que queria comprá-lo.
– Comprar o kin no kamikazari, o ornamento de ouro! – exclamou, surpreso, o proprietário da loja.

– É um presente para minha irmã. Por favor, faça um embrulho bem bonito.
– Você tem dinheiro suficiente para pagar?

A menina, então, tirou da manga do quimono um lenço dobrado, colocou-o sobre a mesinha e mostrou quanto dinheiro trazia.

– Veja, tenho tudo isso!
Eram poucas moedas, que somavam pequeno valor.

– Acho que minha irmã mais velha merece esse presente. Desde que mamãe morreu, ela cuida de mim e de meu irmãozinho com muito carinho. Ela trabalha tanto, que não tem tempo para se cuidar. Com esse ornamento, quero vê-la muito bonita.

O dono da loja colocou o ornamento numa embalagem laqueada e embrulhou-a cuidadosamente, com o lenço de seda.

– Sua irmã vai gostar muito do presente – disse o homem, entregando o embrulho para a menininha.

A menina foi embora toda feliz, e o dono da loja, com os olhos emocionados, acompanhou-a, até que ela desapareceu no final da rua.

Na tarde desse mesmo dia, uma bela moça procurou pelo dono da loja. Ao ser atendida, colocou na mesinha um embrulho conhecido e perguntou:

– Esse ornamento foi comprado aqui?
– Sim – confirmou o homem.
– Pode me dizer quanto ele custou?

– Quando se trata de um presente, é falta de ética dizer o preço.
– Foi a minha irmãzinha quem o comprou.
– Nossa loja só pode revelar o preço se a cliente assim o desejar.

– Minha irmã só tinha poucas moedas. Ela não poderia comprar um ornamento tão valioso.
– Ornamento de ouro – disse o dono da loja, refazendo o embrulho com muito cuidado. Em seguida, dobrou-o devidamente com o lenço de seda e entregou-o para a garota.
– Sua irmãzinha pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar. Ela deu tudo o que tinha.

A moça apertou o embrulho junto ao peito e lágrimas rolaram por sua bela face. Em seguida, desfez o embrulho, pegou o ornamento de ouro e prendeu-o em seus cabelos. Despediu-se do dono da loja e saiu muito feliz, arrumando o ornamento e dizendo:

– Acho que os pequenos vão gostar de me ver assim.

 
Adaptação livre de Claudio Seto

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