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Arquivo NippoBrasil - Edição 097 - 29 de março a 4 de abril de 2001
 
Hanayo no Hime - Parte 1

Adaptação livre de Claudio Seto
(Texto e desenhos: Claudio Seto)

Antigamente na província de Suruga, aos pés do Monte Fuji, existiu um senhor feudal de nome Wada Moritaka. Ele tinha uma linda e discreta filha chamada princesa Hanayo. A mãe da princesinha faleceu quando ela ainda era pequenina e Moritaka a educou com o máximo cuidado, como quem está cuidando de um verdadeiro tesouro.

No final do ano em que Hanayo completou 13 anos de idade, Moritaka resolveu se ausentar do castelo por alguns dias, pois resolvera viajar para escolher um noivo para sua filha. Chamou seu irmão mais novo, Morikuni e pediu que ele cuidasse bem do castelo e da filha durante sua ausência.

Morikuni, era um tremendo mau caráter. Há muito tempo vinha pensando em tomar posse da fortuna e do castelo do irmão Moritaka. Diante da possibilidade de um noivo vir morar no castelo, conforme costume da época - quando uma família não tinha herdeiros do sexo masculino - Morikuni ficou muito preocupado. Por isso, aproveitando a ausência do irmão, pensou em dar um sumiço na sobrinha. Mandaria Hanayo para algum lugar desconhecido, bem distante, num vale perdido no meio da floresta.

Planejou tudo e na manhã seguinte da viagem do irmão, fez uma encenação entrando apressado no aposento da princesinha.
-Uma tragédia! Tive um sonho muito estranho. A deusa Kannon apareceu e me disse que você, minha querida sobrinha, corre tremendo perigo.
Dizendo isso, fingindo estar assustado, “descobriu” a estatueta da deusa com a cabeça arrancada.

-Oh! A deusa Kannon sem a cabeça! Isso é mal pressagio! Pior não poderia acontecer!
Diante o escândalo, as damas de companhia da princesa que chegaram correndo ficaram todas apavoradas. Aproveitando-se do clima de medo por ele criado, Morikuni disse:

-Todas vocês damas de companhia, vão imediatamente ao templo da deusa Kannon em Nishizaki, rezar pela segurança da princesa. Enquanto isso eu fico aqui protegendo Hanayo no Hime para que nada de mal aconteça.

Obedecendo a ordem do tio da princesinha, as acompanhantes saíram apressadas para o templo em Nishizaki que ficava à meio dia de viagem dalí.

Em seguida Morikuni chamou seu capanga de nome Touta, um brutamonte desmiolado e ordenou:
-Pegue a princesa e leve-a imediatamente até onde está o pai dela. Vá logo.
Touta saiu carregando Hime correu como vento com admirável energia e força.
-Princesa por favor, feche os olhos. Existe um monstro medonho aí na frente.
Morrendo de medo, a ingênua Hanayo cerrou os olhos e Touta desviou-se da estrada principal indo até um campo deserto, onde ficava a sua casa. Chegando lá, chamou sua mulher e disse:

-Por ordem de meu chefe, estou levando a princesa para jogá-la no meio da floresta. Já que ela será devorada por algum animal feroz, é um desperdício deixá-la vestida com lindo traje como este. Que vale uma fortuna. Troque-a por alguma roupa velha.

Ouvindo isso, pela primeira vez a princesa percebeu que estava sendo enganada. Mas já era tarde demais para tomar alguma providência

Enquanto trocava a roupa da princesa por um trapo, a mulher de Touta disse com a voz bem baixa:
-Haja o que houver princesinha, agüente firme, não se dê por vencida. Um dia você será muito feliz, tenho certeza.

Vestida com uma roupa velha, a princesa foi carregada por Touta, para o fundo de uma floresta negra e lá já abandonada. Sozinha no meio daquela mata fechada, a princesa ficou por um bom tempo parada, quietinha, com muito medo. Depois começou a caminhar sem rumo até que a noite caiu, ficando tudo em completa escuridão. Tateando entre os galhos da mata, assustadíssima com o pio da coruja, a princesa mal conseguia raciocinar de medo, quando de repente avistou uma luz bem longe.

-Acho que existe alguém daquele lado, pensou.
Hanayo no Hime foi caminhando esperançosa em direção da luz, no meio da escura floresta. Horas depois aproximando-se da luz, percebeu que ela estava no interior de uma grande caverna rochosa

Entrando para dentro da caverna a princesa levou um grande susto. Perto do fogo havia uma mulher com uma cara horrível, preparando um caldeirão de sopa. Ao perceber que a princesa estava petrificada de medo, disse a mulher:
-Oh, coitadinha! Por que será que uma linda princesa como você veio parar num fim de mundo como este? Não fique aí parada e venha se esquentar no fogo.

Apesar de seu horrível semblante, a mulher falava com carinho e até ofereceu comida para Hanayo, que não havia comido nada o dia inteiro. Aos poucos a princesa foi sentindo-se mais tranqüila e o calor do fogo deixou-a mais à vontade. Enquanto ouvia a conversa da mulher.
-Apesar da minha horrível aparência, no passado, fui uma bela princesa como você. Há muitos anos atrás, por questão de ganância, fui submetida a muito medo e sofrimento. Depois disso, odiei tanto quem me causou esse sofrimento e meu pensamento foi completamente tomada pelo ódio. E por passar anos e anos com ódio no coração, meu rosto acabou ficando assim, ou seja, refletindo o que ia pela minha alma.

Enquanto oferecia mais uma tigela de sopa, a mulher continuou dizendo:
-Sei que você sofreu uma injustiça e deve estar odiando quem provou essa desgraça, abandonando-a no meio da floresta. Mas, peço que tome cuidado para não ficar como eu. Carregar ódio no coração pode ser uma desgraça maior ainda. Deve perdoar e esquecer os ignorantes que agem para juntar fortuna. Pois a verdadeira fortuna está dentro de cada pessoa.

Continua ...

 
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