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O Macaco e a Água Viva - Parte Final
 

Adaptação livre de Claudio Seto
(Texto e desenhos: Claudio Seto)

 

No tempo do Japão mitológico, havia no fundo do mar um famoso palácio conhecido como Ryugyu, o Palácio do Dragão, cujo senhor era Shiyozushi no Kami, o deus das Águas e do Mar. Sua bela filha Toyotama Hime, a princesa Alma Luxuriante, ficou muito doente e os melhores remédios do fundo do mar não conseguiam curá-la. Em uma reunião com todos os habitantes do fundo do mar, ficou-se sabendo que o fígado de macaco eram um excelente remédio, que curava todos os males. A dona Água-viva foi a escolhida para a nobre missão de atrair um macaco para o palácio.

A idéia era pegar o macaco por uma das suas fraquezas: a gula. Ela teria de convidá-lo para um banquete no Palácio do Dragão, dizendo que estaria cheio de castanhas e caqui. Chegando na ilha de Seto ela logo conseguiu convencer um macaco a acompanhá-la.

-Suba e vamos embora, disse a água-viva toda feliz, certa de que tinha conseguido enganar o macaco.

Ela foi nadando durante algumas horas e o macaco começou a sentir cansaço e reclamar que estava demorando.

Para entreter o macaco a água -viva falava sem parar e deixou escapar uma pergunta indevida.
-É verdade que você possui um tal de fígado?

-Sim é claro todos os bichos têm fígado.
-Ah! Mas do macaco é muito importante.

-Como assim, por que importante?
-Ah, não leve em conta. Eu disse o que não devia.
O macaco muito esperto ficou desconfiado do repentino corte na conversa e disse:

-Minha amiga, gostaria muito de saber porque fígado de macaco é tão importante.
-Não sei se devo dizer. É um segredo.

-Veja aceitei seu convite de todo coração e acho que você está sendo descortês ao negar uma explicação para seu convidado.

-Está bem, se guardar segredo é falta de educação, vou dizer só para você. Na verdade a Princesa Toyotama está muito doente e o melhor remédio para curar a doença dela é fígado de macaco. Por isso vim para buscá-lo.

O macaco ficou muito assustado, mas com seu jeito cínico de ser, fingiu tranqüilidade e disse:

-Ah! Eu não sabia que meu fígado era um santo remédio para a princesa. Se soubesse eu teria trazido comigo. Se você tivesse dito antes eu não teria deixado o fígado no galho da árvore.

-Mas você não trouxe o fígado?! Ora então não vai adiantar nada ir até o palácio.
-Ora vamos voltar para pegar o meu fígado.

Dona Água-viva já não agüentava o peso do macaco em suas costas, mas deu meia volta e rumou em direção da ilha. Quando chegou o macaco subiu na árvore com pretexto de apanhar o fígado e ficou deitado no galho folgadamente.

-Ei macaco parece que você vai tirar uma soneca. Desça logo daí com o fígado.

-Olha mudei de idéia, não vou mais para o Palácio do Dragão. Vou sair pulando de galho em galho, por todas as ilhas avisando os macacos para não cair na sua conversa. Dizendo isso o macaco fez caretas para a água-viva e saltou de galho em galho até desaparecer.

No palácio todos os habitantes do mar esperavam ansiosamente pela Água-viva. Ficaram decepcionados quando ela chegou sozinha e de mãos vazias.

-O que vamos dizer agora para Deus do Mar que nos encarregou dessa importante missão?! Preocuparam-se todos.

A água viva contou detalhadamente que vinha trazendo o macaco, mas no meio do caminho falou demais e o macaco conseguiu enganá-la.

Os habitantes do mar resolveram dar uma surra na água-viva para ela aprender a não ser tão burra e tão linguaruda. Bateram tanto que quebraram todos os ossos que ela tinha.

Reza a lenda que, desde então, a água-viva ficou com o corpo mole e sem ossos como é atualmente...

Fim!

 
Adaptação livre de Claudio Seto

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