Portal NippoBrasil - OnLine - 19 anos
Sexta-feira, 29 de março de 2024 - 5h23
  Empregos no Japão

  Busca
 

SEÇÕES
Comunidade
Opinião
Circuito
Notícias
Agenda
Dekassegui
Entrevistas
Especial
-
VARIEDADES
Aula de Japonês
Automóveis
Artesanato
Beleza
Bichos
Budô
Comidas do Japão
Cultura-Tradicional
Culinária
Haicai
História do Japão
Horóscopo
Lendas do Japão
Mangá
Pesca
Saúde
Turismo-Brasil
Turismo-Japão
-
ESPECIAIS
Imigração
Tratado Amizade
Bomba Hiroshima
Japan House
Festival do Japão
-
COLUNAS
Conversando RH
Mensagens
Shinyashiki
-
CLASSIFICADOS
Econômico
Empregos BR
Guia Profissionais
Imóveis
Oportunidades
Ponto de Encontro
-
INSTITUCIONAL
Redação
Quem somos
-
 
Kagamibiraki
Formato arredondado do kagamimochi remete ao sagrado e à atração da boa sorte, uma vez que se assemelha ao espelho


HISTÓRIA - Kagamibiraki ocorria, originariamente, no dia 20 de janeiro

 
Fotos: Divulgação / Arquivo NB

No Japão, o dia 11 de janeiro é celebrado como o dia de kagamibiraki, a tradição de partir e comer o kagamimochi, uma oferenda a Deus, durante a passagem para o ano-novo. O kagamimochi pode ser encontrado nas lojas que comercializam produtos japoneses em São Paulo. Além de representar uma oferenda, como sinal de agradecimento por ter passado um bom ano, e servir de enfeite por ser bastante decorativo, ele também é consumido. Isso porque acredita-se que, ao ingerir algo que pertenceu a Deus, o homem recebe a sua força. Entretanto, ultimamente tem se alertado sobre o risco de consumir o kagamimochi muito tempo depois de seu preparo.

Kagamimochi, alimento sagrado que traz boa sorte
Desde tempos antigos, o moti é um alimento indispensável nas festividades, por seu significado estar associado ao sagrado. No Japão, acredita-se que uma divindade habita os pés de arroz; dessa forma, o moti, que é uma forma compacta de seus grãos, representa uma condensação do poder divino. Referências sobre o moti e o kagamimochi constam, respectivamente, no Kojiki (Registro de fatos antigos), escritura da Era Nara (710 d.C.~784 d.C.), e na obra literária Genji Monogatari (Contos de Genji), escrita na Era Heian (794 d.C.~1192 d.C.).

O formato arredondado do kagamimochi remete ao sagrado e à atração da boa sorte, uma vez que se assemelha ao espelho (kagami) – daí a origem do nome – que, na Antiguidade, representava a moradia de Deus. A forma redonda representa também a harmonia e a pureza. Os enfeites colocados sobre os motis possuem, por sua vez, os seguintes significados: camarão = longevidade (viver até que se envergue a coluna), alga konbu = som similar a yorokobu (sentir-se feliz) e a laranja = prosperidade da família, simbolizada pelo fruto que cresce sem cair.

Kagamibiraki, abrindo as portas da sorte
O kagamibiraki da forma como se conhece hoje é relativamente recente na história do Japão, com sua prática iniciada na era dos samurais, ou seja, na Era Edo (1603~1867). Originariamente, o kagamibiraki acontecia no dia 20 de janeiro (tradição ainda respeitada nos dias de hoje em algumas regiões), porém, em respeito ao falecimento do terceiro xogum da Era Edo, Iemitsu Tokugawa, ocorrido no dia 20 de abril, a data foi transferida para o dia 11 de janeiro. De acordo com a região, a data pode variar. Em Quioto, por exemplo, a cerimônia acontece no dia 4 de janeiro.

Para comer o moti no dia do kagamibiraki, é preciso parti-lo. Entretanto, como o ato de cortá-lo com a faca remete ao seppuku (suicídio em defesa da honra, cortando o próprio abdome), adotou-se o costume de quebrá-lo com a mão ou com um martelo. Para expressar a idéia de “abrir as portas da sorte”, utiliza-se o termo biraki (hiraki = abertura), compondo a palavra kagamibiraki (abertura do espelho), pois outros termos como kiru (cortar) ou waru (quebrar, despedaçar), poderiam atrair a má sorte.

