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Arquivo NippoBrasil - Edição 069 - 7 a 13 de setembro de 2000
 
Tanabata Hime - 1

Adaptação livre de Claudio Seto
(
Texto e desenhos: Claudio Seto)

Esta é uma versão Shintô (religião original do Japão) da Lenda de Tanabata. O Jornal Nippo-Brasil publicou a versão nipo-brasileira desta mesma lenda, neste suplemento Zashi nos dias 6 a 12 de julho de 2000, com o título “A lenda de Tanabata, a princesa tecelã”. Essas duas versões, são frutos do imaginário japonês e nipo-brasileiro, em cima de uma lenda de origem chinesa das estralas Vegas e Altair.

Antigamente, no tempo em que o Japão era chamado de Yamato, existiu um nobre cortesão que tinha 3 lindas filhas. Certa ocasião, quando uma lavadeira que trabalhava para esse senhor estava lavando roupas num riacho próximo da mansão, apareceu uma enorme cobra com um pergaminho na boca e disse:
- Minha senhora sou a Nobre Serpente, faça-me o favor de entregar este pergaminho para seu patrão.
Morrendo de medo a lavadeira pegou o pergaminho e levou para a mansão e narrou o acontecido ao seu amo. O nobre desenrolou cuidadosamente a mensagem e mal acreditava no que estava lendo:

“Venho por meio desta pedir a mão de uma das suas filhas em casamento. Caso não concorde, toda sua família e parentes serão dizimados e seu clã desaparecerá definitivamente da face da terra. Assim que decidir qual de suas filhas será minha esposa, construa uma pavilhão de 90 metros quadrados no lago que fica no sopé da montanha do sul e leve a noiva para lá. A contar de hoje, no terceiro dia irei buscá-la”.

O nobre se viu diante um grande dilema. Se não atendesse o pedido da Cobra Grande toda sua família seria exterminada pelo monstro, por outro lado, como pai jamais cederia a mão de uma das filhas para uma víbora.. Como estava num beco sem saída, resolveu conversar com a sua família, que incluía irmãos, tios, sobrinhos e explicou o que estava acontecendo.
- Prefiro morrer do que me casar com a Cobra Grande, disse a filha mais velha assim que o pai acabou de contar o que estava se passando.
- Eu também, disse a segunda filha.

Como só restou Tanabata Hime, a terceira filha, para dar sua opinião, todos da família voltaram para ela com olhar interrogativo. Tanabata a caçula, além de sua incomparável beleza era conhecida por ter uma bondade infinita. Depois de meditar sobre a situação, respondeu que se casaria com a Cobra Grande.

Todos respiraram aliviados. O pai e a mãe entenderam o sentimento da filha que se sacrificava para proteger o resto da família. Os três choraram abraçados porém não havia outra saída para a questão. Assim foi imediatamente construído uma casa de no local indicado pela cobra. No terceiro dia a construção estava terminada e Tanabata foi deixada sozinha no pavilhão, vestindo um lindo traje de noiva. Ela chorando sem parar pois era grande o seu medo e a incerteza do futuro.

As horas foram passando e a princesa estava com as mangas de seu quimono ensopadas de tanto enxugar as lágrimas. A noite chegou e junto dela uma tempestade. A ventania arrancava gemidos das árvores e fortes pancadas dos pingos de chuvas castigavam o telhado da casa recém construída. Os clarões dos raios cortavam o negrume da noite, enquanto os trovões com seus barulhos ensurdecedores faziam estremecer as montanhas, aumentando mais e mais o medo da pobre princesa.

No meio da tempestade, entre as ondas turbulentas do lago, apareceu a Cobra Grande e entrou rastejando seu enorme e escamoso corpo para dentro da casa. Tanabata que estava acuada num canto da sala, paralisada de medo, foi rodeada completamente pelo corpo flexível da serpente. Ela já estava a ponto de desmaiar, quando a cobra falou numa voz suave, que nada havia o que temer. Assim que a princesa recuperou o fôlego, a cobra perguntou:

-Você tem algum objeto cortante?
-Sim, uma espada no meu enxoval.
-Interessante, uma noiva com espada no enxoval! E para que seria essa arma?
Por um momento a princesa Tanabata ficou muito receosa em dar a resposta, porém resolveu contar a verdade:

- Meu pai colocou esta espada para me defender de você, caso tente me maltratar.
- Admiro sua sinceridade, agora vamos testar a sua coragem. Degole-me com a espada. Ordenou a Cobra Grande.

Mesmo no escuro a princesa conseguiu encontra o baú onde estava a espada e conforme ordenada, cortou pouco abaixo da cabeça da cobra, que rolou pelo assoalho. De repente, como num passe de mágica, a casa foi tomada de um imenso clarão, a medida que a casca da cobra caía ao chão e de dentro surgia uma bela figura de um jovem deus. O divino rapaz abraçou Tanabata e disse:
- Desculpe-me pelo medo que fiz você passar. Era uma provação necessária e você se saiu muito bem. Meu coração está infinitamente agradecido por isso. Meu nome é Ama no Wakihiko, um tenjin (ser celeste) à serviço na terra.

Em seguida o belo deus levantou os braços invocando os poderes de Amatererassu Omikami, a Augusta Deusa Sol, e transformou a casa num belo e suntuoso palácio.
-Esse será nosso lar - disse o divino ser.

O lindo castelo fazia lembrar a famoso Ryugyu, o Palácio do Dragão, que todos diziam existir no fundo do lago. Tanabata começou a viver dias maravilhosos ao lado de seu bondoso deus.
Passado um tempo Wakahiko comunicou a Tanabata que teria que ir para Takama no Hara (Alta Planície Celeste) para prestar contas de sua missão na terra à Amaterassu Omikami, a Augusta Deusa Sol, mas que voltaria em 14 dias ou no máximo em 21 dias.

- Se você não voltar passados os 21 dias? Perguntou a princesa.
- Então vá a uma casa que existe no lado leste do lago e peça a uma mulher que mora alí, um objeto chamado ichiya hisagoto, suba nesse objeto que ele a transportará até a Alta Planície Celeste (Takamá no Hara). Lá chegando é só perguntar por mim.
Quando chegou o dia de partir, Wakahiko fez uma recomendação:

- Até que eu volte quero que guarde esse caixinha com todo cuidado. Não abra em hipótese alguma, pois é um presente da Augusta Deusa Sol e contém o fluído dos três planos: Céu (Shin), Homem (Soe), Terra (Tai) que me permite transitar em várias dimensões. Uma vez aberta a caixinha cósmica, o fluído poderá voltar para o céu e eu perco a ligação com a Terra e com os homens.

Com essas palavras, Wakahiko entregou uma caixinha enfeitada de pérolas e despediu-se da princesa, subiu num objeto que saiu flutuando em direção ao céu. Tanabata que estava apaixonada pelo seu divino marido, chorou de saudades quando este desapareceu no infinito azul.

 
Adaptação livre de Claudio Seto
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