CASTILHO 
                   As iscas vivas ainda são as mais preferidas dos 
                  pescadores profissionais e amadores que freqüentam os Rios 
                  Paraná e Tietê, no noroeste do Estado de São 
                  Paulo. Entre centenas de opções, a minhoca é 
                  a isca de preferência nacional dos peixes carnívoros 
                  e, por conseqüência, também dos pescadores. 
                  Depois dela, vem o lambari.
                Mas 
                  o pescador acredita que, assim como acontece com a gente, os 
                  peixes também gostam de variar o cardápio. Por 
                  isso, nessa lista existem nomes e espécies estranhas 
                  como monotó, uma larva de planta do cerrado 
                  matrogrossense recomendada para pesca de piapara. Tem ainda 
                  o peixe jejú e a enguia que parece mais uma cobra negra.
                Algumas, 
                  como a minhocoçú, com mais de 20 cm de comprimento, 
                  causam até medo ao pescador de primeira viagem. Outras, 
                  como a tuvira e o lambari, podem acabar transformando-se em 
                  produto de consumo, caso a pescaria seja mal sucedida.
                Anos 
                  atrás, era preciso reservar algumas horas antes da pescaria 
                  para capturar essas iscas. As minhocas, cavando nas áreas 
                  de várzea com terra fofa, e os lambaris, pescando-os 
                  com uma rede de malha fina em córregos de forte correnteza. 
                  Hoje, existem lojas especializadas na comercialização 
                  de iscas vivas, criadas em cativeiro e que são recomendas 
                  para que a pescaria não termine frustrada.
                O 
                  jeito mais cômodo é seguir uma das dezenas de placas 
                  indicativas existentes às margens das rodovias da região, 
                  próximo aos locais tradicionais de pesca, e torcer para 
                  que haja bastante opção. Quanto maior a variedade 
                  de iscas, maior a chance de voltar com peixe. Todas as cidades 
                  ribeirinhas, como Araçatuba, Pereira Barreto, Ilha Solteira, 
                  Andradina, Castilho, Itapura, Santa Fé do Sul e Rubinéia, 
                  possuem comércio de iscas com especialistas que orientam 
                  os turistas.
                Almir 
                  de Sá Soares, dono de uma dessas lojas em Andradina, 
                  disse que ninguém com pouca experiência de pescaria, 
                  deve ir para o rio sem antes discutir detalhadamente com alguma 
                  pessoa entendida qual a melhor isca e também as técnicas 
                  adequadas para se capturar os peixes de maior ocorrência 
                  naquele local. Na região Alta Noroeste, começam 
                  surgir os primeiros guias de pesca para turistas. 
                A 
                  maioria dos hotéis possuem orientadores pesqueiros, mas 
                  quem viaja sem essa infra-estrutura também pode ficar 
                  por dentro dos detalhes ouvindo atentamente a recomendação 
                  de moradores ribeirinhos. Pescaria é sorte, mas 
                  a sorte não é tudo, pois 99% de uma pesca bem-sucedida 
                  depende da isca e das formas adequadas de se escolher o anzol, 
                  a vara, a linhada e o peso que vai determinar a profundidade 
                  de maior ocorrência do peixe desejado, afirma Soares. 
                  
                Para 
                  Rui Akio Kohara, dono de um hotel de pesca em Ilha Solteira, 
                  as iscas vivas devem ser as mesmas conhecidas pelos peixes daquela 
                  região. Nessa época do ano (de dezembro a fevereiro), 
                  a pesca é proibida em alguns trechos do Rio Paraná, 
                  mas é permitida em todos os reservatórios hidrelétricos, 
                  inclusive ao longo do Rio Tietê. São permitidas 
                  retiradas de até 5 kg de peixe por pessoa, mais um exemplar. 
                  Está liberada a pesca de peixes considerados exóticos, 
                  como tucunarés, corvinas e porquinhos.