(Fotos:
Cristina Izumi Sagara)
O
zen também pode ser interpretado como zazen
meditar, em que o za significa sentar-se, e
o zen significa estar sereno, que em outras palavras
poderia ser explicado como deixar baixar o sangue que subiu
à cabeça, ou seja, acalmar-se. Nos tempos
de hoje, o ser humano acabou se tornando demasiadamente calculista,
medindo palavras ou mesmo sentimentos, premeditando vantagens
e desvantagens que possam ter com suas palavras ou ações.
Desta forma, as pessoas acabam por deixar de falar o que realmente
pensam ou sentem apenas por temerem ser ridicularizadas. A questão
não é obter vantagem ou desvantagem, ganho ou prejuízo...
a questão fundamental é percebermos o que realmente
é importante em cada momento e em cada situação
de nossas vidas... como fazer de cada momento algo realmente verdadeiro.
Estar sempre receptivo para aprender e desapegadamente
buscar a essência e a verdade em todas as coisas... isto
é viver zen.
Uma
simples nota de 10 reais... quando se está em situação
estável, a quantia pode até ser considerada irrisória,
mas, ao passar por uma situação difícil,
cheia de dívidas por exemplo, um saldo positivo de 10 reais
seria profundamente gratificante. Em qualquer situação,
o importante é como encaramos os fatos em cada momento
e como reagimos a estes. Pensar positiva ou negativamente, sentir-se
nas alturas ou no fundo do poço é simplesmente uma
questão de conduta de cada um de nós. Não
fugir, não se iludir... deixar fluir o eu mais
verdadeiro, sem máscaras ou armaduras.
O ato
de aprender não se resume a ouvir, ler ou decorar uma teoria
ou um ensinamento. O aprendizado depende de colocar em prática
a teoria ou o ensinamento repetidas vezes, até que se torne
algo que faça parte de nós. Trilhar o caminho do
aprendizado requer disciplina e treino para podermos dizer que
realmente aprendemos algo.
Cada
ser é ímpar... assim como nós não
podemos ser o vizinho, uma banana não pode ser uma papaia...
cada um de nós é único e insubstituível
com necessidades e prioridades distintas. Quando você quer
ir ao banheiro, alguém pode ir em seu lugar? Existem coisas
que somente nós podemos fazer por nós mesmos...
apenas precisamos despertar para este fato.
Mente
e coração flexíveis... (II)
Numa
família ou em qualquer grupo de pessoas, é importante
termos consciência da necessidade de saber ceder. Em qualquer
relacionamento entre pessoas, tentar mudar a maneira de o outro
pensar e agir é praticamente impossível e, por esta
razão, muitas vezes se faz necessário que a atitude
de mudar ou se adaptar seja uma iniciativa de cada um de nós.
Não significa que nos anulamos ou deixamos de ser nós
mesmos, mas sim que praticamos o simples ato de ceder... um simples
ato de compaixão para com o outro. Ao colecionar
inúmeras primaveras... as pessoas tendem a se tornar
ranzinzas, intolerantes e cabeças-duras. Para
evitarmos tal comportamento, mesmo que muitas vezes inconscientemente,
precisamos sempre nos policiar e nos disciplinar para manter nossa
mente e coração sempre flexíveis, estando
sempre alertas e abertos para ouvir o outro antes de se impor
e sendo flexível para admitir os próprios erros
e as virtudes alheias.
Há
um ditado antigo que diz: Não ria dos erros das crianças...
a infância é um caminho pelo qual você também
já passou... Não ria ou destrate os idosos.... a
velhice é um caminho pelo qual você também
passará um dia.... As crianças aprendem a
ser adultas espelhando-se nos adultos que as rodeiam. Pais...
lembrem-se que seus filhos estarão aprendendo com vocês
mesmos a maneira de tratá-los quando vocês se tornarem
mais velhos... sejam pacientes e tratem bem os idosos à
sua volta, assim vocês estarão ensinando a elas valores
de grande importância, como respeito e compaixão.
Ensinar a preciosidade da vida de todo e qualquer ser é
ensinar a respeitar a dádiva da vida.
Ao
oferecer uma única flor ou um singelo incenso, ou mesmo
uma simples reverência a nossos antepassados... ao agradecer
pelo alimento que nos sustenta a vida, ao demonstrar respeito
pelo próximo ou mesmo pela Natureza... inconscientemente,
ensinamos às crianças e aos jovens sobre tradição,
cultura e valores de uma forma não-verbal... lembremos
que muitos legados são transmitidos por simples ações
de nosso dia-a-dia, sendo que cada ato nosso é uma pequena
muda que plantamos na vida de nossos filhos que se enraizará
forte e profundamente. A forma como vivemos e nossa prática
do dia-a-dia devem falar por si só...
O ser
humano vem ao mundo abençoado pela dádiva da vida
e, por este privilégio, nós temos a importante missão
de aprender a compartilhar e a praticar a compaixão. Ou
seja, temos a missão de construir um ambiente repleto de
equilíbrio, paz e harmonia com todos os seres que nos rodeiam.
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