Por Maria Teresa
do Rego Lopes*
O mel é
o principal produto da apicultura, principalmente nos estados do Nordeste.
Entretanto, nos últimos anos, a produção de própolis
tem adquirido maior importância no agronegócio apícola,
verificando-se aumento de demanda no mercado interno e significativa representação
nas exportações do setor.
Por apresentar
alto valor agregado, a própolis pode ser uma alternativa de renda
importante para o apicultor. Os preços variam de acordo com sua
qualidade, origem botânica e mercado a que é destinada. Nos
últimos dois anos, o preço médio do quilo de própolis
para exportação esteve em torno de US$ 80 (aproximadamente
R$ 155). O Japão é o principal mercado importador da própolis
brasileira, absorvendo cerca de 80% da produção. No mercado
interno, o valor pago ao produtor por quilo do produto é de R$
50, em média, o que corresponde ao valor de 25 kg de mel, aproximadamente.
A própolis
é um produto que está relacionado à proteção
da colônia. O termo própolis traduz exatamente essa função,
pois é originado das palavras gregas pro (defesa) e polis (cidade
ou comunidade) que, nesse caso, é a colônia. As abelhas a
utilizam como produto higienizador sobre os favos e paredes internas do
ninho e para recobrir animais mortos que não conseguem remover
da colmeia, evitando, assim, sua decomposição e contaminação
do ninho.
Em relação
ao uso da própolis para fins terapêuticos por humanos e animais,
já foram constatadas propriedades bactericidas, bacteriostáticas,
antifúngicas, analgésicas, cicatrizantes, anti-inflamatórias,
antioxidantes, entre outras. Entretanto, justamente em função
dessas propriedades, a própolis só deve ser utilizada quando
necessário, ou seja, como medicamento, e não como alimento.
A carência
de informações a respeito da produção e das
características da própolis brasileira, especialmente na
região Nordeste, ainda é grande. Nesse sentido, a Embrapa
Meio Norte está conduzindo um projeto, com o apoio do Banco do
Nordeste do Brasil, para avaliar o potencial para produção
de própolis de regiões com vegetação de transição
caatinga-cerrado do Piauí.
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