A
assimilação dos ideogramas
Pesquisadores
afirmam que esse processo levou à primeira conscientização
dos japoneses sobre sua língua nativa em contato
com o chinês
Na
época em que monges e literatos japoneses estudavam
os ideogramas, cada qual adotava um sistema de notação.
Pesquisadores afirmam que esse processo levou à
primeira conscientização dos japoneses sobre
sua língua nativa em contato com o chinês.
No século VII período de grande valorização
da cultura chinesa o aprendizado dos ideogramas
e do kanbun tornou-se uma necessidade para a formação
de uma elite letrada, com acesso aos conhecimentos de
arte e ciência chineses. E o Japão precisava
se emancipar politicamente como nação organizada,
para tanto, necessitava de um registro histórico
para conferir legitimidade.
Primeiros
textos
No início do século VIII, sob ordem imperial,
foram elaborados os primeiros textos oficiais japoneses:
Kojiki (Registro de Fatos Antigos), de 712, e Nihonshoki
(Crônicas do Japão), de 720. As obras foram
compiladas no mesmo período, para retratar a História
da nação japonesa; porém, elas divergiram
nos estilos.
No
Nihonshoki, o compilador espelhou-se nas crônicas
históricas chinesas e seguiu o estilo kanbun para
dar formalidade à obra. Já no Kojiki, com
maior presença de mitos, lendas e poesia japoneses,
a influência chinesa foi menor. Apesar de o prefácio
estar em chinês clássico, o texto principal
apresentava muitas alterações, revelando
estar em processo de niponização (hentai-kanbun).
Ôno
Yasumaro, compilador do Kojiki, mesclou sintaxe chinesa
e japonesa em uma mesma sentença, com ideogramas
chineses empregados somente pelo som, e, em outros casos,
fazendo com que o leitor lhe atribuísse uma leitura
pela tradução japonesa.
As
mudanças observadas em Kojiki provam que a escrita
chinesa havia encontrado terreno fértil para seu
desenvolvimento e permitiu a expressão do pensamento
japonês, superando, ainda que parcialmente, os obstáculos
do ideograma: conciliar o som e o significado dos ideogramas.
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