Em
muitas ocasiões, acabo na situação de ter
que informar àquela pessoa mais próxima do meu paciente
que ele é portador de câncer. Em nenhuma dessas ocasiões
a abordagem é fácil, pois não sei qual é
o conceito que a pessoa tem a respeito da doença e muito
menos a sua reação. Procuro aqui tentar esclarecer
do que se trata o câncer.
Quando
sofremos um pequeno ferimento, a pele cresce na medida exata,
de tal forma a fechar a lesão. Esse processo de multiplicação
da pele na medida certa ocorre porque existe um controle
biológico. No caso do câncer, o nosso corpo perde
esse controle e as células passam a se multiplicar desordenadamente.
Se esse descontrole na multiplicação fosse na lesão
da pele, observaríamos um enorme caroço no local.
Como o vaso sanguíneo que leva oxigênio e
nutrientes é normal, este não acompanha a
velocidade de crescimento do caroço e por isso a sua parte
mais desenvolvida começa a se desvitalizar, formando uma
ferida aberta.
A célula
cancerosa cresce multiplicando-se em progressão geométrica
, isto é, de um passa para dois, depois para quatro, para
oito, para 16, etc. Cada uma das células têm esse
potencial de continuar se multiplicando e, por isso, quando uma
dessas células cai na corrente sanguínea e pára
em algum lugar, continua formando um nódulo (metástase).
Cada
tipo de célula do nosso organismo tem possibilidade de
se tornar cancerosa, porém a freqüência de cada
uma delas é muito variável. Quanto menor estiver
o câncer, maior a possibilidade dele estar localizado somente
naquela região e menor a chance dele ter se disseminado
para outras regiões.
O câncer
(ou tumor maligno) , na sua fase inicial pode ser operado e ser
curado, na maior parte das vezes. A quimioterapia e a radioterapia
tem por função impedir o desenvolvimento de células
cancerígenas que tenham saído de seu sítio
original. Existem casos, como o de câncer de células
do sangue, em que a quimioterapia chega a ser curativa.
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