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Origem
do cultivo de arroz
Por volta de século III A.C., devido às
dificuldades enfrentadas em torno da política da Dinastia
Han (atual China), muitos chineses migraram para o Japão,
atravessando a Península Coreana. Esses chineses introduzem
no Japão o cultivo de arroz. Assim, aos poucos, os nativos
do arquipélago deixam a vida nômade de caça
e pesca, e começam a fixar residência. As primeiras
moradias fixas consistiam em covas rasas, cobertas com sapê.
Pode-se dizer que foi o primeiro marco da revolução
no campo.

Cultivo do arroz no Japão foi introduzido pelos chineses
e as primeiras moradias consistiam em covas rasas, cobertas com
sapê
Logo,
o cultivo do arroz foi ganhando terreno, e, ao longo dos 100 anos
seguintes, passou a predominar como a principal atividade econômica
das regiões de Kinki(1), Kanto(2) e Tohoku(3). Em 1943,
foram descobertas 12 habitações nas escavações
arqueológicas de Toro (província de Shizuoka) e,
nos arredores do arrozal ali localizado, encontraram-se canais,
celeiros de palafitas, poços e utensílios feitos
de madeira. Um detalhe curioso é que nas pilastras dos
celeiros havia uma espécie de aba de proteção
estrategicamente colocada junto ao celeiro, a fim de impedir a
entrada de ratos.
Até
a descoberta das ruínas de Toro, embora houvessem algumas
citações em Koji-ki e Nihon-shoki (registros históricos
escritos no século 8) referentes às habitações,
utensílios e estilo de vida da época, tudo não
passava de lenda, pois não existiam provas concretas. Porém,
através dos vestígios de arrozais encontrados nas
escavações de Itatsuki, na cidade de Fukuoka, em
1980, pode-se deduzir que os homens da Era Yayoi utilizavam enxadas
de madeira para arar a terra, fazer valetas e caminhos, jogavam
sementes na terra, e na colheita, ceifavam as espigas com facas
feitas de pedra. Sabe-se que eram cultivados também trigo,
sorgo e soja, entre outros.
Os
vasos em estilo Yayoi e utensílios de cobre

Vasos da época diferem
conforme seu emprego
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Receberam
a denominação de vasos em estilo Yayoi, porque os
primeiros foram descobertos no bairro de Yayoi. Caracterizam-se
por serem mais finos, duros e possuírem menos adornos do
que os vasos da Era Jomon. Os seus formatos diferem conforme o seu
emprego, ou seja, se são destinados para cultos religiosos,
cozimentos, conservas, recipientes para água ou alimentos.
A partir
dessa era, começam a surgir utensílios de ferro,
cobre, etc. O ferro foi utilizado para fazer instrumentos agrícolas,
facas, espadas, lanças e entre outros. Os espelhos de cobre
encontrados nas tumbas de grandes clãs foram utilizados,
inicialmente, como presentes e como um dos objetos sagrados para
cultos religiosos.
Os
sinos de cobre também foram utilizados como parafernália
de cerimônia religiosa, ou talvez, também como instrumento
musical. Na superfície dos sinos observam-se as mais variadas
figuras que nos levam a ter idéia da vida daquela época,
tais como: homens caçando, mulheres sovando os cereais
no pilão e as palafitas que serviam como celeiro ou depósito.
A escolha de cobre para cunhar lindas figuras parece ser comum
em quaisquer civilizações.
Os
cadáveres nos contam
Na sociedade cuja atividade principal é o
cultivo de arroz, naturalmente, com o tempo, acabam-se criando
a classe dos mais favorecidos e a dos menos favorecidos. À
medida que a diferença entre os pobres e os ricos se acentua,
surgem a classe dominante e a dominada que vão se agrupando
e formando aldeias, que por sua vez se unem em pequenos países.
O surgimento das diferenças sociais é o momento
também do início das lutas pelo poder. As valas
em volta da aldeia comprovam as lutas entre as aldeias. Além
disso, foram encontrados esqueletos humanos com pontas de flecha
feitas de pedras trespassando os ossos.
Nas
tumbas dos clãs foram encontrados também muitos
objetos de adornos feitos de jade, ágata, ouro, cristal
ou argila, com orifícios na parte superior para passar
um cordão.
Pelas
análises dos ossos encontrados nas escavações,
podemos supor que os homens das remotas épocas também
sofriam dos males semelhantes aos que enfrentamos hoje, como fratura
dos membros, sinusite, poliomielite e artrite, etc. Ainda, segundo
os antropólogos, o índice de sobrevivência
de indivíduos de até 15 anos era de 40%. Conseqüentemente,
a idade média de vida, tanto para o homem como para a mulher,
deveria ter sido de 20 a 30 anos. Além disso, pelas arcadas
dentárias é possível supor que as mulheres
arrancavam os dentes incisivos e caninos quando se casavam ou
na segunda núpcia.
Um
dos fatos do final da Era Yayoi que podemos saber com certeza
é sobre o país chamado Yamatai-koku e a sua rainha
Himiko que consta no registro da China intitulado Gishiwajin-den
. Sobre essa poderosa rainha, falaremos na próxima edição.
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Enquanto
isso, no mundo
334 A.C.
Alexandre Magno torna-se o rei da Macedônia.
264 A.C.
Açoka, que contribuiu para a difusão do budismo
na Índia, torna-se rei de Maurya.
221 A.C.
O imperador Shi Huangdi unifica a China.
160 A.C. (aproximadamente)
Changan, a capital de Han (China) começa a tomar forma.
160 A.C. (aproximadamente)
Prospera a cultura helênica.
60 A.C.
Surge o primeiro triunvirato do Império Romano.
50 A.C.
A rainha Cleópatra do Egito conquista o coração
do ditador romano Júlio Cesar, e posteriormente Marco Antônio.
Roma prospera.
1 A.C.
Nasce Jesus de Nazaré
33 D.C.
Jesus morre na cruz
64 D.C.
Nero manda incendiar Roma e persegue os cristãos.
79 D.C.
Pompéia, povoado na baía de Nápoles, Itália,
é destruído pela erupção do vulcão
Vesúvio.
100 D.C. Floresce a arte Gandhara na Índia.
105 D.C. O Chinês Sai-Ling descobre a técnica
de produção de papel.
150 D.C. Claudio Ptolomeu, astrônomo e geógrafo
grego escreve a obra Guia à Geografia . A sua
visão geocêntrica do cosmos teve enorme influência
sobre o pensamento da Europa medieval.
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