Reforma
ortográfica
Na
Era Heian (794-1192), foram desenvolvidos dois sistemas
silábicos de escrita: hiragana e katakana, que,
durante certo tempo, tinham formas variadas e numerosas.
O estabelecimento de uma forma única, ou seja,
um som representado por uma grafia silábica única,
só ocorreria na Era Meiji. Até então,
os japoneses faziam o uso dessas grafias silábicas
e de suas variantes por meio de diversos kanji, bem como
dos ideogramas, não havendo uma sistematização
oficial de escrita.
O
contato com o Ocidente
Com a Restauração Meiji, em 1868, o Japão
abandona sua política de isolacionismo e abre as
portas ao Ocidente. O contato maior com a cultura ocidental
fez com que alguns intelectuais japoneses comparassem
a simplicidade do alfabeto romano às escritas japonesa
e chinesa, conduzindo-os à idéia de simplificação
das escritas usadas no Japão. Por outro lado, havia
os conservadores, que consideravam as escritas utilizadas
até então, particularmente os ideogramas,
como sendo característicos de erudição
e intelectualidade, posicionando-se contra a mudança
no sistema de escrita japonesa.
O
teor da reforma
A reforma ortográfica foi tema de intensos debates
entre os intelectuais japoneses na Era Meiji, cuja discussão
focava principalmente a redução do número
dos ideogramas. Em 1900, o Ministério da Educação
do Japão introduziu três reformas em relação
ao sistema de escrita: a normatização do
hiragana; a normatização do katakana e a
restrição da quantidade de ideogramas ensinados
no primário escolar. Em 1923, foi instituído
pela primeira vez o Quadro de Ideogramas para Uso Comum,
que não foi colocado em prática devido aos
incidentes de terremoto no país.
No
período pós-guerra, puderam ser observadas
reformas ortográficas significativas, focando novamente
a redução do número de ideogramas.
Assim, em novembro de 1946, foi promulgado o Quadro de
Ideogramas Atuais (Tôyô Kanjihyô), estabelecendo
1.850 caracteres de uso comum. Nesse quadro de ideogramas,
foram adotados alguns kanji que passaram por um processo
de simplificação. Em 1948, foi instituído
um outro quadro, denominado Tôyô Kanji Onkunhyou,
que estabelecia as leituras chinesa e japonesa dos ideogramas
e, em 1949, um quadro que instituía as formas dos
kanji.
Na
década de 70, estabeleceram-se normas de uso do
okurigana. Em 1981, o Quadro de Ideogramas Atuais (Tôyô
Kanjihyô) foi substituído pelo Quadro de
Ideogramas Usuais, Jôyô Kanjihyô, com
1.945 ideogramas que serviriam de parâmetro na restrição
do uso geral de kanji em textos oficiais e em meios de
comunicação.
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