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Guengoro e o tambor encantado

Adaptação livre de Claudio Seto
(Texto e desenhos: Claudio Seto)

 

Há muito e muitos anos atrás havia no Japão um jovem de nome Guengoro. Certa ocasião ele encontrou um estranho tambor e casualmente descobriu que quando batia nele e dizia “nariz cresça e apareça”, seu nariz ia crescendo, crescendo, enquanto duravam as batidas. E quando batia novamente dizendo “nariz diminua e desapareça”, o nariz ia diminuindo até voltar ao tamanho normal. Era realmente um tambor de estranho poder.

- “Tenho que arranjar alguma maneira para que o poder desse tambor possa ser útil para mim”. Assim pensando, Guengoro saiu em peregrinação com seu amigo Taro.

Dias depois os dois chegaram em uma cidade . Numa das ruas próximas ao santuário dedicado ao deus Zenchi no Mikoto, os amigos viram uma linda jovem, ricamente vestida. Ela caminhava em direção do templo acompanhada de sua irmãzinha. Guengoro aproximou-se das duas para pedir informações.

- Como se atreve a dirigir-me palavras, seu plebeu insolente. Sou filha do governador da província, coloque-se na posição de sua insignificância e fique longe de mim.

Guengoro assustou-se com a grosseria de uma garota tão linda. Pensou imediatamente que ela merecia uma lição. Logo arquitetou uma brincadeira maldosa e escondeu-se em um arbusto. Sem que ela pudesse ver ou ouvir, começou a bater o tambor dizendo: - Nariz da menina bonita, cresça e apareça. Nariz da menina bonita, cresça e apareça...

De repente o nariz da bela jovem começou a crescer e ela, assustada, voltou correndo para casa aos prantos.

A mocinha era filha do governador e homem mais rico da província. Seus pais ficaram chocados com o terrível acontecimento. Precisava curar imediatamente aquela deformação que estava tornando feio aquele rosto angelical. Primeiro chamaram um monge budista para fazer fortes orações, pois aquilo parecia praga de demônio. Como as rezas bravas do monge não estavam resolvendo a situação, chamaram um sacerdote shintô para invocar as forças dos deuses da natureza na cura do nariz da mocinha.

Todos os esforços religiosos foram em vão. Então mandaram chamar os médicos taoístas, que tudo curavam com chá e elixir de ervas e raízes. Mesmo assim de nada adiantou e o nariz crescia, cada vez que, escondido perto da mansão do ricaço, Guengoro batia o tambor.

O governador milionário estava desesperado. Com aquele nariz sua filha não teria chance de se casar com um príncipe imperial, e seu sonho de se tornar um nobre da corte na capital do Japão, por ser sogro de príncipe, estava indo por água abaixo.

Foi no auge desse desespero que Taro, amigo de Guengoro, apareceu na mansão disfarçado de sacerdote shintô. Na verdade, ele era mais um no meio de muitos sacerdotes, monges e médicos que tentavam, cada um a seu modo, a cura do nasal da mocinha.

Assim que terminou a encenação de prece, Taro olhou solenemente para o milionário e fez uma sugestão:

- Estamos diante de um raro fenômeno. A cura não está na simples oração de monges budistas, sacerdote shintô ou doutores taoistas. É necessário alguém muito mais poderoso. Sugiro que faça cartazes oferecendo boa recompensa, para quem conseguir curar o nariz de sua filha.

Pensado no seu desejo de tornar-se nobre, com casamento de sua filha com um príncipe imperial, o governador milionário mandou fazer vários cartazes oferecendo grande quantia em moedas de ouro. Esses cartazes foram espalhados por toda região.

Alguns dias depois, Guengoro se apresentou na mansão do milionário.

- Sou terapeuta nasal, vim atraído por esse cartaz.

Convidado a entrar até o quarto da mocinha, Guengoro levou um susto: o nariz dela estava atingindo o teto.

-Acho que exagerei nas batidas do tambor - pensou Guengoro.

Guengoro alegou que um nariz daquele cumprimento não poderia ser curado num passe de mágica. Levaria alguns dias para concluir o trabalho. Assim, hospedado na casa do milionário, comendo do bom e do melhor, diariamente dava umas batidinhas no tambor dizendo: “nariz diminua e desapareça”. Dessa forma o nariz ia diminuindo diariamente aos poucos.

A família milionária ficou encantada com a terapia de Guengoro. O pai da garota então perguntou:

- Esse tambor é poderoso, será que não dá pára você bater mais e curar mais rápido o nariz da minha filha.

-Não diga uma bobagem dessa. Esse tambor certamente pertenceu a Zenchi no Mikoto, o poderoso Deus da Graça Divina, cujo dizer consagrado é: “a paciência é a mãe de todos os milagres”.

Assim quando chegou ao décimo primeiro dia, o nariz da mocinha atingiu o tamanho normal e o trabalho de cura foi considerado um sucesso. Guengoro e Taro deixaram a casa carregando um cesto cheio de moedas de ouro.

Assim os dois voltaram para casa ricos e nunca mais seria preciso trabalhar para ganhar o sustento.

 
Adaptação livre de Claudio Seto

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