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Arquivo NippoBrasil - Edição 065 - 10 a 16 de agosto de 2000
 
Pré-história do Japão - 1
Kojiki e Nihon Shoki, os livros sagrados do Japão
Nos países milenares, em que a tradição pulsa há longo tempo, lenda e história se confundem. Não poderia ser diferente com o povo japonês. Aliado ao misticismo que envolve toda a sociedade japonesa, temos um povo que entre seus cidadãos mais radicais, realmente acredita ser descendente de deuses. A região conhecida como Yamato em Honshu - a principal ilha do arquipélago japonês- foi um território fervilhante de histórias imaginárias, onde se misturavam animais, míticos heróis e grandiosos feitos, simbolizando a luta do homem para atingir uma consciência humana mais profunda. Foi em Yamato que o primeiro imperador japonês, Jimmu Tenno,
subiu ao trono no ano de 660 a.C.

(Por Claudio Seto)

KOJIKI E NIHON SHOKI
A origem das coisas não é, no shintô (religião original do Japão), um mistério insondável. Sobre ela encontra-se, em linguagem mitológica, uma descrição nos primeiros registros da Terra do Sol Nascente: a mais antiga compilação de histórias japonesas, Kojiki (Crônica de Assuntos Antigos), foi reunida no ano de 712 d.C e complementada em 720 d.C. por outro registro, Nihon Shoki ou Nihongui (Crônica do Japão). Os dois são as principais fontes dos contos mitológicos japoneses. As histórias foram recolhidas de relatos pré ou semi-históricos.

Acredita-se que houve dois outros registros mais antigos, mas estes desapareceram. O imperador Tenmu, que subiu ao trono em 637 d.C., achou que todas as histórias deveriam ser preservadas. Encarregou Hiyeda no Are de realizar esta tarefa, mas o imperador morreu antes do Kojiki ser compilado. Depois de 27 anos, veio à luz o Nihon Shoki. Os dois foram editados manualmente no reinado da imperatriz Guensho (715/723), mas foi imperatriz Guenmyo (708/715) que ordenou a propagação das histórias na sua corte.

O objetivo de divulgar as histórias era provar a origem celestial do povo japonês. O Kojiki foi mantido em manuscritos por monges budistas até ser impresso pela primeira vez em 1664. O Nihon Shoki foi escrito originalmente em chinês mas o Kojiki, embora escrito na mesma língua, tinha uma sintaxe puramente japonesa, o que firmou a crença shintô no país.

O Kojiki está dividido em três livros, o primeiro trata da Idade dos Deuses, o segundo e o terceiro da Idade dos Homens. É interessante observar que muitos personagens da Idade dos Homens como o imperador Jimmu, a imperatriz Jingu, ou o príncipe Yamato Takeru no Mikoto, claramente contêm muitos elementos místicos. Esses elementos, entremeados às narrativas de personagens supostamente de natureza histórica, deram origem a muitas discussões entre os historiadores. Houve quem visse nele uma espécie de emanatismo, ao passo que outros são mais sensíveis a um desenvolvimento quase simultâneo das manifestações celestes e das manifestações terrestres, já presentes no anúncio dos aparecimentos simultâneos do céu e da terra.

GÊNESIS SHINTÔ
Diz no primeiro capítulo do primeiro livro (Idade dos Deuses) de Kojiki, que no começo do céu e da terra, apenas existia o Takama no Hara (Alta Planície Celeste). Foi nesse plano sagrado que inicialmente, um após o outro, nasceram três kami (deuses, espíritos, energia divina, etc.) : Ame no Minakanushi no Kami (Energia do Augusto Centro do Céu - aspecto ativo e passivo de Universo- criador e criação), Takami Mussubi no Kami (Energia da Augustíssima Produção - o aspecto ativo do Universo) e Kami Mussubi no Kami (Energia dos Nascimentos Divinos - o aspecto propulsor das gerações).

Após os três primeiros, vêm o nascimento de numerosas divindades e dois últimos vêm fechar o rol dos deuses celestes primordiais: Umashi Ashi Kabihikoji no Kami (Príncipe Agradável Rebento da Cana) e Ame no Tokotachi no Kami (Energia Eternamente Residente no Céu). Nasceram ambos da “terra acabada de nascer” e que “era como uma mancha gelatinosa flutuando e vogando como medusa”.

