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Os ratos sumotoris
 

Adaptação livre de Claudio Seto
(Texto e desenhos: Claudio Seto)

 

Há muitos e muitos anos, no Japão, vivia um casal de velhinhos no sopé de uma montanha. Por serem pobres, raramente os velhinhos iam até a cidade fazer compras ou tomar banho em onsen (termas de água quente). O velhinho tinha uma pequena horta e cultivava verduras para o consumo do casal, e a velhinha cuidava dos afazeres domésticos.

Um dia, quando o velhinho se embrenhou na mata para apanhar lenhas, ouviu um ruído diferente entre as árvores. Espiou em silêncio detrás de uma árvore e viu dois ratos lutando sumô.

Foram várias rodadas, e o rato maior jogava sempre o rato menor para fora do ringue circular. Observando atentamente o rato menor, o velhinho reconheceu que era o ratinho que vivia em sua casa.
Assim que voltou para sua morada, o velhinho contou o que tinha assistido.

– Então são ratos sumotori (lutadores de sumô)? – perguntou a velhinha.
– Não, o rato grande e forte parece ser um choja nezumi (rato milionário), e o fracote é o rato que vive em nossa casa – respondeu o velhinho.

– Sinto-me culpada. O ratinho comendo migalhas de uma casa de pobre só pode ser fraco mesmo – observou a velhinha.

– Então vamos socar o que nos resta do arroz glutinoso (motigome) e fazer moti (bolinho de arroz) para ele ficar forte!
– Boa idéia!

Assim, lavaram o arroz glutinoso no primeiro dia do ano novo, cozinharam-no e colocaram-no para pilar. O velhinho batia com um pilão em forma de enorme martelo, enquanto a velhinha virava habilmente a massa de arroz socado para não grudar na cova do almofariz. Depois que a massa ficou bastante glutinosa, a velhinha foi tirando pedaços e girando na palma da mão. Fez vários bolinhos e os colocou numa bandeja comprida de madeira.

– Ratinho de casa, coma bastante moti e adquira força para derrotar o rato grandão – dizendo isso, o velhinho colocou a bandeja no cantinho da casa, perto de um buraco na parede.

Foi um verdadeiro banquete para o ratinho, que comeu a noite inteira e só parou para descansar para a luta.

Durante o dia, no meio da mata, as lutas desenrolaram-se da seguinte maneira:

No primeiro round, o rato grande empurrou o pequeno para fora do ringue circular. No segundo, o rato pequeno jogou o grande para fora do ringue.

No terceiro round, o rato grande levantou o pequeno e o arremessou para fora do círculo.

No quarto round, o rato pequeno empurrou o grandão para fora do ringue. Assistindo à luta escondido, o velhinho sorriu satisfeito.

Com o empate no sumô, o rato milionário perguntou ao rato pequeno:
– Como foi que você adquiriu tanta força de um dia para outro?

– Ah, eu comi bastante moti, feitos carinhosamente por meu mestre e sua esposa – respondeu o pequeno.
– Eu gostaria de comer esses bolinhos de arroz na sua casa.

– Meu mestre é muito pobre, mas, se você trouxer dinheiro para ele comprar o arroz, acho que ele vai fazer para você também.
Quando o velho chegou em casa, a velha perguntou:

– Como foi a luta de sumô hoje?
– Ah, foi ótima, o nosso ratinho está tão forte quanto o grandão.
– Fico feliz! Foi bom ajudá-lo fazendo bolinhos de arroz.

– Bem, ouvi o ratão dizendo que gostaria de provar nosso moti.
– Só sobrou um pouquinho de arroz para comermos nesse ano novo, pois o que socamos ontem nós demos para o ratinho.

– Podemos ficar sem; vamos socar para os ratos.
Nessa noite, o rato grande veio visitar o rato pequeno trazendo um saco grande nas costas.

– Esses bolinhos de arroz glutinosos foram feitos pelo meu mestre e sua amável esposa. Por favor, sirva-se.

– Oh! Realmente são deliciosos. Eu nunca comi bolinhos tão gostosos. Dizem os japoneses que bolinhos feitos com carinho dão muita sorte para quem os come.

Os dois ratinhos comeram e comeram até ficarem com a barriga estufada, como os lutadores de sumô. A velhinha bondosa costurou uma tanga vermelha para cada um usar na luta.

Na manhã seguinte, quando o casal acordou, encontrou um saco cheio de dinheiro no armário. Os velhinhos tiveram um início de ano muito feliz fazendo compras na cidade e tomando banho diariamente nas termas de água quente.

 
Adaptação livre de Claudio Seto

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