(Foto:
Mamoru Sakamoto)
O Sesc
Pinheiros será palco da montagem operística de "A
Canção da Terra" (Das Lied Von der Erde, em alemão),
de Gustav Mahler, com direção cênica do ator
e diretor teatral de renome internacional Yoshi Oida. A obra será
encenada em dez récitas, nos dias 16, 17, 19, 20 de dezembro
e 5, 6, 7, 12, 13 e 14 de janeiro. Nominada pelo consagrado compositor
de origem austro-húngara Gustav Mahler (1860-1911) como a
Sinfonia da Voz, é construída por sinfonias e ciclos
de canções em uma simbiose profunda com os conflitos
existenciais do próprio compositor e seu ceticismo quase
convicto em relação à vida. A peça é
baseada em poemas chineses de Tai-Po, Tchang-Tsi, Mong-Kao-Yen e
Wang-Wei, entre outros poetas do séc 13.
Os poemas
retratam as antíteses constantes de se conceber beleza à
vida, que tem como cenário de contemplação
à natureza, a própria Terra, em contraponto à
solidão, nostalgia, melancolia e a morte como objetivo final.
Yoshi
Oida, ator japonês renomado radicado em Paris, concebe a direção
cênica alinhando elementos orientais em que a sinergia entre
a música sinfônica, as interpretações
do tenor Miguel Geraldi e da mezzo-soprano Massami Ganev estejam
em diálogo com as atuações dos atores Fabrício
Licursi, Gum Tanaka, Jimmy Wong e Toshi Tanaka, que interpretarão
monges budistas. Com cenário e figurinos de Tom Schenk, o
jardim zen japonês ambienta a perfeição e linearidade
cênica com que Oida dá vida à criação
de um Mahler introspectivo, melancólico e reflexivo, alinhado
a narrativa da morte da natureza que tem como autor o próprio
homem.
Sob regência
da maestrina Erica Hidrinkson e coordenação musical
de Ricardo Fukuda, diretor musical do Instituto Fukuda, o Essemble
Fukuda, que reúne músicos com vasta experiência
orquestral, será responsável pela interpretação
de "Das Lied Von der Erde" em sua complexidade e dimensão
sinfônica. Somada à sua vivência e formação
no secular teatro japonês, Oida trará ao palco do Sesc
Pinheiros muito da experiência adquirida nos diversos teatros
em que atuou pelo mundo, inclusive em oportunidades em que esteve
ao lado do ícone do teatro e cinema, o britânico autor,
diretor a ator Peter Brook.
Sobre
o elenco:
YOSHI
OIDA
Nascido no Japão, é ator, diretor e autor radicado
em Paris. Teve formação no teatro tradicional japonês
antes de ir para França, em 1968, onde integrou o grupo de
Peter Brook, participando de muitos dos seus espetáculos
mais importantes. Alguns anos depois começou a dirigir peças
e óperas no mundo todo, usando uma combinação
única das técnicas orientais e ocidentais. Oida é
aquilo que seu mais conhecido livro sugere em seu título:
um ator errante. Imortalizou-se junto ao diretor inglês Peter
Brook por meio das diversas peças que fizeram juntos, mas
também pelos filmes em que participou, como na versão
cinematográfica do "Mahabharata", de Brook, além
de "O Livro de Cabeceira", de Peter Greenway, e mais recentemente,
"Silêncio", de Martin Scorcese. Seus livros sobre
técnicas de interpretação, "Um Ator Errante",
"O Ator Invisível" e "Artimanhas do Ator",
tornaram-se antológicos e foram traduzidos em diversas línguas.
Aclamado na França, foi condecorado com os títulos
de Chevalier (1992), Officier (2007) e Commandeur (2013) de l'Ordre
des Arts et Lettres.
ERICA
HINDRIKSON
Maestrina, natural de São Paulo, teve como principal
orientador o maestro Eleazar de Carvalho. Formada em Composição
e Regência pela Unesp, foi a única brasileira selecionada
para o curso latino americano da OEA/El sistema, na Venezuela, além
de vencer importantes concursos latino-americanos. Já esteve
à frente de grandes orquestras, como a Sinfônica Municipal
de São Paulo, Sinfônica da USP, Sinfônica de
Piracicaba, de Câmara de Curitiba, Sinfônica do Chile,
Sinfônica de Lara e de Los Llanos Occidentales (Venezuela),
de Câmara Guaireña (Paraguai), entre outras. Trabalhou
como maestrina na Orquestra Experimental de repertório, Banda
Sinfônica do Estado de São Paulo, Coral Lírico
do Theatro Municipal de São Paulo e, atualmente, rege a Orquestra
Sinfônica Jovem Municipal, da Escola Municipal de Música
de São Paulo, na qual também integra o corpo docente.
