A
categoria Kasha
A
série Composição dos Ideogramas chega
ao fim nesta edição, com este artigo sobre
a
categoria kasha (
), que se refere ao empréstimo de leitura
Forma
emprestada
Ocorre
quando uma determinada palavra toma emprestada a forma
e o som de um ideograma preexistente para expressar o
seu próprio significado. Essa categoria foi bastante
utilizada durante a Antiguidade e parte do emprego ocorrido
nesse período permanece até hoje.
Um
exemplo é o ideograma
(rai), formado a partir da composição pictográfica
para representar uma espiga de trigo inclinada e cujo
significado original era trigo. Com o tempo,
esse ideograma passou a ser utilizado para expressar o
verbo vir (
= kuru).
Outro
exemplo é o ideograma
(tô), cujo significado original era o de um utensílio
de forma arredondada usado para empilhar alimentos. Posteriormente,
esse ideograma passou a ser utilizado para expressar a
palavra mame (grão, feijão),
cuja forma se assemelhava à do utensílio.
Algumas palavras compostas relacionadas a mame
são
(tônyû = leite de soja),
(tôfu = queijo de soja) e
(nattô = feijão de soja fermentado).
Outra
função
Os ideogramas kasha ainda podem ser usados para representar
nomes próprios estrangeiros, como Estados Unidos
e Brasil, que são normalmente escritos em katakana,
mas, quando compostos por meio do empréstimo de
leitura, são grafados, respectivamente,
(
= amerika) e
(
= burajiru). Alguns brasileiros grafam seus nomes seguindo
esse mesmo emprego: Mário =
(
ma de verdadeiro,
ri de racional e
de homem)
O
leitor perceberá que o caráter ideogramático
do kanji é mais uma vez explorado.
Os
ideogramas formados a partir da composição
kasha correspondem a aproximadamente 2,4% do total de
ideogramas.
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