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ESPECIAL - ZASHI
Matéria publicada no Zashi edição 2 - Outubro de 2007


Crianças japonesas que marcaram a história

Eles, de alguma forma, são tidos como fenômenos em seus respectivos tempos.
A seguir, conheça algumas de suas façanhas e veja por que eles são tão famosos no Japão

(Por Redação Zashi)

Os adultos quase sempre desconsideram as opiniões de crianças e de adolescentes. Em geral, atribuem a eles a imaturidade e a falta de conhecimento sobre a vida que são típicas dessa fase. Entretanto, a sociedade japonesa teve vários ícones sociais nessa faixa etária. Verdadeiros personagens, cujas “façanhas” chegaram a lhes conferir o título de prodígios. Pequenos prodígios da história do Japão. A seguir, conheça mais sobre essas figuras históricas de ontem e de hoje.

Masuda Shiro Tokisada, também conhecido pelo cognome Amakusa Shiro, era tido como um “enviado divino” no contexto social de sua época, a Era Edo. Coube a ele liderar, com pouco mais de 15 anos, o famoso episódio épico que entrou para a história como a Revolta de Shimabara, um movimento popular contra a elite no poder. Resultado: a iniciativa falhou e Tokisada morreu como um mártir.

Heroínas da reconstrução nacional


Misora Hibari (esq.) e
Sadako Sasaki: duas faces do pós-guerra
O Japão viveu, no período pós Segunda Guerra Mundial a sua mais difícil fase. O povo do arquipélago, que buscava se reerguer das cinzas atômicas de Hiroshima e de Nagasaki encontrou, na figura de duas meninas, a inspiração para recuperar seu país.

“Misora Hibari foi a deusa da canção japonesa”, conta o pesquisador Cláudio Seto. Ele, que viveu no Japão nos anos 50, “testemunhou” a rápida ascensão e o talento da jovem e promissora cantora que, mais tarde, de fato consagrou-se como um dos maiores nomes do mundo artístico japonês. Misora Hibari é, até hoje, tida por muitos como a maior cantora da história do arquipélago, trilhando desde cedo o seu caminho e brilhando como um prodígio da música japonesa. Suas canções, sucessos por meio do rádio, empolgaram multidões de japoneses que trabalhavam na reconstrução do país durante esse período.

Sadako Sasaki, por sua vez, viveu apenas 12 anos. O período foi curto, porém o necessário para ela marcar a história da Segunda Guerra Mundial como, talvez, o maior símbolo dos efeitos da bomba atômica. Vítima da investida ocorrida em Hiroshima, Sadako desenvolveu leucemia em decorrência dos efeitos da radiação em 1955. Calcada na crença da lenda dos mil tsurus, a menina empenhou-se nas dobraduras para lutar por sua cura. Auxiliada por pessoas de várias partes do Japão, as dobraduras do famoso pássaro japonês passaram a marca dos 600 quando Sadako faleceu devido à doença. Os amigos da garota completaram os mil origamis e os enterraram junto a ela.

Três anos depois, uma estátua em memória de Sadako foi levantada no Memorial da Paz de Hiroshima. Ao pé da estátua, uma placa traz as frases emblemáticas: “Este é o nosso grito. Esta é a nossa prece. Paz no mundo”.




Estátua de Ninomiya
Sontoku:
tesouro nas
escolas
primárias

 

Talento extraordinário na agricultura

“Todas as escolas primárias costumam ter uma estátua do garoto Ninomiya Sontoku”, observa Alice Joko, professora do Centro de Estudos Japoneses da Universidade de Brasília, quando perguntada sobre os pequenos prodígios.

Ninomiya Sontoku, também chamado de Kinjiro, possui uma trajetória simplesmente notável. Lembrado até hoje em sua forma infantil por meio das estátuas nas escolas, Ninomiya, a exemplo de Misora Hibari, desenvolveu, ao longo da vida, um trabalho que o preservou na história como um fenômeno.

De origem humilde, Ninomiya elaborou um programa para a redução da pobreza baseado em sua própria experiência. O poder da época, composto pelo xogum e pelos daimiôs, logo reconheceu a grande capacidade do jovem e o empregou como gerente do programa de desenvolvimento rural. Ninomiya Sontoku trabalhou, ao longo de sua vida, duramente em prol de sua família e ainda desenvolveu programas de restauração de vilas feudais. Até hoje, ele é reconhecido como símbolo de trabalho árduo e perseverança.


