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Jornal Nippo-Brasil
ILHA
SOLTEIRA- Enquanto a pesca embarcada esteve proibida em rios de
água corrente, até o final de fevereiro, nos lagos
hidrelétricos ela foi permitida com algumas limitações,
e conseguiu atrair milhares de turistas especialmente para a captura
do tucunaré. O lago da usina hidrelétrica de Ilha
Solteira, no extremo Noroeste do Estado de São Paulo, foi
repovoado com várias espécies que se reproduzem
em água represada há quase três décadas.
O tucunaré,
voraz predador, tornou-se o líder absoluto dessas águas,
mas isso não desagradou aos turistas. Ao contrário.
Dezenas de ranchos e pousadas foram construídas às
margens do reservatório para recepcionar os visitantes
que vêm geralmente da capital paulista e outros grandes
centros.
O dentista
Edson Kohara, que trabalha em São Paulo, decidiu formar
uma sociedade e construir uma pousada às margens do lago
de Ilha Solteira. O local fica próximo à foz do
rio São José dos Dourados, que deságua no
Rio Paraná, a 700 km da capital. Kohara explica que a pesca
do tucunaré é feita de preferência a bordo
de um barco. Não pode ser um barco qualquer porque um dos
maiores problemas no lago hidrelétrico são os ventos
e as ondas que podem atingir até um metro e meio de altura.
Por
causa disso, as embarcações precisam ter a lateral
com pelo menos 60 centímetros de altura, 20 centímetros
a mais que nos barcos comuns. O motor de popa deve ser de no mínimo
de 25 HPs. Mas é preciso contar também com um motor
elétrico para manter o veículo aquático em
movimentos suaves, enquanto se lança a isca no sentido
do leito do rio para a margem, atingindo locais próximos
a galhadas de vegetação remanescente da inundação
ou moitas de capim.
O tucunaré,
como explica Kohara, é um peixe que briga para sair da
água e por isso, diverte o pescador. Atualmente, os exemplares
maiores pesam até 3 kg. Ele é encontrado nas partes
rasas, com menos de um metro e meio de profundidade. O pescador
no barco deve utilizar vara com molinete ou carretilha e isca
artificial ou lambaris vivos que se compram em criatórios
próprios.
Uma
vantagem na pesca do tucunaré é que os pescadores
não precisam manter silêncio. O predador procurado
gosta de barulho. Pela legislação ambiental, não
há restrições para a sua pesca, mas os próprios
empresários donos de pousadas decidiram limitar em seis
exemplares diários a quantidade para cada pescador.
Os
bancários paulistanos Hilton César Peluso e Vilson
Roberto Cavasana viajam duas vezes por ano até aquela região.
Recentemente, eles enfrentaram vários vendavais no meio
do rio, mas apesar disso pescaram alguns tucunarés com
mais de 3 kg.
As
pousadas existentes em Pereira Barreto, Ilha Solteira, Santa Fé
do Sul e Rubinéia oferecerem pacotes de fim de semana,
que incluem hospedagem, café da manhã, barco e um
guia de companhia para indicar os melhores locais de pesca. Num
barco o ideal é ter no máximo dois turistas e um
piloteiro.
Edson Kohara: lambari vivo como isca
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