(Texto e fotos:
Nicolau Kietzmann / Divulgação FreeWay Adventures)

Projeto Baleia-Franca
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Avistagem pode ser feita em barcos especiais: passeio dura
3 horas
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Baleia-Francas-Austrais
Este
pequeno Estado brasileiro, com pouco mais de 6 milhões
de habitantes que se reúnem em seus singelos 95 mil quilômetros
quadrados, foi formado por agricultores italianos e industriais
alemães que influenciam até hoje os hábitos
locais.
Com uma agricultura
forte, baseada em minifúndios rurais, divide espaço
com um parque industrial atuante, o quarto maior do país.
Hoje, é líder nacional na produção
especializada, como, por exemplo, do alho, do mel, da maçã
e do frango.
Uma grande
fonte de renda de Santa Catarina é a recepção
de turistas estrangeiros, representando o terceiro pólo
nacional neste setor, perdendo apenas para as duas maiores metrópoles
brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro.
Os habitantes
de Santa Catarina têm uma grande preocupação
ecológica.
O estado
possui 14 áreas federais e 5 estaduais de proteção
ambiental, além de dezenas de parques ecológicos
municipais.
Umas das grandes
atrações para quem visita o litoral sul entre agosto
e novembro é a avistagem das Baleias-francas-austrais que
vêm aos mares brasileiros para ter os seus filhotes.
Elas partem
da Antártida em busca de alimento e águas mais quentes
e chegam à Praia do Rosa, em Imbituba, a 80 km de Florianópolis.
Seu principal alimento é o Krill, um pequeno camarão
que se mistura ao plâncton marinho. As baleias chegam a
medir 18 m e a pesar 60 toneladas quando adultas.
A avistagem
pode ser feita por mar em barcos especiais. O passeio leva aproximadamente
3 horas. As baleias ficam logo após a arrebentação,
podendo ser avistadas da praia a uma distância de 30 metros.
Todos os passeios
são acompanhados por biólogos que contam um pouco
sobre a preservação e a história desses mamíferos.
Uma das curiosidades são as rugas branco-amareladas que
acompanham as baleias desde a nascença e funcionam como
marcas digitais, facilitando o reconhecimento pelos ambientalistas.
Outra curiosidade
é o esguicho em V, que chega a alcançar 6 metros
de altura. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa,
ele não é formado de água e, sim, de ar quente
que se condensa ao encontrar a temperatura ambiente mais fria.
No século
17, as baleias eram uma das principais fontes de renda na faixa
litorânea de Santa Catarina. Na época, elas eram
alvo das armações, estações baleeiras
que praticavam a caça predatória.
Elas eram
muito caçadas por serem lentas, deixando os barcos arpoadores
se aproximar facilmente. Da sua gordura era extraído um
óleo muito usado para iluminação pública
e como ligante na argamassa para construção.
Em 1935, a
Convenção Internacional para a Regulamentação
da Caça à Baleia proibiu em muitos países
a caça desse animal, mas no Brasil ela só veio a
ser respeitada em1973, quando em Imbituba, Santa Catarina, foi
abatida a última baleia.
O Projeto
Baleia-Franca, que acaba de completar 20 anos, desenvolve um trabalho
de monitoração, pesquisa e educação
ambiental. Ele é o agente propulsor do turismo de avistagem
na região, o que garante a preservação das
espécies.
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