O
surgimento do manyôgana
Obra
concentra grande quantidade de ideogramas chineses em
seu conteúdo
Ideograma
chinês
O ideograma chinês possui três elementos básicos:
forma, som e significado. Trata-se de uma unidade gráfica
que comporta conteúdo significativo e leituras
diversificadas, dependendo da forma como o ideograma é
empregado, seja como palavra ou parte dela.
No
entanto, na época em que foi elaborada a obra Manyôshû
(Antologia Poética das Dez Mil Folhas), em 760,
os escribas empregavam os ideogramas pelo seu som para
representar graficamente a língua japonesa.
Ongana
x kungana
Os ideogramas funcionavam apenas como fonogramas, ou seja,
eram utilizados somente pelo seu som, sem levar em conta
o significado. Para grafar a palavra sakura (flor de cerejeira),
que atualmente é representado pelo ideograma ,
por exemplo, empregavam-se três caracteres: (sa),
(ku) e (ra). Os ideogramas empregados com esse critério
foram denominados de ongana.
O
domínio do significado dos ideogramas pelos japoneses
fez com que a leitura dos símbolos fosse feita
em correspondência com a língua japonesa
nativa , baseando-se no seu significado, como se fosse
uma tradução. Por exemplo, os ideogramas
(pé), (mão) e (nome), cujas leituras chinesas
são, respectivamente, soku, shu e mei, também
passaram a ser lidos, de acordo com a leitura em japonês,
como ashi, te e na.
Os ideogramas empregados para serem lidos na língua
japonesa foram chamados de kungana.
Manyôgana
No Manyôshû observa-se então
sinais de assimilação, por meio de emprego
de ongana e do kungana. Embora essa forma de emprego dos
ideogramas chineses pudesse ser vista nas obras anteriores
a Manyôshû, pelo fato de eles aparecerem
em grande escala nessa obra foram denominados, posteriormente,
como manyôgana. Ao longo do tempo a quantidade
de manyôgana foi gradualmente reduzida.
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