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Arquivo Edição 226 - 1 a 7 de outubro de 2003 - Especial - Portal NippoBrasil

Hashi: o talher oriental


Os “palitinhos japoneses” têm história, etiqueta, mas sua utilização não tem segredo algum. Confira!

Alguém consegue desassociar o japonês do hashi? Parece estranho, mas os habitantes do arquipélago oriental já usaram as próprias mãos como talher. Isso, há quase um milênio e meio.

Os famosos “palitinhos” vieram com os chineses, e, no começo, foram utilizados somente pela festiva nobreza da Era Heian (794 a 1192), conhecida também como a Era Dourada. Somente por volta do século 18 a população em geral passou a adotá-los. (Nessa mesma época, a maioria dos países europeus ainda desconhecia garfos e facas.)

O hashi não era como o atual. Feito de uma tira de bambu dobrada ao meio, funcionava como uma espécie de pinça. Com o tempo, outros materiais foram incorporados, como osso de animal, madeira, marfim e até ouro.

A abertura dos portos nipônicos ao mundo ocidental, na era Meiji (1868 a 1912), provocou grandes mudanças no japonese way of life. Os feudos foram praticamente extintos, criou-se uma constituição moderna e instituições políticas dinâmicas. Mesmo assim, os talheres europeus continuaram relegados a segundo plano. Na verdade, hoje, é no lado esquerdo do meridiano de Greenwich que as pessoas estão aprendendo a usar os chopsticks. No Brasil, comer sushi e sashimi virou moda, principalmente entre os artistas e a classe média.

“No Japão, os cozinheiros preparam a refeição para ser comida com hashi. Toda a mistura é cortada em pedaços. Se tem uma comida que é difícil de ser cortada, como a carne, os cozinheiros usam uma técnica chamada de corte escondido. Como um grelhado de frango por exemplo. Eles cortam a parte de trás e fica meio que camuflado”, explica a consultora de etiqueta japonesa, Lumi Toyoda.

Leis do hashi

• Não cruzar os hashis

• Jamais espete o hashi na comida. É considerada a pior posição (shindo toki). É costume no Japão espetar o hashi em um pote de arroz e conduzi-lo do velório ao cemitério

• Nunca pegue a comida na posição vertical e sim pelas laterais

• É falta de educação escolher comida com o hashi

• A etiqueta japonesa permite que a pessoa leve o chawan (tijela usada para comer) perto da boca. Mas é deselegante empurrá-la para a boca, principalmente usando o hashi

• Não apontar pessoas e objetos com o hashi


Aprenda a utilizar o hashi corretamente

Manipular o hashi é menos complicado do que se imagina. Para evitar cenas constrangedoras, como deixar espirrar o molho de soja (shoyu) na roupa, basta seguir três passos básicos:

1- Um dos hashis serve como sustentador. Encaixe a base entre os dedos polegar e indicador. O anular servirá para apoiá-lo

2- Com as pontas do polegar, indicador e médio, segure o outro hashi. Ajeite os dois para que as pontas fiquem retas

3- O hashi de sustentação fica imóvel. Para pegar a comida, basta movimentar a ponta do hashi de cima em direção a outra.


Semântica

As versões para a origem do nome hashi são inúmeras.
As mais usuais são:

• Hashi (ponte) - objeto que conduz o alimento à boca

• Hashi (ponte) - a disposição do hashi na mão lembra uma ponte

• Kushibashi (bico) - lembra o movimento do bico de pássaro

• Futasuji (duas linhas) - adaptação da palavra

• Hasami (tesoura) - adaptação da palavra

 
Curiosidade

O hashi se incorporou de tal forma na sociedade japonesa que deu origem a várias expressões. Conheça algumas:

Hashi ga korondemo okashii toshigoro
Tradução: Idade em que se acha graça até quando um hashi cai
Significado: Refere-se principalmente às adolescentes de 16 a 18 anos

Hashi ni mo kakaranu
Tradução:
Nem o hashi pega
Significado: Quando a situação é tão grave que não se pode fazer absolutamente nada

Hashi no ageoroshi
Tradução:
O pequeno movimento do hashi
Significado: Quando alguém gosta de explicar nos mínimos detalhes

Hashi mo motanu kojiki
Tradução:
Como mendigo que nem tem hashi
Significado: Expressa que a pessoa está completamente falida, sem nenhum tostão

 

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