Integrantes
do grupo devem cultivar hortaliças
|
(Reportagem:
Thassia Ohphata / ipcdigital.com | Foto: Kyodo)
Em
tempos de desemprego, uma das opções encontradas pela empreiteira
TS, de Kamisato (Saitama), foi o incentivo à agricultura. Em fase
experimental, 25 pessoas participam de um projeto que prevê o cultivo
de hortaliças em terrenos na cidade.
Em breve, será
iniciado o plantio de rúcula e também de verduras típicas
dos pratos japoneses, como o horenso e o komatsuna. Com a falta
de empregos, a agricultura foi uma opção que encontramos
para sobreviver. Como no município grande parte dos terrenos não
está sendo utilizada, enxergamos um filão e vimos que os
brasileiros poderiam trabalhar também, justifica Walter Saito,
presidente da TS, que já se dedicava à agricultura nas horas
vagas.
O brasileiro
também viu na atividade uma oportunidade de gerar renda àqueles
que estão sem trabalho ou insatisfeitos com a ocupação
atual. É uma chance que o pessoal tem para deixar de ser
empregado. Se os nossos avós e pais deram certo na agricultura
no Brasil, por que não o contrário, de sermos grandes produtores
no Japão?, indaga Saito.
O grupo, que
atualmente está em treinamento, já concluiu alguns cursos
ministrados por uma associação de agricultores da região.
Recentemente, eles tiveram aulas de implementos e de manejo de maquinários
agrícolas. No dia 9, estava prevista uma visita a uma plantação
de horenso, onde os aprendizes receberiam explicações sobre
plantio e colheita.
O objetivo
é iniciar a produção o quanto antes, em meados de
fevereiro, até porque os participantes do projeto estão
sem emprego. Escolhemos justamente essas verduras por terem um curto
intervalo entre as colheitas, entre 25 e 30 dias. Ou seja, todo mês
eles terão o que colher, explica.
O projeto conta
também com o auxílio da Prefeitura de Kamisato, que ajuda
o grupo na locação dos terrenos. Até o momento, um
espaço equivalente a sete tambo (cerca de 5,5 hectares) foi selecionado.
Como já possui maquinário, Saito irá alugar aos demais
participantes os equipamentos necessários, como trator e pulverizadores,
entre outros.
O responsável
pela iniciativa acredita que não terá problemas em vender
a futura produção. Tudo é muito organizado
no Japão. Se falarmos que temos um terreno, as associações
compram o que foi produzido, é certo e não tem dor de cabeça,
aposta.
Como está
em fase experimental, o projeto conta com 25 integrantes no momento, mas
Saito garante que já existem outros interessados em aderir. Fiquei
até assustado, achei que não dariam tanta importância,
diz o brasileiro. Muitos nunca mexeram com agricultura, mas estão
com bastante vontade e querem aprender.
Apesar do otimismo,
o presidente da TS afirma que ainda é cedo para fazer previsões
sobre o futuro do projeto. Primeiro vamos ver se realmente vai dar
certo, e, depois, analisaremos a viabilidade de ampliarmos o negócio.
Estamos apostando na agricultura, destaca.
|
Conhecida pelas
plantações de mizuna, sementes de trigo e também
pelo cultivo de arroz, pepino, tomate, acelga e cebolinha, a Prefeitura
de Kamisato, na província de Saitama, possui um programa de desenvolvimento
agrícola que tem por objetivo incentivar os produtores locais a
otimizarem o espaço disponível à lavoura.
Segundo informações
do departamento de locação de terrenos da prefeitura, o
preço do aluguel anual é negociado diretamente com o proprietário,
mas há um valor estabelecido pela Comissão Executiva de
Agricultura, que varia de ¥ 5 mil a ¥ 13 mil por quilômetro
quadrado.
Porém,
além de disponibilidade financeira, possuir alguns pré-requisitos
podem determinar as suas qualificações como agricultor e,
consequentemente, como futuro locatário. Ter conhecimento técnico
ou experiência na área, conhecimento administrativo e possuir
equipamentos agrícolas são alguns dos itens que contam pontos
a favor.
Apresentar
à prefeitura um plano de produção e plantio, por
sua vez, é obrigatório. O departamento lembra ainda que
os agricultores empregam mão-de-obra temporária na época
de colheitas.
|