História
O naguinata é uma arte marcial originada nas forças
de guerra da era medieval e é muito próxima do kendô,
tanto em suas origens como em sua prática. Existem, seguramente,
mais pontos em comum entre as duas do que diferenças fundamentais.
A armadura de proteção do praticante do naguinata
é a mesma do kendoka, apenas com uma proteção
a mais, na tíbia, o sunê, e a luva (kotê) é
dividida: o indicador é separado para melhor manejo da
arma. Entretanto, é a arma que diferencia o naguinata do
kendô. A arma utilizada no estilo naguinata é uma
espada em forma de foice com cerca de 2,25m de comprimento e leva
o nome dessa arte, ou seja, naguinata.
Os
monges guerreiros, os Yama-Bushi, foram os primeiros a utilizar
essa arma no Japão a fim de assegurar a proteção
aos santuários contra os bandidos. O célebre monge
Musashibo Benkei, companheiro do herói mais popular da
história japonesa, Yoshitsune, entrou para a lenda com
seu naguinata na mão, tendo vencido mais de mil adversários.
Um outro monge, do século XII, Tajima O cortador
de flechas, atravessou, são e salvo, uma ponte varrida
por flechas voadoras, ceifando-as com sua naguinata.
Até
o século XVI, a infantaria utilizava o naguinata para cortar
as pernas dos cavalos e a cavalaria, para cortar o inimigo, de
longe. Com o aparecimento das armas de fogo, o naguinata deixou
de ser utilizado em combates, mas manteve seu lugar de honra nas
casas aristocráticas, onde era usado por esposas e filhas
dos samurais na defesa de seus lares.
Entre
1603 e 1867 (Período Edo), o naguinata foi praticado também
como um método de treinamento moral. Durante a Era Meiji
(1868-1912), o naguinata foi praticado com caráter de desenvolvimento
pessoal-Budô, ou militar-Bujutsu.
Em
1953 foi instituída a Zen Nippon Naginata Renmei (Confederação
Japonesa de Naguinata), que regulamentou o estilo oficial dessa
arte, reunindo as técnicas dos diversos estilos existentes.
Em 1990, criou-se a International Naginata Federation (I.N.F),
que congrega vários países e está dividida
em três seções: uma para o Japão, outra
para a Europa e a terceira para as Américas.
Princípios
Treinar corretamente dentro dos princípios do Naguinata
Respeitar a disciplina
Respeitar a etiqueta e cooperar com os outros
Aprender a preservar a cultura tradicional japonesa
Cultivar a mente
Desenvolver o espírito e o corpo
Promover a paz e a prosperidade entre as pessoas
Competições
Há
2 tipos de competições de naguinata: as de kata
e as de luta.
Nas de kata (Shikake-Ooji Waza), os praticantes fazem demonstrações,
tentando alcançar o mais perfeito nível técnico.
Nas lutas (shiai), dois praticantes lutam entre si. Devem acertar
seus golpes em pontos pré-determinados e cada luta valerá
três pontos. Os combates são regulamentados pela
lei do Sambom Shobu, melhor de três. A área da competição
mede 12x12m.
Oficialização
e História no Brasil
A prática dessa arte marcial foi introduzida no País
pela professora Hatsue Takahashi, categoria Hanshi, do Japão,
em 1987, quando fez demonstrações em São
Paulo e foi formado o primeiro grupo de praticantes. A mesma professora
Takahashi esteve no Brasil por mais três vezes, sendo que
em 1993, além dos treinamentos ministrados realizou demonstrações
em Londrina, Paraná , e Itapetininga, em São Paulo.
A sua última visita foi em 97, convalescente de uma cirurgia,
mas mesmo assim ministrou treinamentos. Takahashi morreu em 1998.
Quando
da realização do 3º Torneio Internacional da
Amizade, em Los Angeles, EUA, uma das condições
para a participação no evento era que o praticante
fosse membro de federação de país filiado
à Federação Internacional. Diante dessa exigência,
foi criada em 31 de julho de 93, a Associação de
Naguinata do Brasil - ANB, cuja filiação à
INF foi aprovada na reunião de sua diretoria em setembro
de 93, como 8º membro.
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