Elementos do shogi: passatempo é facilmente dominado pela jovem campeã profissional Momoko Kato


Um brilhante em um passatempo tradicional do Japão

O mundo dos passatempos no arquipélago também tem seus prodígios. Um dos mais atuais e impressionantes entre eles é Momoko Kato. “Momoko é uma das crianças superdotadas das quais temos notícia atualmente, pelo fato de, aos 11 anos, ter vencido o campeonato profissional de shogi”, explica a professora de língua japonesa Akiko Kurihara Watanabe. Kato, natural de Shizuoka, bateu oito adversários – todos com idade acima dos 20 anos e com qualificação profissional – no torneio.




Notáveis também no esporte

Ryoko Tani é o que se pode chamar de fenômeno entre os japoneses. Também conhecida no arquipélago como Yawara-Chan, ela se dedica ao judô desde o início da adolescência e só coleciona títulos. Em 1990, venceu o Campeonato Mundial de Judô e, desde então, sua carreira tem sido pontuada por vitórias e conquistas de importantes títulos todos os anos.

Campeã olímpica em Atenas e em Sydney, respectivamente em 2000 e em 2004, Ryoko Tani é muito popular entre o povo japonês. Hoje, é casada e sua aparição na mídia, atualmente, tem se dado mais em razão do recente nascimento de seu filho.

Já Ai Miyazato é outro talento que despontou ainda jovem no mundo dos esportes, só que na modalidade do golfe. Em 2003, sua brilhante carreira no começou a ganhar as atenções da mídia local. Ainda na categoria amadora, Ai venceu um campeonato do Japan LPGA Tour – na época, a garota ainda cursava o equivalente ao ensino secundário. No ano seguinte, Ai deu continuidade à prodigiosa carreira, vencendo mais cinco torneios.

Em 2005, a atleta venceu o Torneio Aberto do Japão e entrou para a história como a mais jovem no JLPGA a conquistar o título.


Imperador Meiji: símbolo de modernidade em uma das mais marcantes eras históricas do Japão

Hisahito nos braços de sua mãe, a princesa Kiko: sangue novo na família real



Crianças da realeza

Algumas crianças da linhagem real japonesa também entraram para a história do arquipélago de maneira especial. Chuujoo Hime, na Era Nara, por exemplo, foi uma das mais famosas filhas do nobre Fujiwara-no-Toyonari. Para escapar da perseguição que sofria de sua madrasta, ela fugiu para se tornar uma freira e assumiu o nome de Zenshin-ni. Posteriormente, tornou-se personagem de inúmeras histórias do folclore do arquipélago e adquiriu o apelido de “Cinderela Japonesa”.

Sakata no Kintoki, também chamado outrora de Minamoto-no-Yorimitsu, foi um lendário herói da Era Heian e, junto com outros três guerreiros, integrou o grupo que ficou conhecido como “Os Quatro Guardiões Reis”.

O imperador Meiji também garantiu seu ilustre lugar na história ao comandar uma das eras mais importantes da trajetória de seu país. Ao subir ao trono, em 1867, para comandar a Restauração Meiji, o imperador, cujo nome era Mutsuhito, tornou-se o símbolo da modernização do Japão por causa de medidas como a instituição da escola pública a todos os cidadãos japoneses.

Na Era Heisei, fase atual da história do Japão, duas crianças estão chamando bastante a atenção da mídia e da sociedade japonesa: a princesa Aiko e o príncipe Hisahito. Filha do príncipe herdeiro Naruhito, Aiko foi, durante vários anos, a mais cotada herdeira da nova geração para assumir o Trono do Crisântemo. Por sua causa, os parlamentares japoneses chegaram a cogitar a mudança da lei de sucessão ao trono, a fim de que uma mulher pudesse assumir a monarquia.

O impasse foi resolvido em 2006, com o nascimento do príncipe Hisahito. Filho do casal Akishino e Kiko, o mais jovem herdeiro da família real e o primeiro homem a nascer após 42 anos na monarquia japonesa, Hisahito é, agora, o terceiro na linha de sucessão.

 

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