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Arquivo NippoBrasil - Edição 113 - 19 de julho a 1 de agosto de 2001
 
Ushikata to Yamauba - Parte 2
O vaqueiro e a bruxa da floresta
 

Adaptação livre de Claudio Seto
(Texto e desenhos: Claudio Seto)

 

AH! ENCONTREI
- Espere, vaqueiro, ainda estou com fome. Agora permita-me que te devore. Você é cheio de saúde e parece apetitoso. Deixe-me saciar minha fome devorando você todinho.

- Socorrro, acudam-me! Essa Yamauba louca quer me devorar! Gritando desesperado o Ushikata corria de um morro a outro tentando salvar a pele. Enquanto corria com a respiração ofegante, ia pensando em se esconder em algum lugar onde a megera não pudesse encontrá-lo. Nisso, olhando de cima do precipício, avistou uma colina. Ao pé da colina havia uma luz fraca denunciando a existência de uma habitação.

- Vou fugir para dentro daquela colina, pensou o vaqueiro, que correu desesperado em direção da colina rasgando galhos no peito.
- Não estou agüentando de cansaço, preciso esconder-me em algum lugar para um breve descanso.

Havia uma árvore grossa com enormes galhos à beira de um lago. Ushikata agarrou a árvore e foi subindo até chegar lá em cima. Ficou agarrado ao galho procurando descansar. Pouco depois, apareceu a Yamauba no local.
- Onde se escondeu aquele Ushikata desgraçado?

Olhou para todos os lados e começou a procurar tombando capins com a mão. De repente gritou:
-Ah! Está escondido aí, seu infeliz.
Agarrado ao galho, a imagem de Ushikata balançava ao sabor do vento, refletida no espelho da água do lago.

- Encontrei você, meu apetitoso vaqueiro!, disse a Yamauba entrando na água. Esticou a mão e tentou pegar a imagem refletida de ushikata. A bruxa pensava que o vaqueiro estava escondido dentro da água, no fundo do lago. Porém, ao enfiar os braços, a água balançou e a imagem se desfez.

-O que foi isso? Onde foi parar o vaqueiro?
Yamauba ficou intrigada e pensativa dentro do lago, porém como sua mente não era daquelas que podemos chamar de privilegiada, não chegou a nenhuma conclusão, apesar de ficar pensando por alguns minutos. Nesse intervalo, a água serenou e a imagem do vaqueiro reapareceu.

A bruxa da montanha tentou agarrar a imagem com os dois braços levantando a água para cima. Porém, nada conseguiu pegar. Mesmo tentando várias vezes, não conseguiu agarrar o vaqueiro. Balançando seus cabelos brancos a Yamauba ficou muito furiosa e berrou:
- Onde está você, Ushikata? Vamos, apareça!

O grito estremeceu toda a colina, balançou todas as árvores e derrubou todas as folhas. Ushikata que estava agarrado ao galho também foi derrubado com a terrível vibração e caiu sentado no chão.

Mais que depressa o vaqueiro se levantou e fugiu correndo de novo. Em cima de sua cabeça, vários urubus voavam em círculo como prenúncio de mau agouro. Na frente, atrás e por todos os lados do vaqueiro fugitivo havia lindos pés de momiji (acer ), pois aquele local era conhecido como Colina de Outono. Porém, apavorado que estava, os olhos do Ushikata não conseguiam ver a beleza da paisagem nem a calma dos urubus voando. Tropeçava nas raízes das árvores, caía a toda hora, e só sabia fugir levantando poeira.

Paralelamente, de colina em colina, um vento frio percorreu toda a montanha trazendo consigo o anoitecer. Sobre a montanha uma enorme lua começou a brilhar como holofotes e os insetos começaram seu show de cantorias.

-Oh, que sorte, uma cabana. Estou salvo!, pensou Ushikata correndo em direção da pequena habitação no meio do capinzal. O vaqueiro entrou correndo na casa sem mesmo pedir licença e gritou com o pouco de força que ainda lhe restava:

-Socorro, ajudem-me. Salvem-me, por favor!
Por mais que implorasse por ajuda, ninguém respondia. A casa estava vazia.

- Que casa estranha e de mal agouro. Acho que vou me esconder no teto até o amanhecer, pensou o vaqueiro. Mal se acomodou numa viga próxima do teto, ouviu passos entrando na casa. Era a Bruxa da Montanha que começou a falar sozinha:

- Hoje me cansei. Só lamento ter deixado meu jantar fugir.

Continua...

 
Adaptação livre de Claudio Seto
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