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HISTÓRIA DA ESCRITA JAPONESA
Matéria publicada no Zashi edição 1 - Setembro de 2007

História da escrita japonesa 1
A introdução do ideograma chinês

(Por Erika Horigoshi)

Para aprender a língua japonesa, é importante entender que esse idioma é composto por três tipos de grafia: o kanji, que são os ideogramas, o hiragana e o katakana, dois sistemas de fonogramas de apoio. Tanto o hiragana quanto o katakana são o resultado de um processo de evolução e adaptação da escrita ideográfica chinesa ocorrido ao longo de séculos.

Datas

Não se sabe ao certo quando os ideogramas chineses passaram a ser usados em território japonês, mas pesquisas arqueológicas e referências em textos chineses mostram que o contato do Japão com a China data dos primórdios da chamada Era Cristã, quando os japoneses ainda não possuíam um sistema próprio de escrita.

No Japão, o registro mais antigo de escrita ideográfica é atribuído a uma inscrição numa moeda cunhada na China durante o império Wang Mang, encontrada em um túmulo da Era Yayoi.

Inscrições em espadas, espelhos de bronze, sinetes e objetos decorativos compõem o que se acredita ser a primeira transmissão expressiva dos ideogramas chineses ao Japão. Os arqueólogos consideram prova disso os 115 ideogramas grafados em espadas em 471, encontradas em escavações realizadas em Inari, na província de Saitama, além de cerca de 50 ideogramas grafados num espelho de bronze de 503, encontrado no Santuário Sumida Hachiman, província de Wakayama. Vale lembrar que, nessa fase inicial de contato entre as culturas, os toraijin – chineses e coreanos radicados no Japão – ofereceram uma grande contribuição para a difusão dos ideogramas no país.

Aplicação dos ideogramas

Ainda há muito a desvendar sobre os primeiros usos concretos dos ideogramas no Japão. Um exemplo disso são as tabuletas de madeira (mokkan) contendo formas rudimentares de produção escrita que começaram a ser encontradas em escavações arqueológicas somente no século XX. A primeira dessas tabuletas foi encontrada em 1928, na província de Mie. Porém, entre os anos de 1961 e 1973, foram descobertos mais de 20 mil exemplares nas ruínas do Palácio Heijô, na província de Nara.

De acordo com as pesquisas, o uso dessas tabuletas iniciou-se por volta da segunda metade do século VII para grafar informações oficiais, tais como ordens imperiais, registros administrativos, nomes de produtos agrícolas e até mesmo para praticar a caligrafia.

Glossário

Ideogramas: símbolos gráficos que remetem a uma idéia ou a um conceito.

Fonogramas: escritas que representam diretamente o som sem remeter a qualquer conceito ou idéia.

Império Wang Mang: Império chinês (8d.C. a 23 d.C.). Wang Mang (45 a.C a 23 d. C.) foi um importante político chinês, tendo fundado a Dinastia Xin da China e ocupado o trono durante o período citado.

Era Yayoi: 300 a.C. a 250 d.C. Período marcado pelo início do cultivo de arroz no Japão e pela criação de um novo estilo de cerâmica, entre outros acontecimentos.

Toraijin: chineses e coreanos que chegaram ao Japão entre os séculos IV e VII e que contribuíram muito para o desenvolvimento da agricultura, da política e da cultura.

Colaboradores: Nancy Naomi Ueda e Anderson Missao Morishita
Coordenação: Profª. Leiko Matsubara Morales
Centro de Línguas (FFLCH/USP) – Centro Interdepartamental de Línguas – Cursos de Japonês Instrumental
Direção: Profª. Drª. Rosane de Sá Amado
O Centro Interdepartamental de Línguas oferece cursos de idiomas, entre eles o japonês para a comunidade USP, alunos especiais, alunos de especialização e público externo.

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