Há
muito e muito tempo, num certo lugar, existiu uma velha senhora
bondosa que todos a chamavam de Obaasan.
Certo
dia, quando ela estava costurando, ouviu uma voz chorosa vindo
do quintal gritando por socorro.
Quando
Obaasan saiu no quintal, viu um pequeno pardal sendo judiado por
um corvo.
O corvo corria atrás do pardal para cutucar o pobrezinho
com a ponta de seu enorme bico.
- Pare seu corvo danado, com esse enorme corpo judiando do pequeno
e indefeso pardalzinho disse a velhinha.
- Gritando
Xô, xô!, A velhinha espantou o corvo malvado, que
foi embora voando para bem longe.
- Pronto, o perigo já passou, pode ir embora sossegado
agora pardalzinho - disse Obaasan.
O pardal ficou muito feliz por ter sido salvo, porém não
conseguia voar. As bicadas do corvo haviam causado ferimentos
no pardal.
Obassan
colocou o pardal na palma da mão e examinou suas costas.
-Nossa, está machucado! Coitado, está com o osso
do quadril quebrado, assim não dá para voar.
E a velhinha fez leve massagem com os dedos
Depois
improvisou um ninho, colocando dentro de uma caixa palhas macias
e algodão dizendo: - Fique quietinho por uns dias que vai
sarar logo, logo.
Diariamente, ela tratava do passarinho, dando-lhe água,
arroz e pequenas sementes.
-Vovó,
como está a saúde do pardal ?, perguntavam as crianças
da vizinhança que vinham visitar o passarinho.
Como a velhinha tratava com muito carinho, o ferimento do pardal
foi sarando rapidamente.

A
pequena semente
Passados
alguns dias, o pardal ficou completamente curado.
Sua voz foi ficando cada dia mais forte, e já dava para
voar à vontade dentro da casa de Obaasan.
-Acho que agora poderá voltar sozinho para sua casa na
mata.
A velhinha
colocou o pardal na palma da mão e levou-o até o
quintal.
-Pardalzinho, pode ir embora.A criançada também
veio se despedir do pardal
- Tome cuidado para não ser pego pelo corvo malvado, nem
pelo terrível gavião, disse Obassan.
-Tiu, tiu, Obaasan muito obrigado! Adeus criançada! Dizendo
isso, o pardal saiu voando e ganhou o azul infinito do céu.
Obassan
começou a sentir falta do pardalzinho que diariamente tratava
com todo carinho. E passava o dia inteiro pensando no passarinho:
- A esta hora, o que será que ele está fazendo?
Será que o pardalzinho está se alimentando bem?
Assim, a velhinha começou a sentir muitas saudade do pardal
e esperava ansiosamente que um dia ele viesse visitá-la.
Vinte
dias haviam se passado. Era uma bela manhã ensolarada.
Quando Obaasan estava estendendo roupa, um pardal veio voando
e pousou numa árvore do quintal.
-Oh! Será aquele pardal?, pensou a velhinha. Olhando bem,
realmente era o pardal que ela havia curado.
Emocionada
ela disse: - Que bom que você não me esqueceu e veio
me visitar!
O pardal chegou voando perto da velhinha e trazia algo pequenino
no bico. Era uma pequena semente que ele depositou na mão
da bondosa senhora e disse:
-Obaasan,
esta é a semente da minha gratidão, por favor plante-a
no quintal. Dizendo isso, o pardal chorou tiu, tiu.
Depois pousou no ombro de Obaasan, pulou por todo quintal e mais
tarde foi embora.

Continua...
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