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Arquivo NippoBrasil - Edição 202 - 16 a 22 de abril de 2003
 
A mão e a ira - Parte 1
Lenda da Província de Okinawa

Adaptação livre de Claudio Seto
(Texto e desenhos: Claudio Seto)

 

Há muito tempo atrás, na aldeia pesqueira de Itoman, na ilha de Okinawa, havia um pescador chamado Midon. Ele era jovem e corajoso, porém pegou uma gripe brava e ficou tempo sem poder ir ao mar pescar. Então para o sustento dele e da mãe, emprestou dinheiro equivalente a dois meses de seu trabalho, de Kodama Sozaemon, de Satsuma no Kuni (atual província de Kagoshima).

O pescador pensava que em dois meses voltaria à pesca e trabalhando dobrado, em pouco tempo poderia pagar o empréstimo e seu alto juros. Porém decorrido o prazo, Midon não havia recuperado a saúde. Além disso a tempestade que no fim de verão e início de outono assolava anualmente a aldeia, transformara-se em tufão e castigou violentamente a costa da ilha, levantando altas ondas que nenhum pescador se arriscaria a botar o sabami (pequeno barco) no mar.

No dia marcado, Kodama Sozaemon apareceu para receber a dívida do pescador. Kodama era samurai e comerciante muito esperto. Tinha um navio grande e viajava sempre para Okinawa para levar vários produtos. Na volta a Satsuma trazia peixe seco e vendia para ser usado como tempero de sopa de missô. E Midon era um dos pescadores que fornecia peixe seco para Kodama. Como Midon não tinha dinheiro para quitar seu compromisso, pediu humildemente que prorrogasse por mais dois meses o pagamento.

Kodama, sabendo da dificuldade causada pelo tufão, concordou em esperar por mais dois meses, com a condição de dobrar os juros.

Passados os dois meses seguintes, Kodama retornou, no dia combinado, mas não encontrou o pescador. Esperou durante muitas horas pelo retorno dele a casa, mas nada de Midon aparecer.

- Aquele sujeito está tentando me passar a perna - pnsou irritado o comerciante e saiu em busca do pescador. Percorreu toda aldeia e não o encontrou. Então foi até os rochedos beira mar e descobriu o rapaz que se achava dentro de uma caverna.

Sacou sua espada e gritou:
- Seu patife! Você está se aproveitando de minha generosidade em concordar com a protelação do recebimento de sua dívida, seu sem-vergonha! Além de não pagar o que deve, ainda foge e se esconde. Vou decapitá-lo!
Descoberto, o pescador saiu da caverna envergonhado e se desculpou, curvando até encostar a cabeça na areia da praia.

- Não estava fugindo nem escondendo - explicou. Eu estava envergonhado, não tinha cara para enfrentar o senhor. Enquanto pensava como me explicaria perante o senhor, acabei chegando a esta caverna. Os tufões que nos castigaram, foram-se. Daqui para frente vou trabalhar com todas as minhas forças. Assim que conseguir o dinheiro, irei até sua casa em Satsuma para resgatar a dívida. No momento nada posso fazer, mesmo que seja morto com sua espada, por não honrar meu compromisso. Acho, porém, indesculpável morrer sem pagar minha dívida.

Midon não estava mentindo. Suas palavras partiam do fundo do coração. Entretanto, Sozaemon não cedeu. Ergueu a espada visando cortar o pescoço oferecido pelo jovem.

- Você está me fazendo de bobo. Tapeado por um pescador perderei a honra de pertencer a classe dos samurais. Tenho que matá-lo.

Nesse momento, soou do fundo da caverna uma voz grossa e penetrante que parecia atravessar todo o corpo do comerciante. A voz falava em dialeto de Okinawa, incompreensível para o samurai.

Continua...

 
Adaptação livre de Claudio Seto
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