Uso
de ideogramas em Música
Muitas
vezes, esses símbolos não obedecem às
regras padronizadas de leitura, mas sim ao vocabulário
na fala
A
música
japonesa tem estilos variados, que vão do tradicional
ao moderno; neste mês, focalizaremos dois deles:
o enka (literalmente, canção interpretada)
e o J-pop (japanese pop), por serem os mais conhecidos.
Regras
de leitura
Na TV ou nas telas de karaokê, verifica-se, freqüentemente,
o uso de ideogramas nas legendas de canções.
Há casos de ideogramas que não obedecem
às regras padronizadas de leituras.
Muitas
vezes, o compositor reforça o sentido no plano
visual, mas provoca leituras da fala. Isso é um
aspecto possível de ser elaborado nos kanji, principalmente
quando estão em compostos (jukugo), que preservam
na sua arquitetura a significação precisa,
imbuída de conceitos. Por exemplo,
(jikan = hora/tempo) acaba sendo, por vezes, cantado como
toki (mais oral, mais poético);
(riyû = razão), como wake (razão);
(zasshi = revista), como magajin (versão japonesa
do inglês magazine, que significa revista). Verifica-se
que todos eles possuem correlação de sentidos
entre si.
Na
canção Ashita wo yume mite (Sonhando
com o dia vindouro), do grupo Zard, o termo
(hyoujou = fisionomia), é lido como kao, significando
rosto. Observa-se, assim, um recurso semelhante aos ateji,
que empregam os kanji pelo seu significado, mas não
com leitura consagrada nos dicionários ou assentadas
no ensino formal. Cabe lembrar que essas leituras, quando
escritas, seja em legendas, seja em encartes de CDs, recebem
furigana (leitura em hiragana que acompanha os kanji)
por se tratarem de leituras especiais.
Alteração
de pronúncia
Pode-se dizer que a música é um instrumento
poderoso de aprendizagem autônoma. Mas é
importante conhecer a leitura padrão, como também
a sua pronúncia, já que, muitas vezes, ela
é alterada deliberadamente por alguns letristas,
normalmente de J-pop, para causar impressão de
modernidade e americanização.
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