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HISTÓRIA DA ESCRITA JAPONESA
Matéria publicada no Zashi edição 3 - Novembro de 2007

Reforma ortográfica

Na Era Heian (794-1192), foram desenvolvidos dois sistemas silábicos de escrita: hiragana e katakana, que, durante certo tempo, tinham formas variadas e numerosas. O estabelecimento de uma forma única, ou seja, um som representado por uma grafia silábica única, só ocorreria na Era Meiji. Até então, os japoneses faziam o uso dessas grafias silábicas e de suas variantes por meio de diversos kanji, bem como dos ideogramas, não havendo uma sistematização oficial de escrita.

O contato com o Ocidente

Com a Restauração Meiji, em 1868, o Japão abandona sua política de isolacionismo e abre as portas ao Ocidente. O contato maior com a cultura ocidental fez com que alguns intelectuais japoneses comparassem a simplicidade do alfabeto romano às escritas japonesa e chinesa, conduzindo-os à idéia de simplificação das escritas usadas no Japão. Por outro lado, havia os conservadores, que consideravam as escritas utilizadas até então, particularmente os ideogramas, como sendo característicos de erudição e intelectualidade, posicionando-se contra a mudança no sistema de escrita japonesa.

O teor da reforma

A reforma ortográfica foi tema de intensos debates entre os intelectuais japoneses na Era Meiji, cuja discussão focava principalmente a redução do número dos ideogramas. Em 1900, o Ministério da Educação do Japão introduziu três reformas em relação ao sistema de escrita: a normatização do hiragana; a normatização do katakana e a restrição da quantidade de ideogramas ensinados no primário escolar. Em 1923, foi instituído pela primeira vez o Quadro de Ideogramas para Uso Comum, que não foi colocado em prática devido aos incidentes de terremoto no país.

No período pós-guerra, puderam ser observadas reformas ortográficas significativas, focando novamente a redução do número de ideogramas. Assim, em novembro de 1946, foi promulgado o Quadro de Ideogramas Atuais (Tôyô Kanjihyô), estabelecendo 1.850 caracteres de uso comum. Nesse quadro de ideogramas, foram adotados alguns kanji que passaram por um processo de simplificação. Em 1948, foi instituído um outro quadro, denominado Tôyô Kanji On‘kun‘hyou, que estabelecia as leituras chinesa e japonesa dos ideogramas e, em 1949, um quadro que instituía as formas dos kanji.

Na década de 70, estabeleceram-se normas de uso do okurigana. Em 1981, o Quadro de Ideogramas Atuais (Tôyô Kanjihyô) foi substituído pelo Quadro de Ideogramas Usuais, Jôyô Kanjihyô, com 1.945 ideogramas que serviriam de parâmetro na restrição do uso geral de kanji em textos oficiais e em meios de comunicação.

Glossário

Restauração Meiji
Abandono da política japonesa de isolamento, com a abertura forçada dos portos motivada pelos norte-americanos. Tal medida proporcionou o contato cada vez maior do povo do arquipélago com as civilizações ocidentais.

Okurigana
São os hiragana que acompanham os kanji para representar graficamente as partes flexionáveis de verbos e um tipo de adjetivo.

Colaboradores: Ayako Akamine e Lucia Kiyomi Nemoto
Coordenação: Profª.Leiko Matsubara Morales
Centro de Línguas (FFLCH/USP) – Centro Interdepartamental de Línguas – Cursos de Japonês Instrumental
Direção: Profª.Drª. Rosane de Sá Amado
E-mail: japones.cl.fflch.usp@gmail.com
Fontes das imagens (livros): Kadokawa Kanwachû Jiten, ed. Kadokawa, e Dai kanwa jiten, ed. Daishûsei

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