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Arquivo NippoBrasil - Edição 095 - 15 a 21 de março de 2001
 
Haruyama e Akiyama - Parte 1
O mito de Haruyama e Akiyama

(Por Claudio Seto)

No tempo em que o Japão era chamado de Ashi Hara no Mizuho no Kuni (País dos Campos Juncos e das Espigas de Arroz) havia dois deuses que representavam as forças da natureza. Haruyama no Kasumi no Mikoto (Príncipe da Névoa da Montanha da Primavera) e Akiyama no Shitabi no Mikoto (Príncipe da Montanha Rubra de Outono). O primeiro era agitado e impetuoso, voava sobre as nuvens, cavalgando nas costa de dragões e provocava brigas por onde passava. Já havia enfrentado o deus Trovão e desentendido com Shiyozuchi no Kami, o deus do Mar. O segundo era calmo, bondoso e gostava muito de música. Seu maior prazer era tocar flauta na montanha e a sua melodia deixava as folhas de ácer (momiji) rubras de emoção. Os dois apesar de irmãos raramente se encontravam, pois moravam relativamente distantes um do outro.

Naquela época vivia na região nordeste do País, onde hoje está localizada a província de Akita, uma bela princesa (Hime), as margens do lago Towada. Por isso era chamada também de Donzela do Lago Towada. Ela adorava tomar sol e cantar, por isso, enquanto trabalhava em seu tear ao ar livre, soltava a voz que penetrava nas matas, atravessava rios e ecoava nas longínquas serras.

AKIYAMA, DEUS FOLHAS DE OUTONO

Certa ocasião quando o calor começou a diminuir, Akiyama, que tocava flauta na beira do mar, foi surpreendido por uma brisa que carregava uma voz melodiosa. O príncipe da Montanha de Outono, tirou a flauta da boca e apurou os ouvidos. Descobriu então, que o vento que descia da montanha era quem trazia até ele, a bela e envolvente voz feminina. Guiado por um inexplicável entusiasmo, correu até o topo da montanha na tentativa de descobrir a origem da bela voz. Do alto, Akiyama pôde avistar além da cadeia de montanhas, um lago brilhante que refletia a luz do sol, tendo nas proximidades uma floresta de altas árvores. Imediatamente ele caminhou para aquela direção, pois deduziu que a voz vinha daquela região.

Ao aproximar-se do lago, Akiyama viu Hime, a bela princesa cantando enquanto trabalhava em seu tear. Ele imediatamente se apaixonou pela bela donzela. Foi um amor a primeira vista. A partir de então, Akiyama escalava a montanha, atravessava o vale, os campos, as florestas tocando flauta e visitava diariamente a Princesa que morava na beira do lago. No seu percurso, as folhas verdes se emocionavam e ficavam avermelhadas por serem testemunhas de um grande amor. Os dois formavam um belo casal, enquanto ela cantava no tear, ele a acompanhava tocando uma flauta. Tudo era muito lindo e harmonioso.

HARUYAMA, DEUS NÉVOA DA PRIMAVERA

Numa ocasião, quando as neves das montanhas começaram a derreter aumentando o volume de águas do rio Oirasse em prenúncio à primavera, Haruyama no Kasumi no Mikoto (Príncipe da Névoa da Montanha da Primavera), que andava mal humorado e provocando tempestades com muitas ventanias foi correndo para o monte Hakoda e chutou o topo quebrando um pedaço (Por isso até hoje o monte tem o formato de um planalto no topo). Haruyama pretendia chutar mais montes e provocar mais fenômenos atmosféricos, porém, ouviu uma canção cuja voz era bonita demais.

A música serenou seu acesso de fúria e Haruyama sentiu uma agradável sensação de paz e tranqüilidade jamais experimentada. Deixando-se levar em direção a voz, atravessou vales, escalou montanhas e transpôs matas nativas, chegando as margens do lago Towada. Quando viu a dona da voz cantando enquanto trabalhava no tear, ficou paralisado de emoção. Ela era tão linda quanto sua voz.

O jovem deus Haruyama foi tomado por uma grande paixão. Ficou perdidamente apaixonado e tudo na vida. Só tinha sentido se fosse em referência a ela. Quando colhia frutas levava para ela em grande quantidade, quando caçava javali carregava nas costas e dava de presente à sua amada, Haruyama era um tanto exagerado e até baleia foi caçar, trazendo o enorme mamífero para o lago Towada. Sua visita à Donzela do Lago cavalgando em dragões tornou-se freqüente.

Haruyama e a Donzela do Lago batiam longos papos onde ele narrava suas loucas aventuras, desafiando o mar revolto em dias de tempestade ou sobrevoando o céu acima das nuvens. A cada encontro o jovem ficava mais apaixonado e estava certo de que sem ela não conseguiria mais viver.

Continua...

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