O mangá possui um estilo muito pessoal na
condução d história. Enquanto na HQ
americana as situações são mais claras
e rápidas, o mangá, como em toda forma de
expressão da cultura japonesa, possui passagens profundas,
indiretas, instigando diversas interpretações.
Um exemplo deste estilo: você pode mostrar a tensão
de uma cena focalizando o ambiente à volta ou fazendo
analogias com elementos paralelos.
|
Tadaimaa!!
Vamos continuar a falar sobre roteiro, só que agora vamos
ver como funciona a estrutura e sua forma de desenvolvimento.
Como
sempre, é impossível ensinar como você vai
escrever o seu roteiro, mas podemos analisar quais os meios que
podem ser usados no desenvolvimento dele.
Quando
falamos em roteiro de história em quadrinhos, para muitas
pessoas isto parece algo fútil e fácil de fazer.
Bem, em alguns casos até pode ser, mas se você não
pensa assim, então é necessário uma seriedade
muito maior, da mesma forma como é tratada em diversas
publicações e filmes (infelizmente muitos não
são...)
Existem
formas variadas quando se trata de um plot para mangá.
A vantagem dele é que você pode fazer layout e rascunhos
junto com os textos.
Antes
de mais nada, você precisa ter uma idéia concreta
sobre o que vai escrever, seja qual for o gênero. Se não,
procure lapidar a idéia até que lhe faça
sentido.
Tenha
em mente que escrever é um processo constante, sujeito
a mudanças repentinas.
Algumas
dicas para engatilhar um tema: uma viagem, uma experiência
pessoal ou de outra pessoa, uma experiência pessoal ou de
uma outra pessoa, um fato, um lugar. Pode até começar
com uma idéia para o fim ou meio da história, enfim,
isso é com você...
Definido
o tema, procure condensar isso em poucas frases. Essa será
sua bússola. Se não conseguir, escreva o quanto
quiser, mas passo a passo, vá resumindo.
Tenha
em mente que a estrutura é o elemento básico de
um roteiro. É nele que a trama, acontecimentos, diálogos
e personagens irão fluir. Mas ao mesmo tempo deve ser invisível.
Entenda, as coisas devem fluir naturalmente, sem cortes abruptos,
cenas sem vínculo, personagens sem função,
enfim, tudo deve estar interagindo sem forçar, com cada
acontecimento levando a outro e as idéias fazendo sentido
ao longo da história. O roteiro tem que levar o leitor
consigo, envolvê-lo e fazendo-o pensar o que virá
a seguir. E não entediar.
Os
elementos de um bom roteiro sempre serão: personagens,
trama, ação, diálogos, seqüências,
eventos e incidentes.
Para
tanto, o formato básico de um roteiro sempre será:
Ato 1: Começo Ato 2: Meio Ato 3: Fim.
Veja
abaixo o diagrama.
No Ato 1, os personagens são aos poucos apresentados
e a trama começa sutilmente, sem revelações
finais. Não entregue nada ainda.
O Ato 2 é a confrontação. Os personagens
principais encaram desafios e situações que irão
revelá-los aos poucos. A história começa
a aumentar o ritmo, seja com dificuldades, desafios, mistérios,
dramas, comédias, etc. Ainda não deixe claro a
trama verdadeira. Não deixe o leitor saber ao certo o
que irá acontecer, faça-o pensar.
No Ato 3, o plot já deve estar amarrando as pontas soltas
ao longo dos outros atos, resolvendo situações
e revelando diversas coisas.
Mas é preciso ter certos momentos na sua história
que serão vitais, como passagem de ato para o outro:
são os pontos de virada. Compare com filmes e publicações.
Esses pontos de virada vão instigar a trama, aumentando
ou diminuindo o ritmo da história. Geralmente serão
cenas com elementos surpresa ou de afirmação.
A função deles é encaminhar a estrutura
de forma mais natural.
Procure usar diálogos soltos, ouça como as pessoas
conversam no dia a dia, ou de acordo com o tema que você
definiu.
Mas não abuse de um ritmo muito cansativo, seja lento ou
rápido. É importante que haja equilíbrio.
Aprenda que seu plot estará sujeito sempre a mudanças.
Não se limite à primeira versão. Releia e,
se achou que algo não funciona, mude, reescreva outras
soluções.
Logo que acabar, descanse um pouco, um dia ou mais, depois releia
tudo de novo. Muita coisa poderá ser mudada.
Peça sempre ajuda de outras pessoas. Peça-as para
ler seu plot, não tenha vergonha. Solicite que elas sejam
extremamente sinceras.
E acima de tudo, treine sempre, você só irá
começar a produzir bons roteiros errando, pois com isso,
saberá onde não tropeçar mais.
Mata
ne!
|