O
ARROZ QUE NUNCA ACABA
A
velhinha examinando a semente deixada pelo pardal, percebeu que
era semente de cabaça.
-Como foi o pardalzinho que trouxe deve haver algum significado.
Logo
ela tratou de plantar a semente no quintal. Tempos depois a semente
brotou.
As folhas se abriram e o cipó foi crescendo.
Depois, enormes flores brancas floresceram.
No
outono, enormes frutos despontaram no pé da cabaça.
Esses frutos diferentes das cabaças comuns eram enormes,
de tamanho nunca visto nas redondezas.
-São cabaças fabulosas, diziam todos.
O pessoal do vilarejo, crianças e adultos, todos vinham
a casa de obaasan para elogiar as cabaças.
Quando
as cabaças amadureceram obaasan dava para as pessoas que
as queriam.
Cozinhando eram muito saborosas.
As cabaças que sobraram, a senhora resolveu fazer recipientes
de água e pendurou-as na casa para deixar secar.
Alguns
meses depois...
-Já deve estar bem seco. Vou descer e fazer o cantil.
A velhinha foi tirar a cabaça pendurada no teto e levou
um susto. Elas estavam muito pesadas.
Mesmo achando estranho, ela cortou o bico da cabaça para
tirar a semente e fazer o grande cantil de água. Quando
despejou a semente numa tina, levou um susto, pois de dentro da
cabaça saiu uma enorme quantidade de arroz bem branco.
Abaixando
outra cabaça a mesma coisa. Todas estavam milagrosamente
com arroz dentro.
O incrível de tudo isso é que o arroz, por mais
que tirasse nunca acabava. Funcionava como se a cabaça
fosse uma fonte milagrosa de arroz.
Nessa
época, devido a uma grande seca na região, o povo
estava passando dificuldades e a velhinha distribuiu arroz para
todo mundo.

Fim...
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