ENSEMBLE
INSTITUTO FUKUDA
Do encontro entre músicos renomados no Brasil e exterior
e o Instituto Fukuda, entidade com mais de 50 anos de trabalho no
ensino de música na área de cordas, nasce o Ensemble
Instituto Fukuda. O Ensemble é composto por músicos
com formação em instituições diversas,
como o Conservatório de Genebra, Universidade de Hamburgo,
Conservatório Superior de Paris. Diversos deles conquistaram
premiações em concursos de âmbito nacional e
internacional. Os profissionais trabalham no Instituto Fukuda e
em orquestras, como a Sinfônica do Estado de São Paulo
(OSESP), Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo
(OSM), Sinfônica da Universidade de São Paulo (OSUSP)
e Filarmônica Bachiana SESI-SP.
RICARDO
FUKUDA
Começou seus estudos musicais aos 7 anos de idade com
violino, sendo orientado pelo seu tio Yoshitame Fukuda e, mais tarde,
com Erich Lehninger. Anos depois, escolhe o violoncelo, prosseguindo
seus estudos com Zygmunt Kubala na Escola Municipal de Música,
continua sua formação com Watson Clis, aperfeiçoando-se
com Jed Barahal, Richard Markson e David Chew. Foi semifinalista
no III Concurso Eldorado de Música, indicado para uma bolsa
na Academia da Filarmônica de Berlim (Fundação
Karajan) e vencedor do concurso jovem solista da Orquestra Sinfônica
do Estado de São Paulo. Integrou a Camerata Fukuda, foi concertino
da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo,
fez parte do corpo docente do Festival de Campos do Jordão,
diretor do Festival de Música Clássica de São
José do Rio Preto durante quatro edições. Atualmente,
é spalla dos cellos da Bachiana Filarmônica SESI-SP,
professor da Escola Municipal de Música de São Paulo,
professor do Instituto Bacarelli, professor e diretor artístico
do Instituto Fukuda.
MASAMI
GANEV
Natural do Japão, vive no Brasil desde 1997. Estudou
com Neyde Thomas, Eiko Senda, Samira Hassan, Alberto Heller e Rafael
Andrade. Cantou papéis variados, como Cio-Cio-san ("Madama
Butterfly"), Mimi ("La Bohéme"), Micaela ("Carmem"),
Flora ("La Traviata"), Giovanna ("Rigoletto"),
entre outras. Apresentou-se, ainda, com a Orquestra Sinfônica
Municipal de São Paulo (John Neschling, Eduardo Strausser),
Orquestra Sinfônica do Paraná (Alessandro Sangiorgi,
Osvaldo Ferreira), Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (Gabriel
Rhein-Schirato), Orquestra Sinfônica de Santo André
(Abel Rocha), entre outras.
MIGUEL
GERALDI
Iniciou seus estudos com Gledys Pierri e se aperfeiçoou
com Neyde Thomas. Foi vencedor do V Concurso Carlos Gomes, II Concurso
Aldo Baldin e do III Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão.
Atuou em orquestras como OSESP, Sinfônica Municipal de SP,
Experimental de Repertório, Sinfônica do Paraná,
Filarmónica de Bogotá e Orquestra Sinfônica
de Chieti (Itália), sob a regência de maestros como
John Neschiling, Walter Polischuk, Ira Levin, José Maria
Florêncio, Mario Zaccaro, Jamil Maluf, Emiliano Patarra, Luciano
Camargo, Edmundo Hora, Roberto Di Regina, Reynaldo Censabela e Alessandro
Sangiorgio, Hirofumi Yoshida, Gioigio Paganini, Roberto Duarte,
Abel Rocha, Daisuke Soga, dentre outros.
TOSHI
TANAKA
É performer fugaku, uma arte que busca a origem da vida.
É professor de Seitai-ho e Do-ho licenciado no Instituto
de Pesquisas de Educação Corporal. Nasceu em 1960,
em Tóquio. Em 1979, começou atividade artística,
colaborando com diversos artistas em campos multidisciplinares.
Em 1994, imigrou ao Brasil e, em 1996, criou o núcleo Fu
Bu Myo In, que orienta até hoje. Desde 2001, coordena o Jardim
dos Ventos, um projeto que propõe integrar a vida, natureza
e arte por meio da prática Do-ho. Também é
professor do curso de Comunicação e Artes do Corpo
na PUC-SP com notório saber em performance.
FABRÍCIO
LICURSI
Ator, bailarino e diretor de movimento. Há dez anos
investiga as técnicas de educação somática
como ponto de partida para a dança e o teatro. É formado
pelo método do Estúdio Nova Dança/SP, tendo
como formadoras Cristiane Paoli Quito, Lu Favoreto e bailarinos
da Cia Nova Dança 4. É parceiro de criação
dos diretores e autores Rafael Gomes e Vinicius Calderoni, na Companhia
Empório de Teatro Sortido. Trabalhou com Francisco Medeiros,
Alice K, Leonardo Moreira, entre outros. Atualmente, integra a Formação
Credenciada do BMC (Body Mind Centering) Brasil.
