O
Fundador
Em 1889 o mestre Kanryo Higaonna abre uma academia em Naha, Okinawa.
Sua escola é freqüentada por jovens de boa família.
Os mais brilhantes são Shiguehatsu Kyoda, Tsunetaka Gusukuma
e Chojun Miyagi. Higaonna percebe rapidamente as qualidades de
Miyagi e ao cabo de três anos decide fazê-lo seu sucessor.
Higaonna assegurou a perpetuação da arte de combate
chinesa em Okinawa, conservando o nome tradicional de Naha-Tê.
Com Chojun Miyagi, ela passou a ser chamada de Goju-Ryu e se tornou
uma das quatro escolas principais do moderno Karate-dô.
Chojun
Miyagi tornou-se aluno de Higaonna com 14 anos. Em maio de 1915,
Miyagi e um amigo de nome Gokenki foram para a região de
Fukiem em busca da origem do método de seu mestre. Procuraram
durante um ano, mas a velha escola não existia mais. Gokenki
teve uma influência importante na vida de Miyagi e influenciou
notoriamente seu Karate.
Chinês
de nascimento, Gokenki ensinava a forma de Kung Fu da Grou Branca
do estilo Shaolin do Sul. Pouco depois do retorno deles da China,
Higaonna morre. Miyagi, então, começa a aceitar
alunos e introduz o novo kata chamado Tensho, que ele havia adaptado
do Rokkishu do Grou Branca. Esse kata contém técnica
que utiliza a palma e o dorso do pulso para bloquear e golpear.
Em
1933, Miyagi tem, pela primeira vez, a oportunidade de demonstrar
sua arte no palácio do Budô em Quioto diante dos
adeptos de outras disciplinas. Em 1935, Miyagi apresenta-se no
Butokuden para a obtenção de um título de
mestre, que se subdivide em três níveis. Miyagi,
primeira pessoa a se apresentar pelo Karate, disciplina ainda
não reconhecida como Budô, obtém o título
de Kyoshi (2º nível). Miyagi retorna para Okinawa,
meditando agora sobre qual nome dar a sua escola para aproximá-la
do Budô japonês. Consta que, durante uma demonstração
de Karate no continente (Dai Nippon Botukudai, em 1937) o melhor
aluno de Miyagi, Jinan Shinzato, foi indagado sobre o estilo de
seu mestre. Não sabendo o que responder, consultou Miyagi,
que respondeu citando sua frase favorita do Kempô Taiyo
Hakku (8 preceitos da arte de combate, que se tornara o livro
tradicional do Naha-Tê): Go-Ju, Don to Sul.
Ou seja: Tudo na natureza respira dureza e flexibilidade
e ainda Essenciais são a inspiração
em força (GO) e em flexibilidade (JU). Dali
o estilo passou a ser conhecido como Goju-Ryu.
O
Estilo
O Goju-Ryu é o estilo de karate que busca o equilíbrio
dos opostos, das energias antagônicas e complementares.
Ele ensina como agir com energia, brandura, rapidez e suavidade.
Praticar o Karate Goju-Ryu é aprender a ser como a água:
fluida e sem forma. Por isso, pode assumir todas as formas: calma
e revolta, mas ambas com o poder de passar por quaisquer obstáculos,
mesmo os de aparência mais resistente.
O estilo
é caracterizado pelos movimentos curtos e circulares, cujo
significado é
GO - Força, e JU - Flexibilidade.
Os
Conceitos
No
Goju, há três conceitos básicos: visão,
pé e autoconfiança. Esses elementos combinam força,
suavidade e harmonia no treinamento, adaptando movimentos estudados
de animais como urso, cegonha, águia, tigre, cobra, etc.
Homens,
mulheres e crianças de todas as idades obtêm dessa
prática o equilíbrio físico e mental, assegurando
não só defesa pessoal como autoconfiança.
A prática desenvolve a destreza das pernas e a mobilidade
do corpo, proporcionando saúde aos praticantes, assim como
o desenvolvimento de potencialidades naturais, tais como criatividade
e o respeito ao ser humano.
Os
Katas
Miyagi fixou em doze os katas de sua escola. São eles:
Sanchin, Tensho, Gekisai dai ichi, Gekisai dai ni, Saifa, Seiyunchin,
Shisochin, Sanseru, Seipai, Seisan, Kururunfa e Suparimpei.
No
Brasil
O Goju-Ryu foi introduzido no País em 1958, pelo mestre
Seiichi Akamine, falecido há cinco anos, que treinou com
o mestre Higa Seiko, discípulo de Miyagi.
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