História
O
boxe surgiu na última metade do século XVII, na
Inglaterra, onde o primeiro campeão nacional foi James
Figg, em 1719. Nessa época não havia limitação
de tempo para as lutas, que só terminavam com a desistência
de um dos adversários. Eram disputadas sem luvas, permitiam-se
golpes de luta livre para derrubar o adversário e era comum
um lutador atacar um oponente caído. Entre 1734 e 1750,
o inglês Jack Broughton foi o primeiro a contribuir para
a sistematização do esporte. Ao deixar de lado as
técnicas rudes de seus antecessores, deu maior ênfase
ao jogo de punhos e pernas. Tais regras regeram o boxe até
1838, quando foram substituídas pelo código de Londres.
No final do século XVIII, outro grande lutador inglês,
John Gentleman Jackson, usando o jogo de pernas e de corpo derrotou
Daniel Mendoza, conquistando o título inglês. Mendoza
então abriu uma academia em Londres, introduziu no esporte
o uso de luvas acolchoadas e atraiu para sua escola a elite inglesa.
Daí surgiu a definição do boxe como sendo
o esporte dos nobres. As regras de 1867, que com ligeiras
modificações regem o esporte até os dias
atuais, foram estabelecidas por John Graham Chambers, do Clube
Atlético Amador. As regras procuraram destacar a destreza
e a arte dos lutadores. Foi a partir de 1872 que os lutadores
passaram a ser classificados em diversas categorias, conforme
o peso de cada um. O ringue elevado, com isolamento de cordas
dispostas em três alturas diferentes, surgiu em 1891.
No
início do século XX, o dentista inglês Jack
Marks inventou o protetor de dentes, hoje universalmente adotado.
Associações para controle e sistematização
de lutas surgiram na Inglaterra, Estados Unidos e posteriormente
em outros países europeus. Em 1904 o boxe foi incluído
novamente entre os esportes olímpicos. O maior desenvolvimento
do esporte veio com o profissionalismo. Com o tempo surgiram as
duas organizações mais importantes do boxe mundial,
a Associação Mundial de Boxe (AMB) e o Conselho
Mundial de Boxe (CMB), cada uma delas com suas próprias
listas de campeões. Alguns campeões conseguiram
unificar seus títulos vencendo lutas organizadas pelas
duas entidades. Para chegar ao título mundial o boxeador
deve derrotar os adversários mais bem colocados nas listas
das associações internacionais, publicadas mensalmente.
Entre as disputas amadoras, a mais importante é a dos Jogos
Olímpicos. Em geral os campeões olímpicos
se tornam depois profissionais.
A origem
anglo-saxônica do boxe moderno explica a hegemonia dos Estados
Unidos nesse esporte durante a primeira metade do século
XX. Posteriormente, boxeadores de todo o mundo, sobretudo de países
latino-americanos e asiáticos, passaram a dominar em várias
categorias. Mas a supremacia dos Estados Unidos persiste na tradicional
categoria dos pesos-pesados, a que mais desperta o interesse mundial,
revelando nomes que se tornaram lendários na história
do boxe, como Rocky Marciano, Cassius Clay (Muhammad Ali) e, mais
recentemente, Mike Tyson e Evander Holyfield.
Éder Jofre
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O
Boxe no Brasil
Em 1914 o esporte começou a ser praticado na
Società dei Canotieri Esperia (mais tarde, Clube Esperia).
No
final da década de 1920 chegou ao Brasil o técnico
italiano Celestino Caversazio, que logo fez escola, mas somente
em 1933 o Brasil conquistou um título internacional, com
o marinheiro carioca Jaques Resende.
O país
ganharia outros títulos sul-americanos, com Pedro Galasso
e Éder Jofre, que foi o grande nome do boxe brasileiro.
Outros
brasileiros destacaram-se nos ringues, mas somente Miguel de Oliveira
conseguiria repetir o feito de Éder Jofre, conquistando
o título mundial dos médios-ligeiros, em 1975..
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