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O trovão que caiu das nuvens - Parte 1
 

Adaptação livre de Claudio Seto
(Texto e desenhos: Claudio Seto)

 

No folclore japonês Kaminari (trovão) é personificado por um ser demoníaco, de cor verde, que carrega um arco de tambores ou um saco de vento e gosta de correr fazendo muito barulho sobre as nuvens, onde habita. Diziam as mães japonesas da Antigüidade que, esses seres costumavam comer o umbigo dos seres humanos, portanto, em dia de chuva, era comum ouvir as mães prevenir aos filhos para se vestirem senão o trovão viria pegar seus umbigos.

Conta uma lenda nipônica que numa tarde de verão, há muitos e muitos anos atrás, o céu escureceu repentinamente, e das nuvens negras que tomaram conta do infinito, muitos relâmpagos, raios e trovoadas assustaram um povoado de Owari no Kuni (País de Owari, atual província de Aichi). Na ocasião, um jovem lavrador que trabalhava em sua roça, para se se proteger da chuva torrencial que começou a desabar, correu para baixo de uma árvore. Nisso um raio acompanhado de um barulho ensurdecedor caiu nas proximidades, pregando um grande susto no jovem, que se atirou ao chão tremendo de medo.

Passado a chuva de verão, o lavrador levantou-se cautelosamente e notou que por perto havia algo brilhante tentando se movimentar. Ao se aproximar, deparou com uma criatura estranha, feia, que de certo modo lembra o oni (demônio), porém diferenciava pela sua pele de cor verde.

O lavrador então lembrou que aquela criatura só podia ser um trovão, criatura barulhenta que habita sobre as nuvens. A cena era inacreditável, um trovão havia caído das nuvens e se contorcia de dor mesmo desmaiado. O lavrador então correu até a mata próxima e trazendo ervas medicinais, esfregou na pele dura do trovão, principalmente no lado em que havia esborrachado no chão. A erva agiu como um bálsamo e pouco tempo depois, o trovão abriu os olhos e levantou-se com grande esforço. Vendo o jovem lavrador, o trovão curvou-se agradecendo o tratamento recebido.

-Muito obrigado, a erva que esfregaste em mim aliviou minha dor. Eu estava correndo animadamente nas nuvens e não percebi que havia um vão maior que meu passo. Então despenquei por puro descuido.

-Fico satisfeito que tenha se recuperado e curioso para saber como conseguirá voltar às nuvens.

-Vou precisar mais uma vez de sua ajuda. Preciso que construa um barco com a madeira da canforeira, depois encha de água e cubra com galhos e folhas de bambu.

O trovão ficou hospedado na casa do lavrador enquanto esse construía o barco. Alguns dias depois o serviço estava quase concluído.

-Puxa! Está pronto! Que barco bem feito. Enquanto eu descansava para recuperar minhas forças, você fez um belo trabalho. Gostaria de agradecer realizando algum desejo para você. Peça o que quiser, sem cerimônia.

-Bem, nesse caso, gostaria de ter um filho, pois minha mulher e eu estamos casados a alguns anos e ainda não temos filho.

-Não se preocupe, seu desejo será realizado com certeza. Dizendo isso o trovão apanhou o galho de bambu cheio de folhas e começou a mexer na água que o lavrador havia colocado no barco de cânfora. Do movimento circular que ele fazia, começou a sair uma densa neblina e foi subindo em direção do céu. Nisso o trovão subiu na neblina e foi levado até desaparecer no meio das nuvens.

Continua...

 
Adaptação livre de Claudio Seto

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