GUM
TANAKA
Dançarino e videomaker, discípulo de Toshi Tanaka,
cresceu praticando Do-ho. Em 2006, integrou o núcleo Fu Bu
Myo In, participando como performer de Lua nova, Caminho da lua
e do projeto Tabibito - Viajante. Como videomaker, participou dos
projetos Kaze - Vento e Corpo de Vento, ambos contemplados pelo
Fomento de Dança em São Paulo. Também participou
de Festivais Internacionais de Performance realizados em Hong Kong,
Xiamen e Xian na China.
JIMMY
WONG
Ator e bailarino, é formado pela Fundação
das Artes de São Caetano do Sul, em 2006. Como ator, trabalhou
com importantes diretores do teatro paulista e diretores de dança
internacionais, como Ko Murobushi (Japão), Tadashi Endo (Japão/Alemanha),
Cacá Carvalho e André Garolli. Integrou o elenco da
Cia. Triptal entre 2010 e 2012, integrou a Casa Laboratório
dirigido por Cacá Carvalho de 2012 a 2013. Atualmente, integra
a EmCia, na qual desenvolve seus trabalhos e pesquisas em teatro
e dança.
TOM
SCHENK
Nasceu em 1951, na Holanda. Após uma breve carreira
em dança, começou a trabalhar com cenografia em 1976,
inicialmente para balés, atuando com nomes como Jiri Kylian
e William Forsythe. Logo após começou a trabalhar
com grandes nomes do teatro holandês e teatros internacionais,
como Schaubühne Berlin, Münchner Kammerspiele, Bayrisches
Staatsschauspiel München, Volkstheater Wien, dentre outros.
Com Yoshi Oida, criou um grande número de óperas na
França, Inglaterra, Áustria, Itália, República
Tcheca, Canadá, Suécia, Finlândia e Japão.
HENRY
VAN NIEL
Nasceu em 1956 em uma pequena cidade perto de Haia, na Holanda.
Sua paixão por teatro veio desde cedo, começando sua
carreira como técnico e designer de luz há mais de
trinta anos, após uma breve carreira como engenheiro. Foi
contratado pelo Apple Theatre, de Haia, como técnico e designer
de luz e criou iluminação para todos os tipos de produções,
de teatro clássico a moderno, passando por óperas,
tanto em palcos italianos como em locações não-
convencionais, com uma série de diretores e cenógrafos
holandeses e internacionais.
SAMUEL
VITTOZ
Formado pelo Conservatório Nacional Superior de Artes
Dramáticas em Paris, é, desde 2009, o criador e diretor
artístico do festival Un Festival à Villeréal,
no sudoeste da França. Seu trabalho passa pelo teatro e pela
dança e sua colaboração como assistente de
direção do Yoshi Oida vem desde 2009, em diversas
produções, com destaques para "Don Giovani",
de Mozart, "La Nuit de Gutenberg", de Manory e "Os
Pescadores de Pérolas", de Bizet.

SERVIÇO
"DAS LIED VON DER ERDE - CANÇÃO DA TERRA"
de Gustav Mahler
COM DIREÇÃO DE YOSHI OIDA
Dias
16, 19, 20 de dezembro e 5, 6, 12, 13 e 14 de janeiro, às
21h.
Dias
17 de Dezembro e 07 de janeiro. Domingo, às 18h.
Local:
Teatro Paulo Autran (1.010 lugares)
Ingressos:
R$ 60 (inteira), R$ 30 (meia: estudante, servidor de escola pública,
+ 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$ 18
(credencial plena do Sesc: trabalhador do comércio de bens,
serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Duração:
1h20
Recomendação
etária: 14 anos
Endereço:
Rua Paes Leme, 195.
Bilheteria:
Terça a sábado das 10h às 21h. Domingos e feriados
das 10h às 18h.
Tel.:
11 3095.9400.
Estacionamento
com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado,
das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h30.
Taxas / veículos e motos: Credenciados plenos no Sesc: R$
12 nas três primeiras horas e R$ 2 a cada hora adicional.
Não credenciados no Sesc: R$ 18,00 nas três primeiras
horas e R$ 3 a cada hora adicional. Para atividades no Teatro Paulo
Autran, preço único: R$ 12 (credenciados plenos) e
R$ 18 (não credenciados).
Transporte
Público: Metrô Faria Lima - 500m / Estação
Pinheiros - 800m
Encontro
com Yoshi Oida será no dia 07 de dezembro
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