Além de praticada nos lares do Japão, a tradição é celebrada também em academias de kendô e judô, juntamente com o primeiro treino do ano, quando se ora pela saúde para o ano inteiro.

Kagamimochi representa um risco?
Atualmente, tem se alertado sobre o risco de se comer o kagamimochi, devido ao bolor que ele acumula, cuja proliferação é propiciada pelo grande teor de umidade do moti recém-preparado. Mesmo no inverno – frio e seco do Japão –, depois de uma semana de exposição, forma-se bolor no moti.

Antigamente, eliminava-se somente a parte embolorada e deixava-se o moti endurecido de molho na água, consumindo-o depois de amolecido. No entanto, descobriu-se que a variedade de bolores que se formam nele são de 20 espécies no total. Assim, é compreensível quando um especialista diz que consumi-lo pode ser arriscado para o homem moderno, que tem pouca resistência. Limpar bem o moti com saquê ou shôchû (espécies de aguardente) ou mergulhá-lo em água antes de formar o bolor, trocando o líquido diariamente, são as soluções para evitar que a iguaria embolore. No Japão moderno, para receber este alimento que pertenceu a Deus, a solução é esterilizá-lo antes. No Brasil, onde o ano-novo é festejado em pleno verão, seria prudente não esperar até o dia de kagamibiraki para consumi-lo.


Arquivo NippoBrasil - Edição 293 - 26 de janeiro a 1 de fevereiro de 2005
Busca
Cultura Tradicional
Arquivo Nippo - Edição 329
O suicídio antes e depois da internet
Arquivo Nippo - Edição 327
A história do ensino da língua japonesa no exterior
Arquivo Nippo - Edição 325
Cerimônias de casamento ontem e hoje
Arquivo Nippo - Edição 323
Pet shops
Arquivo Nippo - Edição 321
O monumento da “criança e a bomba atômica”
Arquivo Nippo - Edição 319
Bon-odori
Arquivo Nippo - Edição 317
As características das mulheres por província
Arquivo Nippo - Edição 315
Tanabata Matsuri – O Festival das Estrelas
Arquivo Nippo - Edição 313
Museu em Yokohama apresenta a história dos japoneses no exterior
Arquivo Nippo - Edição 311
Minamoto-no-Yoshitsune
Arquivo Nippo - Edição 309
O taikô japonês
Arquivo Nippo - Edição 307
Festejos e tradições de Tango no Sekku
Arquivo Nippo - Edição 305
A Golden Week e as viagens
Arquivo Nippo - Edição 301
A cerimônia de formatura e o uso do hakama como traje oficial
Arquivo Nippo - Edição 299
Abertura dos portos – um passo em direção à sociedade internacional
Arquivo Nippo - Edição 297
Hinamatsuri
Arquivo Nippo - Edição 295
Setsubun marca mudança de estação
Arquivo Nippo - Edição 293
Kagamibiraki
Arquivo Nippo - Edição 290
Joya-no-kane: O bater dos sinos na passagem do ano
Arquivo Nippo - Edição 287
As sete divindades da felicidade (Shichifukujin)
Arquivo Nippo - Edição 285
Dia do shogui
Arquivo Nippo - Edição 283
Chushingura
Arquivo Nippo - Edição 281
Dia Internacional Contra a Guerra
Arquivo Nippo - Edição 277
A pintura ocidental japonesa
Arquivo Nippo - Edição 275
Casamentos e pérolas
Arquivo Nippo - Edição 273
Dia da Prevenção contra Catástrofes
Arquivo Nippo - Edição 271
História e origem do banho de ofurô
Arquivo Nippo - Edição 269
Idades do azar: descubra quais são e como é possível livrar-se delas
Arquivo Nippo - Edição 267
Okoden e missas em memória de falecidos
Arquivo Nippo - Edição 265
Tanabata e tanzaku
Arquivo Nippo - Edição 263
Tatuagem – Irezumi


A empresa responsável pela publicação da mídia eletrônica www.nippo.com.br não é detentora de nenhuma agência de turismo e/ou de contratação de decasségui, escolas de línguas/informática, fábricas ou produtos diversos com nomes similares e/ou de outros segmentos.

O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade exclusiva do anunciante. Antes de fechar qualquer negócio ou compra, verifique antes a sua idoneidade. Veja algumas dicas aqui.

© Copyright 1992 - 2022 - NippoBrasil - Todos os direitos reservados