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KANJI
Matéria publicada no Zashi edição 3 - Novembro de 2007

O surgimento do hiragana e katakana

Na edição anterior, foi visto que o man‘yôgana consistia na forma de emprego dos ideogramas chineses ora como ongana, ora como kungana. Com o decorrer de seu uso, surgiu a grafia cursiva e corrida do man‘yogana, chamada sôgana, que foi amplamente difundida entre as damas da aristocracia da Era Heian (794-1192). Gradativamente, o sôgana foi estilizado e abreviado, dando origem, ainda na Era Heian, à escrita silábica de formas arredondadas que, hoje, conhecemos como hiragana.

No início do século X, o hiragana já era empregado em correspondências, diários e poemas, como os da coletânea Kokin Wakashû (“Antologia de Poemas do Presente e do Passado”) de 905, considerada a primeira obra escrita em hiragana. Mas foi no final desse mesmo século que surgiu a primeira obra literária de autoria feminina que faz o uso dessa grafia: Kagerô nikki (“Diário da Efemeridade”, c.974-78), escrita pela mãe de Fujiwara-no-Michitsuna.

Estudos budistas

Pelo fato de o hiragana ter sido produzido e ter se desenvolvido largamente por mãos femininas, muitas vezes ele é chamado de onnade (escrita feminina). No entanto, os pesquisadores acreditam que o hiragana teve origem nas mãos de oficiais do governo e de estudiosos das elites que, devido à necessidade de escreverem com maior agilidade, exigência imposta pelo ofício de escribas, desenvolveram a forma cursiva de traçar os ideogramas. Assim, acredita-se que o precursor do hiranaga seja Kino Tsurayuki, autor de vários escritos, como Tosa Nikki (“Diários de Tosa”) de 935.

Concomitante ao hiragana, o katakana foi ganhando espaço nos estudos budistas. A fim de facilitar as leituras dos sutras, os monges deixavam algumas marcas nos ideogramas, conhecidas como kunten, para indicar partículas e flexões verbais características da língua japonesa e que não havia no original chinês. Além desse método, ocorria também a abreviação dos caracteres chineses, utilizando-se somente partes (os radicais) dos kanji. No início, essas duas formas ocorriam paralelamente, mas a abreviação acabou prevalecendo, levando à criação do katakana, que teve sua consolidação por volta do século XI, mantendo os traços retos e angulosos originários dos ideogramas.

(Colaboração: Ayako Akamine e Anderson Missao Morishita)

Glossário

Fujiwara-no-Michitsuna
Fujiwara-no-Michitsuna foi filho de Fujiwara-no-Kaneie, que se tornou regente no Japão em 986 e chanceler em 989. O nome real da autora de Kagerô Nikki (tradução do título em português:“Diário da Efemeridade” por Luiza Nana Yoshida) é desconhecido, sendo identificada ao longo da história como Michitsuna-no-Haha (mãe de Michitsuna).


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