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Arquivo NippoBrasil - Edição 064 - 3 a 9 de agosto de 2000
 
Watanabe no Tsuna

(Por Claudio Seto)

No período Heian (794 a 1192) existiu um tsuwamono (guerreiro) de nome Watanabe no Tsuna, que se tornou célebre pelos seus feitos temerários. O episódio mais conhecido referente as suas façanhas foi quando enfrentou um oní (demônio), que estava assombrando o portal de Rashomon na entrada de Heian Kyo (hoje Quioto), então capital do Japão.

Durante séculos essa história foi considerada verdadeira, já que Watanabe no Tsuna foi um personagem real e sua história contada em relatos oficiais e não em contos de ficção. Porém, com a ocidentalização do Japão a partir do período Meiji (1868 a 1912), todas histórias que apareciam os oni (demônios) foram consideradas lendas, pois, conforme os intelectuais da época, “perante o mundo, é um fato vergonhoso para o povo japonês, continuar acreditando em seres imaginários como os oni.”

Atualmente, com a aceitação de que os oni eram na realidade navegadores vikings, histórias como o Demônio no Portal de Rashomon, ou Oeyama no Shutendoji podem perfeitamente serem aceitas como verdadeiras, uma vez que de fantástico na narrativa são as presenças dos oni.

Consta que Watanabe era do tipo valentão. Quando soube que com medo de um ser demoníaco que ali se instalou, ninguém se atrevia passar à noite pelo portal, ele resolveu por fim à questão, liquidando o alienígena num ataque surpresa.

Vestindo uma armadura de guerra (yoroi), o capacete (kabutô), e as espadas, foi ao local e escreveu seu nome numa tabuleta para provar que lá esteve. Em seguida ficou de plantão junto ao pilar do portal de Rashomon à espera do oní. O tempo estava chuvoso e frio, mesmo assim ele aguardou penosamente durante várias horas, sem que nada de anormal acontecesse. O silêncio da noite era quebrado pelo vento que fazia assobiar as folhas do matsu (pinheiro) e de quando em quando pelo pio da coruja.

Quando chegou a hora do Boi (de 1 as 3 horas), cansado que tanto esperar, Watanabe deu um breve cochilo. De repente, foi acordado com um forte safanão no capacete, que só não voou longe porque estava bem amarrado no seu queixo. A escuridão e o susto impediram que ele percebesse o que estava acontecendo, porém guiado pelo seu instinto guerreiro, puxou imediatamente da espada e, revidou atacando com cega violência e o vulto que caiu sobre ele. O silêncio foi quebrado então, por um grito terrível de dor. O oní saiu na disparada e desapareceu no breu da noite.

Enquanto Watanabe no Tsuna se recuperava do susto, notou caído no chão, um enorme braço decepado pela sua espada.

A história continua, contando que o Oní mutilado, recuperou mais tarde seu braço, graças a uma artimanha. Teria o demônio, disfarçado-se de uma velha empregada da família Watanabe e entrado na casa do samurai para retirar seu braço.

Watanabe no Tsuna é um dos cinco samurais que integrou a equipe de Minamoto no Yorimitsu (ou Raiko), na caçada ao oni gigante Shutendoji. Nessa ocasião, além do famoso Raiko, Watanabe contou com a companhia de outro renomado caçador de oni: Sakata no Kintoki.

 
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