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O trovão que caiu das nuvens - Parte Final
 

Adaptação livre de Claudio Seto
(Texto e desenhos: Claudio Seto)

 

No folclore japonês Kaminari (trovão) é personificado por um ser demoníaco, de cor verde. Conta uma lenda que numa tarde de verão, no povoado de Owari no Kuni (País de Owari, atual província de Aichi), depois de uma chuva torrencial um lavrador encontrou uma criatura que de certo modo lembrava o oni (demônio), porém se diferenciava pela sua pele de cor verde. O lavrador então lembrou que aquela criatura só podia ser um trovão. Cuidou de seus ferimentos e o hospedou em sua casa. Quando já estava recuperada a criatura disse ao lavrador para fazer um pedido. O homem não hesitou e pediu um filho.

NOVE MESES DEPOIS

Durante muitos meses a casa do lavrador era só alegria. A medida que a barriga da sua mulher ia crescendo, o lavrador ficava mais ansioso, pelo filho que estava para chegar. Cada trovoada ele levantava a cabeça para as nuvens e agradecia mentalmente ao trovão.

Finalmente chegou o grande dia e nasceu um menino muito forte. O garoto cresceu sendo tratado com muito carinho. O menino gostava muito de estudar, mas como não havia escola na região foi enviado para um mosteiro budista, como aprendiz de monge. Ali todos se espantavam com a incrível força que tinha o garoto. Comentavam que sua força era equivalente a de cinco adultos juntos.

Naquela época, todas as noites, as pessoas que habitavam o mosteiro estavam sendo amedrontadas por um terrível oni. O malvado torturava os noviços que iam bater o sino, mordendo lhes as orelhas, quebrando as pernas ou arrancando os cabelos. Assim, com medo do ataque do demônio, o sino que era uma referência da hora de jantar para os lavradores da região, havia silenciado já há algum tempo.

Ficando sabendo da história o filho do lavrador que era forte e destemido, pediu ao monge superior que o deixasse bater o sino todas as noites.

-Está bem, mas não quero que se machuque inutilmente. Se o Oni aparecer corra para dentro do mosteiro.

Quando a noite chegou, o menino subiu o morro dos pinheiros onde ficava o grande sino e começou a bater. Logo apareceu o demônio irritado com o som vibrante do grande sino e agarrou o garoto por trás, pela gola da vestimenta. O menino girou o corpo e agarrou a cabeça do demônio. A reação surpreendeu o oni que estava acostumado com choro e tentativa de fuga dos noviços.

O menino era tão forte que o demônio sentiu-se sufocado com o apertão que ele lhe dava na cabeça. Então o demônio agarrou o menino pelos cabelos e puxou com toda força, para se livrar dele. Porém o garoto não desgrudou e foi um puxa-puxa sem fim. Percebendo que o garoto era forte demais, o demônio tentou fugir correndo, porém, o menino, abraçou um tronco de árvore com as pernas enquanto apertava com força a cabeça do adversário.

Quando o galo cantou anunciando o amanhecer, o oni que não suporta o sol, deu um berro apavorado e saiu na disparada, deixando o próprio braço pendurado no couro cabeludo do menino. Quando o sol se levantou, os monges do mosteiro que sofreram a noite inteira ouvindo gritos horríveis de luta, se aproximaram preocupados. O garoto estava com a o braço do demônio e sorridente pela vitória.

Há quem diga que essa lenda se refere à infância de Mussashi-bo Benkei, um monge de força espantosa que teria vivido no período Heian (784-1192). A única certeza de tudo isso é que desde então, nunca mais apareceu nenhum oni nas proximidades do mosteiro Genkoji, e a paz voltou à região de Owari.

Fim...

 
Adaptação livre de Claudio Seto

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