Toda esta linhagem de verdadeiros criadores é constituída apenas por “celibatários” que “furtavam os corpos aos olhares”, divindades de certo modo reais, absolutas. Sem qualidade específica. Mas não efêmeras.

Nas seqüências a esses vem o jogo dos deuses e dos homens e é aberta uma segunda geração pelo deus Kuni no Tokotati no Kami (Energia Eternamente Radicada na Terra) e por Toyo Kumono no Kami (Campo Energético de Nuvem Luxuriante), gerações completadas a partir desse ponto por casais divinos, dualidades criadoras que representam o espírito das coisas, dentro de um processo evolutivo: Uhijini no Kami (Divindade do Lodo) e Sussaji-ji no Kami (Divindade de Espada), Inugui no Kami (Deus Estaca Sólida) e Imokuku no Kami (Deusa Estaca animada), Ohatoji no Kami (Deus do Grande Pavilhão Masculino) e Ohatohe no Kami (Deusa do Grande Pavilhão Feminino), Omodaru no Kami (Deus da Fisionomia Elaborada) e Imoayashi-ko no Kami (Deusa da Admirável Perfeição). Finalmente nascem os “Kami das Energias Divinas” responsáveis pelo mundo humano: Izanagui no Mikoto (Divindade Homem que Convida) e sua parceira Izanami no Mikoto (Divindade Mulher que Convida) ou “aqueles que se seduzem mutuamente”. Conforme a filosofia da seita Zenchi, as divindades Izanami e Izanagui são símbolos equivalentes as energias Yin e Yang do taoísmo chinês.

 
Confira em breve a continuação da primeira parte da Pré-hitória do Japão
História do Japão
Arquivo Nippo - Edição 324
Era Meiji (Parte 5) - Gakumon no susume Era Meiji (Convite ao saber)
Arquivo Nippo - Edição 322
Era Meiji (Parte 4) - Trabalho e sociedade
Arquivo Nippo - Edição 320
Era Meiji (Parte 3) - Coréia: muralha de proteção
Arquivo Nippo - Edição 318
Era Meiji (Parte 2) - O despertar da modernidade
Arquivo Nippo - Edição 316
Era Meiji (Parte 1) - O imperador assume o poder
Arquivo Nippo - Edição 314
Era Edo (Parte 7) - Os revolucionários e a queda do xogunato Tokugawa
Arquivo Nippo - Edição 312
Era Edo (Parte 6) - Popularizacao de algumas formas de arte
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Era Edo (Parte 5) - As três fases culturais
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Era Edo (Parte 4) - Os grandes impérios do
Ocidente invadem o Oriente
Arquivo Nippo - Edição 306
Era Edo (Parte 3) - Fome, revoltas e novas políticas
Arquivo Nippo - Edição 304
Era Edo (Parte 2) - Proibição do cristianismo e fechamento dos portos
Arquivo Nippo - Edição 302
Era Edo (Parte 1) - O início do isolamento japonês
Arquivo Nippo - Edição 300
Era Azuchi-Momoyama (Parte 4) - As mulheres que viveram na era das guerras
Arquivo Nippo - Edição 298
Era Azuchi-Momoyama (Parte 3) - Batalha de Sekigahara
Arquivo Nippo - Edição 296
Era Azuchi-Momoyama (Parte 2) - Nanban Bôeki
Arquivo Nippo - Edição 294
Era Azuchi-Momoyama (Parte 1) - O início da unificação japonesa
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Era Muromachi (parte 4) - Tempos de piratas, comércio e expansão
Arquivo Nippo - Edição 290
Era Muromachi (parte 3) - Cultura Kitayama e Higashiyama
Arquivo Nippo - Edição 288
Era Muromachi (parte 2) - A era dos países em guerra
Arquivo Nippo - Edição 286
Era Muromachi (parte 1) - Era de duas cortes e “Restauração Kenmu”
Arquivo Nippo - Edição 284
Era Kamakura (parte 4) - Novo budismo em Kamakura
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Era Kamakura (parte 3) - Habitações da cidade medieval de Kamakura
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Era Kamakura (parte 2) - Yoshitsune, Benkei e Shizuka-gozen
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Era Kamakura (parte 1) - Consolidação da política dos samurais
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Era Heian e o budismo
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Hiragana e a literatura
Arquivo Nippo - Edição 272
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O surgimento dos samurais
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Era Heian - Parte 1
Os grandes latifúndios


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