A cultura do
café está sujeita ao ataque de pragas que, de conformidade
com as condições climáticas, sistema de cultivo ou
desequilíbrio biológico, podem causar danos consideráveis,
prejudicando o desenvolvimento e produção das plantas. Na
Região Amazônica, particularmente em Rondônia, onde
o sistema monocultor é predominante, prevalecem condições
ambientais com alto potencial de susceptibilidade a pragas habitualmente
existentes neste agroecossistema.
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Broca-do-café A praga é responsável por
grandes perdas no rendimento do café Conilon, variedade mais cultivada
no Estado. Com a penetração da broca no fruto, inicia-se
o processo de destruição parcial ou total da semente pela
ação do inseto e/ou fungos que penetraram na galeria, causando
seu apodrecimento. Após a fecundação das fêmeas
nos frutos, estas os abandonam e vão atacar novos frutos e continuar
os seus ciclos reprodutivos. Uma das alternativas, para a redução
do ataque da broca, é uma colheita bem feita e um repasse, se necessário,
para evitar a sobrevivência dessa praga e evitar que ela passe para
os frutos novos da próxima safra.
A Embrapa Rondônia
vem efetuando pesquisas para determinar os melhores isolados de Beauveria
bassiana, que é um fungo que controla biologicamente a praga. Em
seguida, serão definidos a concentração, a época
e o método de aplicação mais apropriados para as
condições de Rondônia. Com relação ao
controle químico, este deve ser iniciado quando a infestação
atingir 3%, utilizando-se inseticida de princípio ativo Endosulfan
(350g/L), na dosagem de 1,5 a 2,0 L/ha do produto comercial.
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Ácaro-vermelho O ácaro vermelho vive na parte
superior das folhas, é muito pequeno, podendo ser visível
a olho nu e facilmente observado em lupa de bolso. O sintoma típico
do ataque é o bronzeamento da folha, que é uma reação
à raspagem e sucção de parte do conteúdo celular,
feitas pela praga durante sua alimentação. Recomenda-se,
quando por condição de desequilíbrio ou forte estiagem
e o ataque for grave, fazer aplicações de acaricidas específicos.
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Bicho-mineiro O café Conilon é considerado tolerante
ao bicho-mineiro, porém têm ocorrido casos, embora isolados,
de lavouras com acentuada infestação. A lagartinha quando
eclode penetra diretamente na folha do cafeeiro, alojando-se entre as
duas epidermes e começa a alimentar-se, formando minas ou galerias,
daí o nome bicho-mineiro.
Com relação
ao controle biológico desta praga, no Brasil já foram identificados
vários predadores e parasitos da praga, efetuando seu controle
com relativa eficiência. E, quanto ao controle químico, pode
ser realizado pela aplicação de inseticidas sistêmicos
granulados incorporados ao solo e/ou inseticidas em pulverização.
Atualmente estão registrados 73 produtos (marcas comerciais) para
o controle do bicho-mineiro. Deve-se consultar um engenheiro agrônomo
para efetuar a prescrição de inseticida, conforme o caso.
Afora as citadas
pragas, há que se destacar a lagarta-dos-cafezais, cujos primeiros
surtos ocorreram no município de Cacoal e, posteriormente, foram
verificados alguns focos em Mário Andreazza e Rolim de Moura. As
medidas de controle adotadas permitiram conter a expansão da praga
e proporcionaram redução significativa da área atacada.
Outra praga
que merece atenção são as cochonilhas. Como nos últimos
anos têm sido observados ataques mais expressivos em algumas lavouras,
técnicos e produtores devem estar alertados para possíveis
problemas. As cochonilhas constatadas no Estado são aquelas conhecidas
por cochonilha-verde, cochonilha-branca ou cochonilha-da-roseta e cochonilha
ortézia.
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