(Por
Claudio Seto)
O
Kojiki, a mais antiga compilação de registros históricos
do Japão, está dividido em três livros. O
primeiro trata da era dos deuses, o segundo e o terceiro da era
dos seres humanos. No entanto, muitas das narrativas de personagens
que pertencem à chamada Idade dos Seres Humanos,
como Jimmu Tennô o primeiro imperador do Japão, a
imperatriz Jingû, ou o príncipe Yamato Takeru no
Mikoto, claramente contêm muitos elementos considerados
hoje míticos.
Jingu
Kogo, que ficou conhecida na história do Japão como
a Imperatriz Guerreira, era mulher de Chûai
Tennô, 140 imperador do Japão no final do primeiro
século antes de Cristo. O imperador Chûai, apesar
de filho do legendário guerreiro Príncipe Yamato
Takeru no Mikoto, tinha uma constituição física
debilitada e era muito cauteloso quanto as decisões políticas
do Império japonês. Vivia enfermo, por isso sua mulher,
a imperatriz Jingû foi nomeada regente do trono.
No
ano 200 a.C. o imperador Chûai faleceu e Jingû passou
a ser a única mandatária do Japão. Então,
neste mesmo ano, resolveu conquistar a Coréia com o seu
exército. A imperatriz Jingû comandou pessoalmente
a frota de navios japoneses, numa época em que pouco conheciam
sobre navegação e a travessia do mar até
o continente Chinês era quase uma viagem sem volta. O sucesso
obtido por Jingu, fez nascer a crença de que ela tinha
em seu poder a Jóia da maré maixa e a Jóia
da maré alta, duas bolas de cristais místicas, com
o poder de controlar as marés, que são citadas em
várias histórias mitológicas. Historiadores
japoneses contam que essas jóias permitiram a Jingû
controlar as manobras de sua frota de navios e os exércitos
de peixes acompanharam ela até a Coréia.
Com
sucessivas batalhas, a guerra teve duração de 3
anos e a Imperatriz Jingu, apesar de grávida combateu à
frente de seu exército. Está registrado na mais
antiga compilação da história japonesa, o
Kojiki, que os reis dos Três Reinados da Coréia prometeram
à imperatriz Jingû de pagar tributos de lealdade
e enviar tributos até o sol não mais nascer no Leste,
mas vir do Oeste; até o curso do rio escorrer no sentido
oposto e o rio Seisho subir e se transformar em um rio de estrelas
no céu.
Ao
contrário de Jesus que nasceu de uma virgem, o filho de
Chûai e Jingû permaneceu na barriga da mãe
durante 3 anos, até que ela completasse a dominação
da Coréia e retornasse ao Japão. Mais tarde, o bebê
tornou-se o imperador Ojin. Um dos ministros da época era
Soga no Takeuchi conselheiro do imperador Ojin, o qual, não
era coreano mas tinha apoio de um grande contingente da Coréia,
e os Soga continuaram controlando a economia por meio de sistema
imposto, sustentando a introdução de artesanato
e artes coreana.
Oitocentos
anos depois de sua morte, Ojin Tennô foi canonizado com
o nome de Hachiman, o Deus da Guerra, pelo fato de ter passado
tanto tempo e tantas batalhas no ventre de Jingû.
Certamente
há uma conexão entre a mitologia e os fatos históricos
do Japão e da Coréia. Em 285 d.C. um dos Três
Reis da Coréia introduziu os caracteres chineses no Japão.
A linguagem da escrita chegou a esta forma básica e veio
para ficar.
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